Jogo da Pro A francesa entre Rouen e Boulogne-Sur-Mer. A poucos segundos do fim do jogo, o treinador do Rouen Laurent Sciarra custou a derrota da sua equipa ao tentar roubar a bola a um jogador adversário!
Jogo da Pro A francesa entre Rouen e Boulogne-Sur-Mer. A poucos segundos do fim do jogo, o treinador do Rouen Laurent Sciarra custou a derrota da sua equipa ao tentar roubar a bola a um jogador adversário!
Parece que a verdade veio ao de cima.
Confesso que tirei alguns dias de meditação (e também algumas notas) para me poder pronunciar devidamente neste caso. Perante muitos comentários que recebi aos posts (ver aqui, aqui, aqui e aqui) que escrevi neste blog sobre o “esquema armstrong” (penso que não há problema em catalogar toda esta problemática como um esquema dadas as peças que foram postas no terro e a confissão do Texano) parece que eu é que tinha razão.
Segundo os mesmos comentários (fazendo um sumário breve), esta questão era tudo fruto da minha cabeça. Era o ódio que sentia a Armstrong. Era o facto de não perceber de ciclismo. Era o facto de não perceber os meandros do doping. Era o facto de não reconhecer que Armstrong era o melhor de sempre. Era o facto de não perceber que o ciclismo, pela extensão e dureza das etapas, era um esforço desumano que só poderia resultar em dopagem dos atletas. Era o trauma de ter sido adepto de Ullrich, Indurain e Mayo. Era a casmurrice de acreditar que a rede era internacional e que existiam subornos à União Ciclista Internacional, às agências anti-dopagem e à organização do Tour para que fechassem os olhos ao doping da US Postal\Discovery Channel. Era portanto, fruto da minha cabeça, uma portentosa teoria da conspiração por ter sido um adolescente “recalcado” (adoptando a linguagem de um dos comentários que poderão ver nesses posts) por ter visto Armstrong ganhar tantas vezes…
Vi e revi a entrevista. Parei várias vezes a meio para tirar notas. Concluo.
Considero que Armstrong foi um ser humano gigante em duas ocasiões. A primeira, quando venceu um cancro que lhe dava 6 meses de vida e cujas metastases chegaram ao cérebro. A segunda, quando finalmente, envolto numa tremenda mentira, decidiu sentar-se ao pé de Oprah Winfrey (desde já muito bem escolhida pelo dito para efectuar a entrevista visto que Oprah mesmo com um traste como Armstrong tem um mediatismo tal que pode transformar o maior escândalo em ouro e como tal permitir que talvez suavisem o castigo aplicado ao ex-ciclista) e confessar a verdade. Foi bom para Armstrong admitir a culpa, contar a verdade e contar todos os processos que envolveram esta problemática, sendo que foi uma atitude sensata contar inclusive o episódio onde pediu ao filho para não o defender mais das acusações que sobre si pendiam. Foi muito cavalheiro da sua parte e repõe tudo aquilo que suspeitava: as 7 edições do Tour que ganhou são falsas, não existem por completo.
Todavia, estas confissões não abrilhantam aquilo que foi uma fraude sem precedentes na história do desporto e não limpam outros problemas na modalidade que derivaram deste problema.
Armstrong não quis acusar ninguém. Não acusou os colegas de equipa, os responsáveis, o staff clínico. Tampouco acusou Michelle Ferrari, aquele que estará por trás de muitos casos de doping no desporto mundial. Estivemos perante uma confissão que se irá arrastar ad-eternum para a vida do homem Armstrong. Mas o homem Armstrong só poderá realmente devolver a verdade quando começar a confessar quem é que está por trás destas redes internacionais de doping. Não o deve fazer para seu bem ou para sua salvação, visto que o seu caso não tem salvação. Deve-o fazer sim para bem da modalidade e para bem da verdade desportiva.
A confissão de Armstrong reforça a minha opinião: Miguel Induráin foi o melhor de sempre. Sem doping.
