O gesto pouco ortodoxo de Jordi Alba aquando do golo de Lionel Messi junto à claque do Real Madrid (Ultra Sur)
Uma desbunda de futebol! O voo de Santillana no prolongamento a dar a passagem à final ao Real! Provavelmente a meia final de UEFA com mais vedetas da história do futebol: Santillana, Manuel Sanchis, Chendo, Butragueño, José António Camacho, Gordillo, Hugo Sanchez e Michel no lado do Madrid. Destes todos só vi jogar Sanchis. Era um líbero à moda antiga. Não era muito rápido, contrastando por exemplo com o colega de “zaga” no final da sua carreira (Fernando Hierro, a locomotiva) mas era um central muito inteligente no posicionamento e muito forte no desarme.
No lado do Inter: Zenga, Bergomi, Tardelli, Altobello e Karl Heinz-Rummenigge. De todos estes também só vi actuar Bergomi, já no final da sua carreira nos anos 90, não como defesa esquerdo mas como líbero. Em conjunto com Franco Baresi (Milan), Danny Blind (Ajax) e Marcel Desailly, foram os melhores centrais da década. De Rummenigge tenho o testemunho do meu pai que o viu actuar na Suiça ao serviço do Servette de Genebra, numa fase muito adiantada da sua carreira, ironicamente já como líbero à moda Beckenbaueriana.
quando as balizas contrárias já não o satisfazem…
Grupo C: Sérvia 31-22 Coreia do Sul
Polónia 24-22 Bielorussia
Os 8 golos de Siarhei Rutenka (Barcelona) foram insuficientes para evitar a derrota da Bielorussia frente à Polónia.
Grupo D:
Jogo de abertura. Caja Mágica, pavilhão do basquetebol do Real Madrid. 12 mil pessoas na assistência, cerca de 70% da lotação da Caixa. A Argélia (assim como todas as equipas do Magreb) costumam ser adversários chatos (que o diga a campeã olímpica França que horas mais tarde suou para levar de vencida a Tunísia) não pela sua capacidade ofensiva (muito longe do poderio dos europeus) mas pela sua defesa agressiva. A Argélia (uma vez Portugal teve que suar bastante no Mundial de 2001 para bater esta selecção) costuma adoptar uma postura defensiva de defesa 6-1 subida, muito agressiva, empurrando os adversários para fora dos 9 metros (o central chega a operar nos 12 metros), factor que baralha por completo as contas ao andebol europeu. A Espanha não tremeu e venceu tranquilamente por 27-24.
Grupo A
Regresso da Alemanha ao convívio dos grandes com uma vitória estrondosa sobre o emergente Brasil por 33-23. O lateral Steffen Weinhold (SG Flensburg-Handewitt) foi o melhor marcador do encontro com 7 golos.
A única surpresa do dia: a Argentina bateu Montenegro por 28-26 no primeiro jogo deste novo país europeu num campeonato do mundo. Há um aspecto que devo salientar: Montenegro está neste campeonato do mundo não pelo seu talento, mas pela dificuldade que é jogar em sua casa nas qualificatórias. Por norma, os Montenegrinos recebem os adversários em pavilhões pequenos, sem condições e onde é inclusive permitido fumar. Chegou a haver um jogo de Portugal para a fase de qualificação para o europeu de 2012 onde dentro do pavilhão que acolhia o jogo entre as duas selecções estavam 40 graus.
A vitória dos Argentinos foi destaque na página do Diário Desportivo Olé.
O melhor marcador da partida (Amine Bennour com 7 golos) engana por completo aquele que é considerado já o melhor guarda-redes de sempre (Thierry Omeyer).
Vida complicada para os Franceses neste jogo inaugural:
Noutros jogos:
No Grupo B. a Dinamarca de Mikkel Hansen estreou-se com uma goleada perante o Qatar de 41-27, a Rússia bateu a Islândia por 35-30 e a Macedónia suou para bater o Chile por 30-28 e precisou muito da inspiração da sua vedeta Kiril Lazarov (Atlético de Madrid)
No Grupo C, a Eslovénia bateu confortavelmente a Arábia Saudita por 32-22.
No Grupo D a poderosa Croácia esmagou a Austrália por 36-13.
