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Breve resumo e comentário à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Grupo A

Festa Napolitana no El Madrigal.

O Nápoles, no ano de regresso à maior competição do futebol europeu, deslumbrou e conseguiu ontem o merecido apuramento para os oitavos-de-final depois de bater o Villareal por 2-0 no El Madrigal.

Depois da vitória no San Paolo frente ao Manchester City no jogo referente à 5ª jornada, bastava à turma comandada por Valter Mazzarri vencer o seu jogo, indiferentemente daquilo que se pudesse passar no City of Manchester. O calendário não podia ter saído de melhor forma aos Italianos. O Villareal apareceu na última jornada como um “triste” último: em má-forma tanto a nível europeu como a nível interno, com problemas de balneário por resolver (Rossi quer voltar a jogar em Itália; Nilmar está para ser vendido para o Brasil; suspeitam-se ordenados em atraso na equipa) e sem qualquer ponto conquistado nos embates contra os italianos, Bayern e City.

Gokhan Inler (na imagem) haveria de abrir o marcador para os napolitanos aos 65 minutos e Marek Hamsik haveria de fechar a contagem 10 minutos depois.

No City of Manchester, os novos milionários do futebol europeu ficaram pelo caminho. O dinheiro pode ajudar à obtenção de resultados, mas felizmente não os compra, ou, se alguma vez os comprou a nível europeu (caso do Marselha) esses clubes foram automaticamente punidos com a perda dos títulos.

O City precisava de bater o Bayern e esperar que no El Madrid o Villareal despertasse da sonolência que se tinha verificado até então.

Num jogo bem disputado, os homens de Mancini cumpriram a sua obrigação perante um Bayern em que Jupp Heynckes aproveitou para poupar alguns dos jogadores mais utilizados e colocar em campo aqueles que têm jogado menos tempo na equipa. Casos de Nils Petersen (reforço que chegou no verão ao Allianz-Arena vindo do Borussia de Moenchagladbach) Ivica Olic, Daniel Pranjic, Takashi Usami (na 2ª parte) Diego Contento, Luis Gustavo e Anatolyi Timoschuk.

O City venceu por 2-0 com golos de Silva aos 36″ e Yaya Touré na 2ª parte.

Contas do grupo terminadas, o Bayern venceu o grupo com 13 pontos, contra os 11 do Napoles, os 10 do City e nenhum do Villareal.

Passo às observações:

1. Num grupo em que se previa uma luta feroz entre as quatro equipas, tivemos um City que não confirmou o seu estatuto de favorito à passagem e o Villareal que se apresentou nos 6 jogos desta fase de grupos como um colectivo muito distante do potencial que a equipa tinha demonstrado nos últimos 7 anos na competição.

2. Como momentos chave  deste grupo destaco:

2.1 – O empate do Nápoles na 1ª jornada no City of Manchester e obviamente a vitória no San Paolo e o empate caseiro frente ao Bayern de Munique.

A equipa Napolitana, tomando em conta o facto de ter um potencial ligeiramente diminuído em relação ao “arsenal bélico” que o City é detentor, sempre denotou uma postura incrível tanto nos jogos contra os Ingleses como nos jogos contra os Alemães do Bayern. O Napoles é uma equipa muito madura, recheada de talentos e com um espírito de luta e sacríficio que é ímpar no futebol italiano. Jogadores como Cavani, Hamsik, Maggio, Inler, Aronica e Lavezzi voltaram a demonstrar que merecem jogar em equipas que tenham mais objectivos do que aqueles que tem o Nápoles neste momento. Mas, como outsiders que irão ser nos oitavos-de-final, arriscam-se (caso voltem a manter o elevado nível de resultados) a ser um enorme quebra cabeça para quem se atravessar no caminho e, efectivamente, creio que o Nápoles tem mais que condições para se bater com qualquer um dos vencedores de grupo e conseguir ir longe na prova.

2.2 – O empate caseiro do City frente ao Nápoles, a derrota no San Paolo e o empate em Munique. Esperava-se mais deste City. O grupo era complicado e a bom da verdade o City conseguiu 10 pontos, algo que em circunstãncias normais garante o apuramento para a fase final da prova. Roberto Mancini não está de parabéns mas também não poderá ser criticado. A equipa peca por ter mostrado muito pouca ambição no jogo decisivo em Nápoles. Ao contrário do que tem vindo a fazer a nível interno (muito caudal de jogo ofensivo, quase sempre bem jogador e com uma eficácia brutalissima) na Champions o City jogou muito, atacou muito mas nem sempre conseguiu o efeito desejado: marcar golos. Acabou eliminado e poderá lutar por um lugar ao sol na fase final da Liga Europa.