A confissão de Armstrong não limpa nem resolve um dos principais celeumas na modalidade (em particular) e no desporto em geral: poderá no futuro autorizar-se as transfusões de sangue e considerá-las legais para atletas de alta competição? É assim: antes de haver anfetaminas, EPO, diuréticos e todas as drogas que se utilizam regularmente por atletas de alta competição para aumentar o metabolismo e a performance em altas competições internacionais, já existia a transfusão de sangue como “substância dopante” – aliás, se atendermos a esta questão particular, as transfusões de sangue são autorizadas em várias modalidades. No futebol são autorizadas e já causaram problemas quando, entre 2004 e 2007, aquando da sua passagem pelo Chelsea, Arjen Robben negava-se (por ser de uma religião fundamentada na doutrina calvinista) a dar sangue na pré-temporada da equipa (a pré-temporada feita em sítios a alta altitude, devido ao efeito de eritopoetina elevada e consequente aumento de hemoglobinas disponíveis, aumenta a capacidade de ligação do oxigénio aos tecidos musculares quando injectado numa fase de temporada em que o ciclo de oxigenação é mais lento e o atleta se sente mais cansado). No ciclismo, a UCI não permite transfusões de sangue e cataloga-as como substâncias dopantes. Se por um lado, o atleta que as usa está a jogar de forma suja perante aqueles que se negam a usar, e os que usam apresentam-se em condições metabólicas diferentes dos que se negam a usar, por outro lado, é considerável que as transfusões de sangue não são um método não-natural de dopagem e cabe ao atleta dar consentimento ou não para as receber.
Mas continuo a dizer que este problema não “lava outros problemas” que surgiram na modalidade.
Não lava o alpe d´huez onde Armstrong venceu Pantani, o melhor trepador de sempre com um ritmo avassalador, impróprio para qualquer dos grandes trepadores da história da modalidade. Falando em Pantani. Enquanto Armstrong negava sistematicamente (em forma de ataque, como confessou a Oprah) o uso de substâncias dopantes ou recurso a transfusões sanguíneas, as autoridades desportivas perseguiam Pantani com suspeitas, processos e castigos, impedindo o atleta de competir, até, ao dia 14 de Fevereiro de 2004, dia em que o “Pirata”, depois de vários internamentos por depressões profundas por não poder competir, decidiu por término à vida. Enquanto Armstrong negava aos sete ventos o recurso a métodos dopantes, o seu maior rival no Tour, Jan Ullrich, passou anos em depressões, esgotamentos, e chegou mesmo a tentar o suicídio, que, seria impedido por um dos seus colegas de equipa na Deutsche Telecom\T-Mobile Andreas Kloden. No caso de Pantani, e como isto não deixa de ser delicioso, o primeiro processo movido pela justiça italiana aconteceu precisamente 2 meses antes da primeira Volta à França ganha pelo americano. Curiosidade: no Giro de Itália Pantani era expulso pelo uso (não taxativo) de EPO depois de um controlo anti-doping quando, 2 meses depois, como veio a provar a investigação movida pela USADA, tal teste não se fazia na Volta à França. Isto remete-me para a inevitável pergunta: o escândalo Festina já tinha abalado a prova organizada por Jean-Marie LeBlanc nos anos anteriores. Sabendo que a US Postal usava métodos dopantes, não quis o antigo director do Tour encobrir esse mesmo uso para que a prova não perdesse espectacularidade nos anos das vitórias de Armstrong, ou de facto, houve movimentações por parte da equipa Norte-Americana para encobrir esse uso junto da organização francesa?
A investigação da USADA decorreu com base no depoimento de vários companheiros de Armstrong. Hincapie, Landis, Leipheimer, Hamilton, Franky Andreu, Beltran e Rubiera foram os primeiros a chegar-se à frente para denunciar o esquema da equipa e Armstrong. A justiça norte-americana, funcionando à base dos terríveis acordos como moeda de troca para os chibos, não queria mostrar serviço com a raia miúda da equipa e aproveitou-se de testemunhos de gente que se dopou tanto como Armstrong para apanhar exclusivamente o texano. Os que denunciaram não tiveram problemas com a justiça mas no entanto voltou-se a verificar que a justiça norte-americana foi cega e apenas quis mostrar serviço com alguém cujo mediatismo indicaria que a justiça norte-americana pode ter uma bela face quando não a tem.