Amanhã há:
Grupo A: Derby regional entre Argentina e Brasil, Alemanha vs Tunísia e Montenegro vs França (respectivamente por estas horas 14, 16:20 e 18:30)
Grupo B: Chile vs Islândia, Qatar vs Macedónia e Dinamarca vs Rússia, sendo que este último jogo irá decidir já quem vencerá este grupo. Passam aos quartos-de-final da prova as duas primeiras de cada grupo, sendo as restantes enviadas para a lutar entre o 9º e o 24º lugar. (estes jogos realizam-se às 14:45, 17 horas e o Dinamarca vs Russia pelas 19:15)
Quando em 2007 Bernd Schuster tomou conta do destino do Real Madrid, uma das primeiras perguntas que fiz a mim mesmo foi precisamente: não me lembro de ter visto Schuster jogar. Até que por ironia do sorteio da Liga Europa, Bayer Leverkusen e Benfica irão defrontar-se e, como não podia deixar de ser, a imprensa deu destaque a este magnífico jogo que remonta à época 1993\1994. Afinal vi Schuster jogar.
Lembro-me deste jogão com alguma clareza até porque estava a torcer pela equipa dos farmacêuticos. A equipa do Benfica, com Schwarz, Kulkov, Yuran, Valdo, Ailton, Abel Xavier, Rui Costa, João Vieira Pinto entre outros, comandada por Toni (o que é que tu queres caralho? Não é falta do Assam caralho?) era uma super equipa e acabou de resto por vencer o campeonato nesse ano. Do outro lado Paulo Sérgio (veio a protagonizar um dos melhores ataques da história do futebol no Bayern de Munique anos mais tarde com Neuville, Jancker, Zickler e Giovanne Elber) Schuster e aquela máquina de golos que a minha memória já me tinha varrido: o panzer Ulf Kirsten.
Ver de novo estas imagens causa-me uma enorme dicotomia: se é certo que actualmente presencio a uma das épocas de ouro do futebol (já começa a ser inquantificável a panóplia de jogadores habilidosos no futebol actual), também é certo que recordo com saudades estes tempos em que o futebol (nacional e internacional) chegava a conta gotas a nossa casa por via das transmissões da RTP 1 e 2 (liga, competições europeias e um joguito da Premier na 1 e na 2 ao sábado à tarde) e posteriormente (já no final da década de 90) pela SIC (alguns jogos da Taça, do campeonato e de ligas estrangeiras nas tardes de semana) e TVI (as habituais noites de domingo em que a estação de Queluz nos brindava com um jogo em diferido da Liga Espanhola e da Serie A). Ainda num destes dias comentei isso com o João Borba: com a revolução das telecomunicações, é raro um dia em que não tenhamos um bom jogo de futebol para ver e temos todas as ferramentas de informação para seguir as incidências do futebol ao minuto. Naqueles tempos, chegávamos até a ver o Sporting para as competições europeias no café pois quando jogava fora apenas conseguíamos apanhar o directo numa televisão estrangeira (lembro-me que em 1994\1995 vi no café do Ti Eduardo o Sporting a jogar em Santiago Bernabéu contra o Real Madrid de Laudrup e Zamorano) e conheciamos os jogadores praticamente por cromos e para sabermos o andamento da coisa tínhamos que chatear o nosso avô a comprar o desportivo. De vez em quando lá os víamos jogar numa competição internacional de clubes ou selecções. A informação contudo não nos agradava porque era escassa. Mas agradavam-nos outros factores: os dias de competições europeias do nosso clube eram vividos desde o acordar até à hora do jogo com muita ansiedade assim como os derbys. Em dia de Benfica vs Sporting ou Sporting vs Porto, acordava louco porque aquele era o dia. Depois, eram as transmissões do Tovar, do Gabriel Alves, do Perestrelo, as suas expressões típicas, as suas calinadas, no caso do Tovar, a sua sabedoria de futebol, sabedoria à qual o Luis Freitas Lobo ainda terá que comer muita sopa para alcançar.
Fica a nota. Assim como fica a memória do jogo em que Rui Costa, no seu estilo elegante, fez 3 assistências.
O Real Madrid apura-se à rasca mas apura-se…
Várias notas de uma partida que fui vendo aos pedaços enquanto via em simultâneo o PSG – FC Porto:
1. Modric está a pegar de estaca no miolo do Real Madrid. Se Pirlo é para mim o melhor, se Iniesta é o 2º melhor, Modric completa o pódio. É uma delícia vê-lo girar e ziguezaguear neste meio campo do Real Madrid com aquele futebol açucarado de passe simples, passe a rasgar e criatividade que todos conheciamos de White Hart Lane. A assistência para o 2º golo é perfeita.
2. O regresso de Kaka. Mourinho conta com ele a partir de agora. O Brasileiro respondeu com uma exibição como há muito não se via. Por momentos pensei estar a ver o Kaka de 2007.