2.3 – O Bayern cumpriu. Num grupo difícil, apenas perdeu o jogo em que já estava apurado. Heynckes está de parabéns. Passar 5 jogos sem conhecer o sabor da derrota num grupo com Villareal, City e Nápoles é um feito gigantesco.

3 – Esta champions marca o fim do Villareal como o conhecemos. O submarino amarelo está a ser literalmente desmantelado depois de anos e anos a gastar mais que as suas possibilidades. No verão tinham saído Capdevilla e Cazorla e já na altura se dizia na comunicação social que o clube atravessava problemas enormes. Agora serão Rossi e Nilmar os nomes que poderão abandonar o clube dos arredores de Valência. Um já afirmou que gostava de representar a Juventus a partir de Janeiro, o outro poderá estar a caminho do São Paulo. Internamente, o Villareal já não está em condições de lutar pelos lugares uefeiros. Esta época está a prová-lo, visto que nas primeiras 14 jornadas da competição o Villareal ocupa o modestissimo 15º lugar com 14 pontos.

Grupo B

Seydou Doumbia continua a ser o bombardeiro de serviço do CSKA. Em Milão, o Costa Marfinense que o CSKA contratou em 2010 por 12 milhões de euros ao Young Boys da Suiça, já pagou o investimento ao marcar o golo decisivo dos russos contra o Inter em Giuseppe Meazza que deu a qualificação ao emblema do exército Russo.

O Inter vai de mal a pior. Já não basta a fraca prestação a nível interno. Na Liga dos campeões é certo que venceu o grupo, mas venceu-o de forma algo rastejante quando nada o previa.  Com Lille, Trabzonspor e CSKA os “Interistas” apenas somaram 10 pontos e sentiram enormes dificuldades para os obter.

No jogo de ontem, Claudio Ranieri, optou por colocar em campo uma equipa alternativa, dado a qualificação confirmada do clube para a próxima fase da competição na 5ª jornada. Assim sendo, optou por dar mais ritmo competitivo a jovens como Obi, Phillipe Coutinho, Marco Faraoni e Luca Caldirola e Andrea Rannochia.

Tal efeito pagou-se caro: o CSKA precisava de vencer para alimentar o sonho da qualificação e fez pela vida para o conseguir. Seydou Doumbia aos 50″ e Vasili Berezutski aos 86 garantiram a qualificação para os Russos. Cambiasso marcou o único tento dos milaneses.

No outro jogo do grupo, Lille e Trabzonspor anularam com um empate ambas as hipóteses de qualificação, perfilando o resultado que interessava ao CSKA.

O Lille foi obviamente a equipa que mais tentou fazer pela vida. A jogar em casa, rematou por 14 vezes e teve domínio na posse de bola (62% contra 38%). Mas tal não foi suficiente para marcar um único golo e a defesa até compensou aos turcos: asseguraram o 3º lugar e irão jogar a Liga Europa.

Observações:

1. Como já referi, o Inter teve muitas dificuldades nesta fase de grupos. Rosto visivel de uma equipa onde paira uma enorme indefinição quanto ao presente. A direcção milanesa está a estudar hipóteses a curto prazo. A questão coloca-se apenas no sentido das decisões que se possam tomar: vender os jogadores mais velhos e capitalizar de forma a renovar o ciclo no clube com a entrada de jovens jogadores já em Janeiro que possam desenvolver as suas capacidades na 2ª metade da época tendo em conta a formação de uma equipa mais competitiva na próxima época ou inserir os jovens jogadores que o clube detem (Obi, Crisetig, Coutinho, Faraoni, Caldirola, Alvarez, Zarate, Nagatomo) e apostar que estes se insiram esporadicamente na equipa sob o olhar atento de experientes como Samuel, Cambiasso, Zanetti, Stankovic, Forlan ou Milito? Em Janeiro teremos resposta a esta longa pergunta.