Por cada situação de doping que é apanhada, 2 outras passam despercebidas.
O ciclistas Riccardo Riccó, vencedor de algumas etapas do Tour em 2008 foi expulso da prova a meio depois de ter sido detectado num controlo a presença de EPO de 3ª geração (CERA, Continuous Erythropoiesis Receptor Activator, uma variante da Erythopoeitina, hormona que controla a produção de glóbulos vermelhos e que aumenta de forma significativa a performance de atletas) enfrentou um processo na justiça italiana onde afirmou a dualidade antagónica dos testes anti-doping que se fazem em Espanha e em Itália. Ricco disse: “sei de fonte segura em que em Itália 8 a cada 10 testes de atletas dopados dão positivo e esses atletas sofrem consequências da prática. Em Espanha, não só não se fazem testes com o referido rigor, como os atletas não avisam onde estão a treinar como ainda apenas 1 em 10 são apanhados nas malhas do doping” – mais claro não poderia ser o antigo atleta da Saunier Duval. A Operación Puerto, movida em 2006 pelas autoridades espanholas à rede do Dr. Eufemiano Fuentes não poderia ser mais conclusiva quanto à rede de clientes que o médico da antiga equipa ONCE movia em várias modalidades. Ironia das ironias, pensava-se na altura que Jan Ullrich seria um dos clientes do médico espanhol, facto que até hoje nunca se veio a provar. Armstrong atacava em vários lados para se defender do seu próprio erro?
Recentemente, o tenista Belga Christopher Rochus acusava na Austrália que no Ténis “haviam lesões muito estranhas” que indiciavam o uso de substâncias dopantes, acusando os nomes do Sueco Robin Soderling e o Espanhol Rafa Nadal. Não seria portanto proveitoso para a verdade desportiva que Armstrong abrisse a arca de pandora às autoridades sobre os nomes que controlam a rede internacional de fornecimento de substâncias dopantes?Lanço a pergunta.
Lanço uma outra: e havia uma rede de transporte de sangue e uma data de payrolls envolvidos, não seria suposto a UCI “devido às regras de acompanhamento da luta antidoping” saber onde armstrong estava e efectuar controlos surpresas? Porque não o fez?
Com todas estas afirmações, não é só Lance Armstrong que sai derrotado. É toda a modalidade que sai derrota. Isto acontece precisamente na antecâmara de decisões por parte do Comité Olímpico Internacional para as modalidades que serão cartaz nos próximos jogos olímpicos, havendo uma especulação de que o COI não será brando com a modalidade e poderá avançar com a exclusão das provas de ciclismo nos Jogos do Rio de Janeiro. O que de facto, pela espectacularidade que as provas trazem aos amantes da modalidade, será uma profunda desilusão.
Para finalizar, a decisão da LiveStrong. Armstrong ficou sem nada. Os patrocínios sumiram. A competição também. A fundação movimenta algo como 65 milhões de dólares por ano, podendo-se dizer que é das fundações mais profícuas ao nível mundial na luta contra o cancro. A direcção da fundação temeu (aceito de forma compreensível) que a nota de culpa do seu fundador pudesse ter influência na recepção de donativos e decidiu arredá-lo das operações. Lance Armstrong tornou-se o pior exemplo ao nível de práticas desportivas que a história conhece. Mas como foi focado na entrevista, existe algo que jamais lhe poderão retirar: a incrível luta pela sobrevivência a um cancro mortal.