3. O Ajax. Pouco maduros mas dá para perceber que tem ali outra geração e tanto. Eriksson é o líder da banda. Centrocampista moderno, arejado e com uma visão de jogo acima do normal. Pela lógica do clube, não ficará por muito tempo na Amsterdam Arena. Outros me sobressaem à vista neste plantel do Ajax: Daley Blind, Boerigter, Sana… a ver vamos se o Ajax consegue finalmente consolidar um lugar europeu coadunante com a sua história.
4. A saída maluca de Casillas. As saídas nunca foram o seu forte. Mas merece perdão, sempre. Por cada golo mal-batido, Casillas faz 15 defesas impossíveis. É para mim, indiscutivelmente, o melhor que vi defender em toda a minha vida.
A feijões é certo, mas, Málaga e Anderlecht proporcionaram um grande espectáculo no fecho desta fase de grupos.
Duda marcou 2 golos e a Liga dos Campeões para o Málaga toma contornos muito peculiares para os jogadores lusos visto que aos 2 desta noite do internacional português juntam-se os 4 marcados por outro internacional luso: Eliseu.
O internacional sérvio Milan Jovanovic faz o golo da noite. Depois de uma experiência falhada no Liverpool, este jogador que se deu a conhecer por via do rival Standard de Liège é o autêntico patrão desta equipa de Bruxelas.
O internacional Camarones Carlos Kameni fez, pelo que vi nos highlights da partida, uma exibição muito solida contra o Anderlecht e evitou por várias vezes a vitória dos Belgas.
O azar de Helton ensombra uma exibição pouco conseguida do Porto no Parque dos Principes.
A defesa do Porto permitiu ao longo do jogo muitas brechas ao poderoso ataque do PSG. Pelas alas, essencialmente, Lavezzi, Menez e Ibra fizeram o que quiseram dos laterais do Porto. No entanto há que reconhecer a bela partida que fez Nicolas Otamendi perante o monstro que é Zlatan Ibrahimovic.
Ao contrário do que já me disseram hoje, o meio-campo do Porto esteve muito bem. Moutinho e Lucho anularam por completo a influência de Chantome na distribuição de jogo do PSG e isso notou-se a partir do momento em que o PSG praticamente só conseguiu desiquilibrar a partir de rápidos contra-ataques, onde lá está, os 3 da frente são fortíssimos (principalmente Menez e Lavezzi por serem jogadores muito rápidos e de drible fácil). O outro médio-centro dos parisienses (Matuidi) foi insuficiente para travar João Moutinho. O internacional francês correu muito mas nem sempre bem. Isso só prova a eficiência que o médio do Porto tem no jogo da sua equipa. Na frente, James fez o que pode, Varela esteve desinspirado e Jackson continuou a mostrar muito da sua raça e da sua qualidade.
Apesar do Porto ter perdido aqui um encaixe financeiro na ordem do milhão de euros, a passagem no 2º lugar trará um adversário mais acessível no sorteio dos oitavos-de-final. Valeram as excelentes exibições em 3 jogos deste grupo: PSG em casa e os dois jogos contra o Dinamo de Kiev.
Quanto ao PSG, ainda não vi grande coisa que me deslumbre. É uma equipa com muitas individualidades, é. Mas Ancelotti ainda não conseguiu construir um colectivo coeso e sinceramente não gosto da filosofia de jogo desta equipa por pecar excessivamente por um jogo típico de futebol italiano: ferrolho e contra-ataque. As individualidades da equipa praticamente que tentam remar cada um por si. O que de facto ofusca a presença, por exemplo, de um senhor no meio-campo chamado Javier Pastore. Para se tornar uma equipa mais consistente, o PSG também deveria ter um bom médio box-to-box que transporte bola. Chantome é bom jogador mas está muito aquém do potencial dos colegas da frente.
O golo do Julien Schieber (contratado ao Estugarda no Verão) coroa um jogo em que o Borussia de Dortmund aplicou um autêntico rolo compressor no Manchester City. Pela 2ª época consecutiva, os Citizens não transformam em resultados o potencial que tem. De Parabens está Jurgen Kloop. No sábado teve uma partida decisiva para a equipa a contar para a Bundesliga onde conseguiu remediar (dada a diferença pontual entre Bayern de Munique e Dortrmund na tabela classificativa) um mal menor para a equipa Vestfaliana ao conseguir um empate na Allianz-Arena, para, hoje, conseguir eliminar os campeões ingleses que terão que se contentar novamente com uma ída à fase final da Liga Europa.