É certo que estes velhos jogadores já não acrescentam mais valia à equipa do que o passar da sua experiência. Alguns deles, estão inclusivamente “parados no tempo” desde que o furacão Mourinho abandonou o Giuseppe Meazza. Se por um lado podem dar a sua experiência aos  mais jovens, por outro, a sua venda (Cambiasso, Chivu, Thiago Motta, Muntari, Forlán, Milito, Maicon, Sneijder ainda são activos muito atractivos a outros clubes europeus) poderá garantir ao clube o capital que necessita para renovar o ciclo do seu plantel com outros jogadores.Outros como Stankovic, Zanetti, Lucio e Samuel são jogadores cujo valor de mercado é actualmente nulo e nem interessa ao clube que saiam tão cedo visto que são enormes mais-valias nesse passar de testemunho à nova geração de jogadores como Obi, Alvarez, Crisetig, Poli, Luc Castaignos, Coutinho, Jonathan e Faraoni.

Creio que acima de tudo, o Inter quererá construir o seu núcleo duro para o futuro em alguns jogadores como Sneijder, Zarate, Pazzini, Obi, Ricky Alvarez, Rannochia e com os jovens que referi no último parágrafo, se bem que o Holandês está cada vez mais longe de permanecer no clube italiano. Para isso, Moratti e seus pares deveriam tomar decisões já em Janeiro, vendendo alguns activos de forma a contratar outros que possam adaptar-se ao clube e formar uma equipa coesa para a próxima época. É certo que em Fevereiro ainda haverá uma Champions para jogar. Mas se pensam que o Inter pode ir longe, creio que tais aspirações são mito.

2. Lille – Esperava-se claramente mais deste Lille. Para campeão Francês em título e com jogadores com a craveira de Eden Hazard, Pedretti, Mavuba, Obraniak, Joe Cole e Pape Sow, esperava-se um rendimento mais aceitável do Lille nesta fase de grupos. Acaba por sair pela porta do cavalo na competição e Hazard torna-se um jogador muito apetecível para os tubarões do futebol europeu atacar já em Janeiro visto que poderá jogar em qualquer competição dessa data em diante. O Manchester United, mesmo apesar da eliminação poderá já estar a fazer contas à vida para saber quanto irá pagar pelo passe do internacional Belga para colmatar uma posição onde este se irá encaixar na perfeição.

3. Seydou Doumbia e Alan Dzagoev – Duas promessas confirmadas do futebol. Não faltará muito para que o CSKA tenha propostas milionárias para arrebatar o que de melhor tem os russos neste momento para oferecer à grande europa do futebol.

4. Resultados que marcam este grupo:

4.1 – A derrota do Inter contra o Trabzonspor em Giuseppe Meazza na 1ª jornada por 1-0 e a consequente vitória na Russia frente ao CSKA por 3-2 num jogo muito sofrido em que Zarate saltou do banco para resolver. Dois resultados inesperados, sendo que o resultado na Rússia acabou por ser decisivo para os milaneses.

4.2 – O empate do CSKA em Trabzon a 0 bolas.

4.3 – A vitória do Lille na Rússia por 2-o ainda deu algum alento aos franceses mas a última jornada traria um empate bastante injusto contra os Turcos do Trabzonspor e consequente eliminação das provas europeias.

Grupo C

Dos valiosos pés de Nico Gaitán surgiu a magia que culminaria no golo de Cardozo e na vitória q.b do Benfica num grupo onde teve uma participação excepcional.

O jogo contra o Otelul Galati serviu efectivamente para isso: arrecadar mais 800 mil euros e confirmar a passagem aos oitavos-de-final na 1ª posição. Dentro de campo, continua a notar-se a diferença do nível exibicional do Benfica sem e com Pablo Aimar. Perdoem-me os Benfiquistas mas tenho que fazer uma ressalva: mesmo com Gaitán em grande forma, sem Pablo Aimar, o Benfica não tem metade do poderio ofensivo.

É ele que distribui jogo, é ele que encontra os espaços onde eles parecem não existir, é ele que fura as defesas quando estas se fecham no seu meio-campo, é ele que joga e faz jogar toda a equipa encarnada. Daí que seja notório que todos os maus resultados do Benfica nesta temporada se dêem quando o Argentino não se encontra dentro das quatro linhas.

O Otelul Galati acabou por ser o “isco fácil” que a UEFA lançou no meio dos tubarões de um grupo onde se previa que o Manchester alcançasse “de cadeirinha” a vitória, o que não veio nem por sombras a acontecer.

De potencial muito limitado, a equipa orientada por Dorinel Munteanu não tem arcaboiço para disputar esta competição e creio que não a disputará tão cedo no futuro.