Grupo A:
(os comentários dos brasileiros são demais)
Na re-edição das últimas finais do campeonato PAN-Americano (desta feita num Mundial), o Brasil venceu a Argentina na 2ª jornada deste grupo. De nada valeu portanto a vitória dos Argentinos contra Montenegro: tendo a Alemanha perdido com a Tunísia hoje e a França ganho a Montengro, uma vitória dos Argentinos seria o equivalente a dizer que podiam dar-se ao luxo de empatar com os Alemães para passar o grupo desde que vencessem pelo menos os tunisinos. Sendo assim, a França lidera e o 2º classificado será decidido no cruzamento de jogos existente entre Brasileiros, Alemães, Tunisinos e Argentino sendo que cabe à Alemanha (em teoria) a superioridade.
Do jogo: o ponta Fernando José Pacheco (EC Pinheiros – Liga Brasileira) marcou 8 golos em 11 remates e foi o grande jogador desta partida. De salientar um último aspecto: os Argentinos tem meia dúzia de jogadores a actuar na europa, sendo que 4 actuam na Liga Asobal e dois na Liga Francesa, enquanto os Brasileiros apenas tem um jogador a actuar no Naturhouse La Rioja (ASOBAL).
Surpresa do dia. A Tunísia bateu a Alemanha por 26-24 num jogo em que vi o final em directo. Uma característica Alemanha, incapaz de segurar os ímpetos de primeira linha dos Tunisinos e com muitas dificuldades em praticar o seu característico rápido jogo de contra-ataque. Mais uma vez ficou vincada a agressividade defensiva desta equipa do Magreb que ontem já tinha ameaçado uma surpresa contra a França.
a França bateu Montenegro por 32-20 sem espinhas com 10 golos a serem alcançados em contra-ataque. Os campeões olímpicos em título lideram o grupo.
Grupo B:
Diz tudo sobre o bom jogo realizado pelas duas equipas que irão decerto passar este grupo.
Nos outros jogos, a Islândia cilindrou o Chile por 38-23 e a Macedónia venceu o Qatar por 34-30.
Amanhã joga-se a 2ª jornada dos grupos C e D:
O Grupo C arranca às 14:45 com um interessante Eslovénia vs Coreia do Sul, prossegue às 17 horas com aquele que será o jogo do dia (Bielorussia vs Sérvia) e termina às 18:45 com um Polónia vs Arábia Saudita.
O Grupo D arranca às 15:45 com um Argélia vs Croácia (mais um passeio para os croatas), prossegue às 18 com um Espanha vs Egipto (jogo cauteloso para os espanhóis) e termina às 20 e 15 com um Austrália vs Hungria.
Grupo C: Sérvia 31-22 Coreia do Sul
Polónia 24-22 Bielorussia
Os 8 golos de Siarhei Rutenka (Barcelona) foram insuficientes para evitar a derrota da Bielorussia frente à Polónia.
Grupo D:
Jogo de abertura. Caja Mágica, pavilhão do basquetebol do Real Madrid. 12 mil pessoas na assistência, cerca de 70% da lotação da Caixa. A Argélia (assim como todas as equipas do Magreb) costumam ser adversários chatos (que o diga a campeã olímpica França que horas mais tarde suou para levar de vencida a Tunísia) não pela sua capacidade ofensiva (muito longe do poderio dos europeus) mas pela sua defesa agressiva. A Argélia (uma vez Portugal teve que suar bastante no Mundial de 2001 para bater esta selecção) costuma adoptar uma postura defensiva de defesa 6-1 subida, muito agressiva, empurrando os adversários para fora dos 9 metros (o central chega a operar nos 12 metros), factor que baralha por completo as contas ao andebol europeu. A Espanha não tremeu e venceu tranquilamente por 27-24.
Grupo A
Regresso da Alemanha ao convívio dos grandes com uma vitória estrondosa sobre o emergente Brasil por 33-23. O lateral Steffen Weinhold (SG Flensburg-Handewitt) foi o melhor marcador do encontro com 7 golos.
A única surpresa do dia: a Argentina bateu Montenegro por 28-26 no primeiro jogo deste novo país europeu num campeonato do mundo. Há um aspecto que devo salientar: Montenegro está neste campeonato do mundo não pelo seu talento, mas pela dificuldade que é jogar em sua casa nas qualificatórias. Por norma, os Montenegrinos recebem os adversários em pavilhões pequenos, sem condições e onde é inclusive permitido fumar. Chegou a haver um jogo de Portugal para a fase de qualificação para o europeu de 2012 onde dentro do pavilhão que acolhia o jogo entre as duas selecções estavam 40 graus.