Não tinha dúvidas que depois da desastrosa participação do Borussia na edição do ano passado da Champions (saiu vergado na fase de grupos com duas goleadas frente ao Marselha, que depois eliminaria o Inter com um golo de Brandão no último minuto da 2ª mão em Giuseppe Meazza) esta equipa iria dar cartas na edição deste ano, fruto de uma maior evolução da equipa e do próprio talento (muito rica em talentos) que neste momento tem. Saiu Kagawa para o United é certo, mas, a entrada de Réus (um desiquilibrador nato) e a evolução da dupla Perisic\Gundogan, rapidamente compensaram a saída do internacional Japonês para Old-Trafford.
Não tivessem os campeões russos desperdiçado tantas oportunidades de golo no jogo da 5ª jornada contra o Málaga (acabou empatado 2-2) e hoje, com esta vitória em Milão, estariam apurados para os oitavos. Allegri continua em maus lençois. Apesar do apuramento (aos tropeções, diga-se) este Milan necessita de uma reforma urgente caso queira manter-se competitivo (na Série A está a ser um autêntico desastre; salva-se apenas a vitória no clássico contra a Juventus) e Galiani já deu a entender que a reforma não passa por Allegri. Guardiola já piscou o olho ao Milan. No entanto, Allegri está a ser vítima de um embuste directivo pois está a treinar uma equipa muito jovem, muitos furos abaixo dos planteis do Milan nas últimas 5 épocas e com hora de saída previamente combinada.
O Zenit sai pela porta pequena da competição para a Liga Europa, mas, torna-se para já, para mim, o contender nº1 à vitória dessa competição. No entanto esta eliminação mostra que Spalletti terá que trabalhar mais a equipa. Para o ano acredito que o Zenit aparecerá com uma força incrível na champions caso consiga vencer ou classificar-se pelo campeonato russo.
Lendas vivas do futebol.
Ronaldo faz hoje o seu centésimo jogo ao serviço da selecção portuguesa, tornando-se de longe o jogador mais jovem a atingir esse registo. Faltam 29 jogos para Ronaldo ser o jogador mais internacional de sempre pela selecção portuguesa. O recorde pertence a Luis Figo.
Sentado na imagem, la seta rubia Alfredo Di Stéfano. O melhor extremo da história do futebol. Com uma particularidade deliciosa. Apesar de ter nascido na Argentina, como era permitido pela FIFA na altura, Di Stéfano foi internacional pela equipa das pampas por 6 vezes, 4 pela Colombia (amigáveis é certo: Di Stéfano jogou pelos Milionários de Bogotá entre 1949 e 1953) e 31 pela selecção Espanhola entre 1957 e 1961 na era em que pertencia ao glorioso Real Madrid que ganhou 5 taças dos campeões europeus consecutivas.
André Villas-Boas chegou ao Tottenham e começou a praticar a sua veia disciplinadora.
O Croata Luka Modric quer sair para o Real Madrid, mas os madrilenos ainda não chegaram apos 60 milhões que os londrinos pedem pelo “Maestro”. 40 milhões, Lassana Diarra e Ricardo Carvalho compuseram a última proposta que chegou a White Hart Lane. Mesmo perante as pressões de Modric (tem-se recusado a treinar com a equipa e ontem recusou-se a viajar para os EUA com a equipa para a habitual digressão que os Spurs fazem em terras do tio Sam), Villas-Boas (em consonância com o presidente e proprietário do Clube Daniel Levy) decidiu multar o jogador pelo incidente em 80 mil libras.
A questão merece mão pesada. Nem sequer quero questionar a atitude do treinador português. Modric sabe perfeitamente do papel fulcral que desempenha na equipa Londrina, e, saberá também perfeitamente que a equipa necessitará de o vender pela sua cláusula de rescisão para poder procurar um substituto à altura, tarefa que não será fácil dadas as características do croata. Porém, André Villas-Boas já está a causar problemas e ainda só vai na 3ª semana de trabalho. AVB ainda não teve a graciosidade de falar directamente com o jogador, convencendo-o a ficar em White Hart Lane. AVB entrou nos Spurs na mesma escala do que tinha feito bem perto em Stanford Bridge: cheio de disciplina e regras que só afugentam jogadores. Estou certo que AVB ficará pouco tempo por White Hart Lane. O balneário começará a minar o seu trabalho. Daniel Levy cometeu um erro: o balneário não queria AVB mas mesmo assim o Israelita trouxe AVB, um treinador que está muito aquém da filosofia do clube. E com isso arrisca-se a tirar o Tottenham do topo da Premier League por alguns anos. A mentalidade atacante gerada no início da década passada como filosofia de jogo do clube será ameaçada pela filosofia de jogo de um treinador que não vai mais além do que a primazia da posse de bola, jogo que não assenta muito nas matrizes da Premier League. Muito menos sem Modric na equipa.