Em futebol de alta competição, os erros pagam-se caros. Que o diga Alex Ferguson. Esta partida de St Jakob´s Park não foi mais de que o culminar de uma atitude errónea da turma de Manchester na prova e a vitória do querer, do sonho e do saber estar e jogar dos jovens jogadores suiços.

As palavras de Sir. Alex Ferguson na flash-interview que se seguiu à partida resumem efectivamente o que passou com o clube nos 6 jogos desta fase: “Of course we’re disappointed. The last few years have been outstanding and it’s a loss because it’s the best tournament in the world. It’s a marvellous competition. Losing the early goal was a big blow. When you’re away from home and 1-0 down you have a job to do and we didn’t take our chances. It’s big blow for us.”

Passo imediatamente para as observações do grupo:

Sobre o Benfica pouco há a dizer. O Benfica vence o grupo justamente porque foi a melhor equipa nos 6 jogos desta fase de grupos. Alcançou dois empates contra o United, sendo que em ambos os dois empates poderiam ser perfeitamente duas vitórias.

O Basileia é uma enorme surpresa. Em Old-Trafford já tinha dado o ar de sua graça ao colocar em sentido a equipa de Sir. Alex Ferguson. Contra o Benfica, pode-se dizer que a equipa suiça vendeu cara a derrota contra a equipa de Jorge Jesus. Na última jornada, fez das tripas coração e derrotou com classe o Manchester United, eliminando o campeão Inglês da prova.

Este sucesso do Basileia não é propriamente algo que tenha surgido ao acaso. O Basileia é uma equipa que comporta no seu plantel um mix de jovens e experientes jogadores. Pena é apenas que estes jovens jogadores não consigam evoluir muito mais para o clube no futuro pois decerto que serão vendidos no final da época. Falo de Steinhofer, Park Joo Ho, David Abraham, Alexander Dragovic, Cabral, Xherdan Shaqiri, Granit Xhaka, Valentin Stocker, Jacques Zoua e Fabian Frei. O casamento desta emergente geração de talentos da formação do clube e do futebol suiço casou muito bem com jogadores consagrados como Alexander Frei, Marco Streller ou o veteraníssimo Scott Chipperfield. E deste casamento sai um apuramento que é histórico para o clube.

Se eu fosse o director-desportivo de um clube grande europeu, começava a pensar em contratar alguns destes jogadores para a minha equipa. Ressalvas claro para as estrelas da companhia: Xhaka, Shaqiri, Dragovic e Fabian Frei, jogadores que em breve poderão colocar a Selecção Suiça na onda dos bons resultados e das participações em fases finais de Mundiais e Europeus.

Manchester United.

Muito há a dizer sobre a desastrosa participação do United na competição.

Começo pelo evidente: a construção do plantel e o empolgamento nas primeiras jornadas do campeonato. O plantel do United está desiquilibradíssimo. É um facto notório.

Começando pela baliza: Di Gea não está a aguentar a pressão de, para já, ser o substituto de Edwin Van Der Saar. Também é certo que os seus tenros 21 anos estão a ser decisivos para algumas más exibições que o espanhol tem evidenciado e obviamente para a sua progressão no clube no futuro.

Na defesa, Phil Jones foi um jogador muito caro para aquilo se tem visto dele. 22 milhões por um jovem que comete graves erros em todos os jogos em que joga é um risco que terá que ser assumido no presente por Ferguson. Johnny Evans, e os irmãos Da Silva são jogadores que estão a mais neste United. Smalling iniciou a época a todo o gás mas têm vindo a perdê-lo com o decorrer das partidas. Rio Ferdinand está velho, cansado e muito propenso a lesões. Vidic passa mais tempo no estaleiro do que a jogar. Evra tem vindo a decair ano após ano. A estratégia do United deve começar por aí: reformar adequadamente a sua defesa.

No meio-campo, com a saída de Scholes ficou um lapso enorme por emendar: o United não tem um organizador de jogo. Arrisco-me até a dizer que precisa de dois: um que saiba cumprir a função de trinco na perfeição e consiga fazer devidamente a transição defesa-ataque, o que Michael Carrick não faz e nunca fez e que Scholes fazia na perfeição, e outro mais avançado (um 10 puro) que consiga distribuir jogo pelos seus companheiros de ataque e encontrar espaços onde estes parecem não existir. Existem diversos jogadores que cumprem todos os requisitos que lhes são exigidos por semelhantes tarefas: para o primeiro posto, jogadores como Lee Cattermole, Enoh (Ajax) Fernando, Ever Banega, Mario Suarez (Atlético de Madrid), Cristian Ledesma (Lázio) Jack Rodwell (Everton) ou Steve Sidwell (Aston Villa) podem ser soluções viáveis para este United, se bem que o homem da Lazio e Ever Banega serão jogadores que não serão transaccionados por meia dúzia de trocos. Para a 2ª posição, o eleito de Ferguson é efectivamente Wesley Sneijder. É o jogador que encaixa perfeitamente nesta equipa e o Holandês verá com bons olhos uma possível transferência para Old Trafford. Outros como Marek Hamsik, Mario Gotze, Marko Marin, Paulo Henrique Ganso ou Luka Modric, também podem ser alvos desejáveis pelo Manchester United.