A vitória dos Argentinos foi destaque na página do Diário Desportivo Olé.
O melhor marcador da partida (Amine Bennour com 7 golos) engana por completo aquele que é considerado já o melhor guarda-redes de sempre (Thierry Omeyer).
Vida complicada para os Franceses neste jogo inaugural:
Noutros jogos:
No Grupo B. a Dinamarca de Mikkel Hansen estreou-se com uma goleada perante o Qatar de 41-27, a Rússia bateu a Islândia por 35-30 e a Macedónia suou para bater o Chile por 30-28 e precisou muito da inspiração da sua vedeta Kiril Lazarov (Atlético de Madrid)
No Grupo C, a Eslovénia bateu confortavelmente a Arábia Saudita por 32-22.
No Grupo D a poderosa Croácia esmagou a Austrália por 36-13.
Amanhã há:
Grupo A: Derby regional entre Argentina e Brasil, Alemanha vs Tunísia e Montenegro vs França (respectivamente por estas horas 14, 16:20 e 18:30)
Grupo B: Chile vs Islândia, Qatar vs Macedónia e Dinamarca vs Rússia, sendo que este último jogo irá decidir já quem vencerá este grupo. Passam aos quartos-de-final da prova as duas primeiras de cada grupo, sendo as restantes enviadas para a lutar entre o 9º e o 24º lugar. (estes jogos realizam-se às 14:45, 17 horas e o Dinamarca vs Russia pelas 19:15)
Hollande prepara-se para taxar em 75% todas as pessoas que aufiram anualmente rendimentos superiores a 1 milhão de euros, Rajoy pondera taxar as mais-valias, Cameron e Monti já o fizeram. No caso francês, como tem sido especulado pela comunicação social gaulesa, até o mais rico dos franceses e 4º mais rico do mundo (Bernard Arnault; proprietário da Luis Vuitton Moet Hennessy) já está a fazer planos para poder ter dupla nacionalidade, neste caso a Belga, porque a carga fiscal da Bélgica é bastante inferior à da Francesa. Um pouco à medida do que Alexandre Soares dos Santos fez ao mudar as empresas do grupo Jerónimo Martins para a Holanda, fixando as suas mais-valias numa residência fiscal mais baixa do que a Portugal, o que não impede porém que estas tenham que pagar impostos em Portugal em sede de IRC. As mais-valias, essas, já estão ao fresco no país das Tulipas não vá o desgarrado Passos Coelho lembrar-se daquilo que já deveria ter sido feito há muito.
Em Portugal, a decisão de mais austeridade por parte de Passos Coelho não surpreendeu ninguém. As soluções passam exclusivamente por tirar a quem já não o tem. As soluções passam por empurrar para a miséria milhares dos seus cidadãos, em prol da redução do défice das contas públicas e de um desenvolvimento económico que a continuar assim, será a miragem de um oasis no meio do deserto. Daqueles oasis, exemplificando, cujo sedento no deserto, em situação de emergência, tenta correr o mais rápido que pode para chegar lá, mas cuja ilusão faz com que se aperceba minutos depois de que tudo não passou de um trick da sua própria imaginação em situação de emergência.
A crise volta a tocar no bolso dos trabalhadores. Será que nenhum dos “experts” do governo consegue perceber as consequências destas novas medidas? Será que ninguém consegue perceber que a redução dos orçamentos familiares levará a um decréscimo do (desde já decrépito) consumo interno? E que o decréscimo do consumo interno levará a que as empresas não consigam escoar os seus stocks e tenham que rever em baixa as suas metas ao nível de planeamento para depois despedir em prol da sustentatibilidade da própria empresa? E que o decréscimo do consumo interno leva imediatamente à diminuição de receitas nos cofres dos estados? E que o desemprego em massa não só leva a que ninguém produza, como à situação em que não existe consumo, como ainda a um aumento ao nível das prestações sociais asseguradas pelo estado?
