Cavaco mascarado de Jorge da Silva Carvalho.
Cavaco mascarado de Jorge da Silva Carvalho.
esta nomeação governamental do espião é a sério ou é a brincar? como é que é possível que o primeiro-ministro deste país integre nos quadros do estado português um profissional que saiu de uma agência tão importante para os interesses do estado português como o SIED para uma empresa privada (Ongoing) com informação detalhada das vidas e vivências de mais de 4 mil cidadãos destes país, para, num segundo acto passar essa mesma database a um ministro de nome Miguel Relvas para fins de controlo social dos 4 mil visados? juro que é por este tipo de actos que censuro com um certo asco os comportamentos deste governo. o crime compensa e o favor que Relvas devia a Jorge da Silva Carvalho será pago agora com um lugar na Presidência do Conselho de Ministros. pior que isso é o facto de crimes como os que cometeu Jorge da Silva Carvalho contra a República Portuguesa continuem a passar incólumes neste miserável estado que se apelida de direito.
“As rescisões amigáveis na função pública devem ser encaradas como oportunidade e não como ameaça e não devem ser consideradas como despedimentos”
Oportunidade para quê? Para engrossar o molhe presente nos centros de empregos deste país? Para viver sem qualquer apoio social? Para meter mais alguns na sopa dos pobres? Para emigrar? Já agora, a medida vai incidir sobre quem? Sobre os trabalhadores menos qualificados da Administração Pública. Não vai incidir sobre os assessores do governo. Não vai incidir sobre consultores do governo, do presidente da república e das empresas públicas. Não vai incidir sobre todos os cargos fictícios cujos titulares têm direito a remuneração na Administração Pública. Vai incidir sobre os pobres desgraçados que limpam o lixo dos outros nas ruas. Vai incidir sobre os pobres desgraçados sem habilitação que muito dificilmente conseguirão arranjar um emprego nos próximos dois anos. Vai incidir sobre as suas famílias. Vai arrastar mais uns milhares de portugueses para a miséria extrema. E diz ainda o Passos que esta medida visa dar uma mostra qualificada da nossa Administração Pública. Chamem-lhe mentiroso chamem-lhe o que quiserem. Esta medida visa só uma coisa: poupar mais uns trocos ao estado para que este governo tenha que ir buscar receitas a outros sítios onde lhes surge o incómodo de ir buscar. Simplesmente isso.
O Álvaro Canadiano ainda é vivo.
E afirmou hoje que Franquelim Alves ajudou a “desmascarar a fraude do BPN”. Ora bem, a pertinência é algo que não abunda ali prós lados de São Bento, principalmente no Ministério da Economia. Nem a pertinência nem a competência. Aliás, já é hora de se perguntar se realmente temos um Ministro da Economia visto que o Álvaro já não era perdido nem achado há vários meses. Não vou por aí.
Não querendo entrar por detalhes que não trazem nada de novo ao caso, já sabia que um dos problemas da baixa produtividade do nosso país se deve ao facto de termos baixa eficiência no trabalho. O Álvaro voltou para nos apresentar um desses casos. Quer dizer, o homem ajudou a “desmascarar a fraude do BPN” – em vez de ser secretário de estado, pelos créditos da boa acção narrada pelo Ministro, não deveria ser Governador do Banco de Portugal?
Franquelim Alves foi administrador da SLN. A SLN era (entre outros) de Dias Loureiro. Dias Loureiro foi ministro de Cavaco. Cavaco Silva aparecia nos relatórios ligados ao escândalo BPN. Cavaco é o chefe do tentáculo. Nada demais…
A Espanha criou o banco mau, com a ajuda FROB, o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, com linha directa de financiamento de Bruxelas, com a conivência e patrocínio de Mário Draghi e seus pares, no valor de 40 mil milhões de euros a uma taxa de juro de 1%, passando os activos tóxicos com um prazo de vida de 10 a 15 anos de 4 bunkers, perdão, bancos (entre os quais o Bankia) para o dito banco mau, que no final do prazo de vida dos activos tóxicos em causa, afundará com a dívida devida principalmente a bancos alemães.