Onde é que está a dificuldade em tirar aos mais ricos para dar e baralhar? Qual é a finalidade de criar assimetrias de rendimento entre uma pequena falange de portugueses (a classe proprietária) e a maioria dos cidadãos (os trabalhadores)? Baralhar e dar. Será que ninguém é capaz de dizer neste país que uma taxa considerável sobre as mais-valias daqueles que tem fortunas abissais poderá servir para que o estado possa fomentar mais a iniciativa privada em certos sectores de produção, sectores esses que poderão gerar mais lucro a essas mesmas pessoas num futuro próximo? Ninguém é capaz de dizer que a missão estatal será a de produzir bem estar para o povo e não a de preservar a riqueza de uns em prol da desgraça de outros? Ninguém consegue explicar em São Bento que o governo é eleito para representar os interesses do eleitorado e não para preservar a riqueza dos que mais tem? É certo, governos elegem-se porque alguém trabalha para isso. Esse alguém é claramente quem tem pretensões a receber benefícios do governo e esse alguém não são decerto os trabalhadores. Ou pelo menos, não o são em Portugal.
Com este governo estamos a andar para trás. A loucura desmesurada com a correcção do erário público levará a uma situação de descontrolo económico. Quem pensa em investir num país com trabalhadores descontentes, asfixiados em impostos, pisados por gerações de governantes? Quem pensará em investir num país onde o trabalhador chega ao emprego a pensar como é que vai pagar o empréstimo bancário ou como é que vai esticar a última do mês para dar de comer aos seus filhos? Quem é que vai colocar o seu rendimento no prelo num país onde a descrença fomentada pelas políticas experimentais de organizações falhadas nos seus propósitos e nas alterações ruinosas feitas aos seus propósitos (na década de 70; convido-vos a ler a fundo a história das instituições de Bretton Woods) faz com que a juventude não ouse pensar no futuro? Quem é que vai investir em país onde o investimento em tecnologia e conhecimento é nulo?
Outro facto curioso deste país é que não só não se é capaz de ir buscar a quem o tem (e a quem roubou desmesuradamente os seus trabalhadores, caso desse tal de Alexandre Soares dos Santos) como o estado ainda tem que servir de bengala aos seus investimentos. Casos dos Roquetes, dos Belmiros, dos Amorim´s deste mundo que só iniciam um novo investimento se houverem contra partidas e regalias por parte do estado. E esta é a mais pura verdade. O estado português gera clientelismo. Este clientelismo não vem da classe pobre mas sim da classe rica, ao contrário do que muitos cientistas políticos ousam afirmar em praça pública.
Não sei o que o futuro deste país reserva-nos a nós portugueses. Sei de uma coisa: os ricos que fiquem cá com o burgo que ficam bem. Maior parte de nós pensa noutras paragens. E pensa bem.
Por Bradford DeLong, antigo subsecretário do Tesouro Norte-Americano e actual professor universitário em Berkeley
“Quando Alexis de Tocqueville, político e filósofo moral francês, publicou em 1835 o primeiro volume do seu Democracia na América, fê-lo porque pensava que a França estava em grandes apuros e que poderia aprender muito com a América. Por isso só podemos perguntar-nos o que teria pensado da Convenção Nacional Republicana em Tampa, Florida.
Para Tocqueville, o apetite pelo poder centralizado demonstrado pelos monarcas Bourbon absolutistas, seguidos pela Revolução Francesa e pelo Império de Napoleão, destruíra tanto o bem como o mal existentes na ordem neo-feudal Francesa. Décadas mais tarde, a nova ordem ainda não tinha estabilizado.
Na imaginação de Tocqueville, pelo menos, os intervenientes na ordem antiga eram resolutos na protecção das suas liberdades individuais e zelosos das suas esferas de independência. Compreendiam que estavam imersos numa teia de obrigações, poderes, responsabilidades, e privilégios que era tão grande como a própria França. Entre os Franceses de 1835, contudo, “a doutrina do interesse próprio” produzira “egotismo… não menos cego.” Tendo “destruído uma aristocracia,” os Franceses “dedicavam-se a vistoriar as suas ruínas com complacência.”
À França “doente” de 1835, Tocqueville contrapunha a América saudável, onde o apego à ideia de que as pessoas deviam perseguir os seus interesses individuais não era menos forte, mas era diferente. A diferença, pensava, era que os Americanos entendiam que não poderiam florescer sem que os seus vizinhos também prosperassem. Assim, os Americanos perseguiam os seus interesses individuais, mas de um modo que era “justamente entendido.”
Tocqueville notou que “os Americanos gostam de explicar… [como o] cuidado com eles próprios os impele constantemente a ajudar os outros, e os inclina a sacrificar voluntariamente uma porção do seu tempo e da sua propriedade ao bem comum.” Os Franceses, pelo contrário, enfrentavam um futuro em que “é difícil prever até que ponto de excessos estúpidos o seu egotismo os pode levar,” e “em que desgraça e misérias se mergulhariam, antes de terem de sacrificar alguma parte do seu próprio bem-estar pela prosperidade dos seus semelhantes.”
Para Tocqueville, a doença da França de 1835 provinha do seu património Bourbon de um governo do topo para a base, de comando e controlo, enquanto a saúde de América consistia no seu governo da base para o topo, na sua democracia participativa. Dê-se à comunidade local controlo suficiente sobre os seus próprios assuntos, defendia Tocqueville, e “veremos imediatamente… a estreita ligação que une o interesse privado ao geral.” Foi a “liberdade local que levou um grande número de cidadãos a valorizar a afeição dos seus vizinhos e dos seus iguais, que perpetuamente une os homens, e que os força a ajudarem-se, apesar das inclinações que os separam.”
Passaram quase dois séculos desde que Tocqueville escreveu a sua obra magistral. A ligação entre o interesse geral e o interesse privado dos cidadãos Americanos tornou-se, no mínimo, muito mais forte, mesmo que o seu interesse privado esteja ligado a uma caixa postal nas Ilhas Caimão. Na verdade, na última geração não foram feitas fortunas a partir de capital privado, sem investimentos ou transacções no próspero núcleo industrial Norte-Atlântico da economia mundial.
Mas os mecanismos de que os cidadãos dispõem para se unir aos seus vizinhos imediatos, numa acção política que faça alguma diferença nas suas vidas, tornaram-se muito mais fracos. Se, digamos, 25% das 1.000 residências nos 30 quarteirões do “bairro digital” de Brookside em Kansas City, Missouri, fizerem pré-assinaturas, a Google dará a todos os 1.000 a oportunidade de usufruir muito depressa de um serviço de Internet muito barato e muito rápido. Mas essa é a proverbial excepção que confirma a regra.
E os Republicanos reuniram-se em Tampa para celebrar a regra – para dizer que a América que Tocqueville viu já não existe: os Americanos já não acreditam que a fortuna dos ricos dependa da prosperidade dos outros. Ao invés, os ricos devem a sua fortuna apenas à sua própria sorte e esforço. Os ricos – e só os ricos – “construíram” o que têm. A disponibilidade para sacrificar alguma parte do seu interesse privado pelo apoio ao interesse público fere as almas e as carteiras do 1%.
Talvez a maré moral e intelectual mude, e a América permaneça excepcional pelas razões que Tocqueville identificou há dois séculos. De outro modo, Tocqueville certamente diria hoje dos Americanos aquilo que disse então dos Franceses. A diferença principal é que se tornou demasiado fácil “prever a que ponto de excessos estúpidos o seu egotismo os pode levar” e “em que desgraça e misérias se mergulhariam.”
que o presidente Francês reconheça que o estado terá que rever a sua posição nos impostos que cobra por cada litro de gasolina ou gasóleo face à subida de preço dos mesmos, para que a procura do bem não desça e com ela também não desça a procura interna do país e as receitas que o estado arrecada com a venda.
Cá em Portugal…
William Accambray, lateral-esquerdo do Montpellier.