A Irlanda está a aproveitar a presidência da UE nos próximos 6 meses para rasgar o memorando de entendimento que assinou em 2010 com a troika para aliviar a pressão sobre a sua economia. Apesar do exemplo Irlandês diferir no Português na medida em que o que está em causa não é uma excessiva acumulação de dívida pública (impagável, diga-se no caso português) mas sim uma economia que cresceu desmesuradamente face a sucessivas entradas de gigantescos fluxos de capital estrangeiro, que por sua vez fizeram disparar uma falsa sensação de crescimento desmedido do PIB e da economia irlandesa e levaram a toda uma expansão na concessão de crédito por parte da banca irlandesa e financiamento para a construção civil que depois redundou em retirada do capital por parte dos investidores estrangeiros, falência desses mesmos bancos e crise no sector imobiliário pela falta de procura motivada pelo desemprego, pela insolvência de cidadãos irlandeses e por conseguinte pela falta de reembolsos do crédito prestado pelos banco ao seus clientes e falhas nos investimentos feitos por esses mesmos bancos, os Irlandeses, estão agora com vontade de se retirar da situação de “refém” das ordens europeias e começar a trilhar uma política expansionista por sua conta e risco.
Os Gregos, cumprindo a política do mau aluno ainda não quiseram acertar uma das instruções dadas tanto pela Alemanha, como pelo Fundo Monetário Internacional, como pelo BCE. Não só não diminuíram a excessiva dívida pública que neste momento possuem (cerca de 500 mil milhões de euros) como as reformas executadas por Atenas caíram em saco roto e o BCE, como último comprador da dívida dos países europeus, para não estar sistematicamente a alimentar a maquina grega e para não ter que aconselhar medidas ainda mais drásticas num país marcado pela instabilidade governativa, política e por crises sociais gravíssimas, não teve outra solução do que servir de mediador dos gregos em duas emissões de títulos de dívida pública nos mercados para que os Gregos se pudessem financiar a juros mais baixos do que aquilo que seria previsível.
Na Islândia, a atracção de investimento estrangeiro massivo pela estratégia dos bancos islandeses que visava conceder juros altos a todos aqueles que quisessem investir na economia irlandesa sem ter que fazer uma conta fora do país levou o país à falência. O povo islandês não teve meias medidas, foi a referindo e votou pelo não pagamento das dívidas dos seus bancos a bancos Ingleses e Holandeses e a 330 mil contribuíntes dos dois países que decidiram investir as suas poupanças no país nórdico. Hoje, o Tribunal da BANI (EFTA) isenta a Islândia de qualquer pagamento e todos os credores dos bancos islandeses não só não obtém os juros dos investimentos ali feitos como não obtém total do reembolso desses mesmos investimentos. Mesmo apesar da europa por intermédio dos seus líderes europeus estar a trabalhar na criação de mecanismos legais que permitam o controlo dos sistemas financeiros por parte dos seus governantes, creio que a ideia é absolutamente estupenda, perdão, uma porcaria, visto que o estado jamais conseguirá controlar todos os fluxos de informação e transacções vindas do sistema financeiro pela complexitude como este funciona.
Onde é que quero chegar com isto?
Em Portugal não só vivemos no submundo da europa como pensamos sair desta crise com um pensamento de submundo. Os espanhóis criaram um banco mau para mandar a dívida devida a Alemães pelo esgoto e ainda conseguiram recapitalizar os seus bancos a troco de juros de 1%. Portugal recebeu cerca de 12 mil milhões para a recapitalização dos bancos e terá que seguir a doutrina imposta pelo BCE na medida em que os bancos recapitalizados terão que assegurar a compra de dívida pública sempre que o estado tiver que emitir títulos de dívida pública nos mercados. Por um lado, a compra de títulos de dívida pública por parte dos bancos portugueses poderá efectivamente rever em baixa os juros da dívida pública portuguesa. Por outro lado como o dinheiro para a recapitalização dos bancos portugueses provém do BCE, como o estado português se tornou accionista do bancos recapitalizados com o dinheiro emprestado do BCE a uma taxa de juro de 3,47% (repito que a de espanha é de 1% sobre um valor 4 vezes superior ao valor emprestado ao estado português) e como os investidores portugueses (principalmente os bancos portugueses) não dispõem de grandes fluxos de capital ou não demonstram interesse na compra de dívida pública portuguesa (maior parte nem dispõe de fundos para proceder à correcção do seu Core Tie 1, casos do BANIF, do BES que teve que ir aos mercados de obrigações para se poder recapitalizar de acordo com as normas do Banco de Portugal) ficamos completamente reféns do BCE. Há quem diga portanto, e bem, que vem aí um 2º resgate.
No entanto, o regresso aos mercados por parte do estado português foi considerado uma vitória em todos os campos. Chegámos portanto a meu ver a uma situação em que não só temos uma dívida pública impagável como temos uma dívida pública que será comprada com recurso ao BCE. Isto assemelha-se à alegoria do homem que está teso e que pede 50 euros emprestados ao amigo, sabendo que não irá receber futuramente os mesmos 50 euros de outrém para lhe pagar num prazo estipulado nem conseguirá com os 50 euros emprestados criar riqueza que lhe permita garantir a sua subsistência e o reembolso do valor emprestado no prazo estipulado.