Suécia vs França em directo na RTP 1. Tem sido uma delícia para mim ver este torneio olímpico do qual escreverei mais tarde.
O Dream Team arrasa tudo o que agarra:
A Nigéria provou recorde olímpico ao nível de pontos sofridos. Carmelo Anthony, LeBron James e Anthony Davis passearam a altíssimo nível. O homem dos Knicks fez 37 pontos em apenas 14 minutos de utilização. Não é que a Nigéria tenha jogado mal. Para uma equipa da sua dimensão portou-se bastante bem. Não havia era nada a fazer contra aquela força desigual.
A outra selecção do grupo (Tunísia) também haveria de ser esmagada por 110-63.
A própria França, calejada com vedetas da como Joakim Noah, Tony Parker ou Nicolas Batum foi impotente na 1ª jornada do grupo A do Torneio Olímpico.
A Lituânia conseguiu hoje quebrar o furacão Norte-Americano, perdendo por apenas 5 pontos (94-99). Amanhã, os Norte-Americanos tem o seu teste de fogo frente à Argentina de Ginobili.
Ainda no Grupo A:
1. A França venceu a Argentina por 71-64 e a Lituânia por 82-74 mas sentiu dificuldades perante a Tunísia, vencendo a equipa africana por apenas 4 pontos de diferença. (73-69). Os Franceses e Argentinos estão apurados. À Lituânia bastará um empate contra a Tunísia ou até a derrota caso a Nigéria não vença a França.
No Grupo B:
1. Percurso interessante da Rússia. Venceu a Grã-Bretanha e a China com grande folga, o Brasil (2º no grupo) por 1 ponto e a Espanha por 3, num jogo em que o seleccionador russo fez uma marcação apertada aos irmãos Gasol (anulando por completo o forte jogo interior dos espanhóis) e em que jogadores como Viktor Krhyapa (já alinhou nos Bulls) ou Timofey Mozgov (jogadores que tem alguma experiência de NBA pois já lá actuaram nas épocas passadas) estiveram de mão quente no ataque russo.
2. A Espanha de Scariollo está a sentir muitas dificuldades em impor o seu jogo nestes Jogos. A derrota contra a Rússia e as magras vitórias sobre Austrália (82-70) e Grã-Bretanha (79-78) não tem dado bons sinais para a fase final. O jogo de amanhã contra o Brasil será fulcral para os espanhóis perceberem se estão à altura da final contra os Norte-Americanos ou não.
O novo Dream Team iniciou o torneio de basquetebol com uma vitória sobre a França por 98-71. Deron Williams e Kevin Durant marcaram 22 pontos cada.
A edição do tour, como não poderia deixar de ser, já ficou manchado por casos relacionados com o doping.
Nos dois dias de descanso, dois controlos surpresa por parte de técnicos especializados da UCI (federação internacional de ciclismo) colectaram duas recolhas muito suspeitas: no primeiro dia de descanso a Remy Di Gregório da Cofidis e no 2º ao luxemburguês Franck Schleck, líder da Radioschack-Nissan que ocupava o 12º lugar na geral.
Schleck acusou uma substância proibida chamada Xipamine, um diurético, que no mundo do ciclismo poderá servir para disfarçar ou esconder uma outra designada por EPO (cera de 3ª geração), substância que serve para aumentar o rendimento do ciclista através da aceleração do seu metabolismo.
Schleck poderia continuar em prova, de acordo com a organização do Tour. O Luxemburguês acabou por sair da prova pelo seu pé, afirmando que foi “envenenado” – a desculpa do costume. A desculpa do Luxemburguês foi claramente pior que a desculpa mais esfarrapada que alguma vez ouvi num caso de doping, caso da desculpa de Fernando Couto, que, aquando de um controlo positivo a nandrolona em 2000 quando estava ao serviço da Lazio afirmou que a substância vinha do uso de um “shampoo”.
Schleck já pediu uma contra-análise à UCI e arrisca-se (em novo controlo positivo) a uma suspensão que vai até aos 2 anos.