Irlandeses e Gregos querem efectivamente fugir desta política. Não querem ficar reféns das políticas europeias. Uns querem trilhar o seu próprio caminho. Outros esperam que os seus credores desistam do reembolso e que a dívida grega caia como os activos tóxicos que os bancos espanhóis irão mandar pelo cano abaixo. Querem portanto começar de novo e criar condições que lhes permitam o crescimento. A estratégia do governo português, alicerçada na necessidade de ir aos mercados recolher dinheiro para pagar a máquina de um estado social que não é social nem pouco mais ou menos não só está a dar os resultados que está a dar do ponto de vista económico (desemprego, falência massiva, quebra na procura interna, estagnação da banca, aumento dos apoios sociais providos pelo estado) como está a ter custos sociais que são claramente visíveis aos nossos olhos.
Os Islandeses perceberam que não estavam dispostos a pagar pelos erros cometidos pela banca, erros cujas entidades reguladoras do sistema financeiro islandês, pagas por todos os contribuíntes fizeram vista grossa e deixaram passar sapientes do risco dessas operações e das consequências do possível colapso dos bancos islandeses, e pura e simplesmente disseram “não pagamos”. Em Portugal todos os erros cometidos pelos bancos foram ou serão pagos pelos contribuíntes e mais uma vez, os resultados da política do governo estão a dar resultados negativos nítidos.
Mas há quem ainda diga que o regresso aos mercados foi uma vitória. Há quem diga que a crise acabou. Há quem diga que não é preciso mais austeridade. Há quem tente ocultar o real estado da Nação. Sou apologista do velho ditado que diz que a verdade virá ao de cima. Mais tarde ou mais cedo. E a verdade do nosso país é que isto vai rebentar.
Consta-se que este indivíduo, de nome Jorge Viegas Vasconcelos, ex-presidente da ERSE (Entidade Reguladora do Sector Energético), organismo de fachada de um sector monopolizado onde a principal prestadora de serviços (recentemente privatizada a um grupo chinês) impõe o preço ao cliente que bem lhe apetecer por via do chamado “contrato de adesão” demitiu-se depois de ter pedido aumentos ainda maiores na factura da electricidade do que aqueles que foram feitos recentemente.
Não tivesse bastado o pedido de aumento e a demissão (quando alguém se demite do seu emprego tem que ter a noção que não irá receber quaisquer direitos da entidade patronal para a qual trabalha), vai para casa com 12 mil euros por mês durante dois anos ou num período até arranjar um novo emprego. Isto é, vai, porque segundo o Ministério da Economia “o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE” e «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos»
Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE forem mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.
Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a benção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.
Tiro várias conclusões:
1. A ERSE não serve para mais do que dar emprego a meia dúzia de boys do sistema e gastar mais uns milhões ao estado.
2. Este tipo de situações são uma afronta a todos os trabalhadores que se despedem de empresas onde são constantemente pressionados e chantageados para o efeito pelos seus patrões e não tem acesso a quaisquer direitos dos anos em que trabalharam nessas empresas, são uma afronta para os trabalhadores que estão desempregados e não conseguem ou já não podem receber qualquer ajuda social do estado e, dado o salário chorudo deste senhor, a todo um grupo de trabalhadores que cria riqueza para este país a troco de um salário de 485 euros mensais.
3. O governo continua a atirar o número de 4 mil milhões e afirma que não sabe onde cortar mais na despesa. Pois é aqui, nestes organismos fantasmas que tem muito para cortar e não corta. Fazendo um exemplo: se existirem 20 organismos com 10 gestores\cada, com cada gestor com uma remuneração de 12 mil euros mensais, falamos de uma despesa anual para o estado de 31.200.000 euros. Este é só um exemplo, cabendo portanto analisar os casos concretos dentro do funcionalismo público português.
4. Cada vez mais tenho a certeza que neste país só se safa que opta por caminhar por esquemas paralelos.
O Efromovich não tinha 20 milhoezecos para dar pela TAP querem ver? Ou será que o Relvas voltou a atolar-se tanto que o governo chegou ao ponto de considerar que era melhor congelar a coisa? Ou os angolanos disseram que não, que não podia ser? Ou será que a proposta era mais um embuste deste governo para dar pérolas a porcos? Ou será que perceberam à última da hora que a TAP, bem gerida, poderá constituir-se um activo de excelência para o futuro do Estado?