No plantel do United, existem diversos erros de casting. Não só os defesas que mencionei mas jogadores como Anderson (Ferguson apostar no brasileiro é bater no molhado) Darren Fletcher (ainda não consigo perceber como tem lugar no United) António Valência (22 milhões??!!) Wellbeck, Federico Macheda (um sonho de uma tarde) e Dimitar Berbatov (é bom, mas já deu para ver que por vezes está a mais).

Indo em concreto ao que se passou dentro das 4 linhas.

Ferguson pensou (qualquer treinador com o plantel que dispõe, com a dureza das provas que disputa em simultâneo, com o potencial em teoria dos adversários que iria enfrentar) em optar pelo rotativismo nesta fase de grupos para conseguir ter o seu plantel fresco para disputar todas as competições deste início de época. Tal rotativismo saiu-lhe obviamente furado: no campeonato dista a 5 pontos do líder; a liga dos campeões já era.

O 2º erro de Sir. foi obviamente ter inventado q.b nos jogos da equipa, adequando a equipa mediante a observação que fez (e que os seus olheiros lhe fizeram) das equipas na contenda: contra o Benfica na Luz optou por um meio campo de cariz mais defensivo, fazendo exactamente o mesmo nos jogos contra Basileia e Benfica em Old-Trafford, aliando tal facto, à poupança de jogos que referi no último parágrafo. Daí que Nani (indiscutivelmente o mais desiquilibrador da equipa) tenha sido relegado para o banco em 3 partidas, 2 delas com a importância que vieram a ter para este falhanço como são as de Benfica (fora) Basileia (casa) e Otelul Galati (fora).

O 3º problema que justifica a eliminação foi a clara atitude de apatia da equipa, exceptuando pequenos trechos de jogo em que o Manchester se viu aflito e tentou minorar as perdas: falo da 2ª parte contra o Benfica em casa e das 2ªs partes contra Basileia em casa e fora. Até contra a modesta equipa Romena do Otelul Galati, a equipa do Manchester venceu sem convencer.

Ferguson apanha assim o 2º escaldão desta época. Na semana passada havia sido a eliminação da Taça da Liga Inglesa frente ao Crystal Palace da 2ª divisão.

Tais factos e eventos culminaram nos resultados chave deste grupo: os empates contra o Benfica (volto a frisar que o Benfica podia ter ganho as duas partidas), o empate caseiro frente ao Basileia e obviamente a derrota de ontem em St. Jakob´s Park.

O Manchester salta para a Liga Europa e é obviamente para já o contender nº1 à conquista da prova. Mas, na Liga Europa, as coisas não costumam ser famosas para os clubes que saem da champions, por isso, tudo poderá acontecer.

Grupo D

O Real Madrid cumpriu o seu pleno nesta fase de grupos. 18 pontos com um score de 19-2.

Com Mourinho a aproveitar, em véspera de derby, para voltar a dar tempo aos menos utilizados (Nuri Sahin, Kaka, Esteban Granero, Raúl Albiol, Raphael Varane, Callejón, Hamit Altintop e o Português Pedro Mendes, jovem emprestado pelo Sporting ao Real) e para aproveitar para testar novamente Fábio Coentrão na direita tendo em conta a preparação do teste de sábado contra o Barcelona.

3-0 com golos de Callejón (2) e Higuaín num jogo (numa jornada, diria) envolta em polémica e que ainda poderá dar muito que falar.

1º pelos dois golos mal-anulados ao Ajax, que davam qualificação mesmo apesar de uma eventual derrota por 3-2.

2º pelo jogo de Zagreb, do qual falei mais à frente.

O Ajax fica pelo caminho, mas do pouco que vi desta equipa fica pelo caminho com a sensação de que poderia ter alcançado a qualificação, graças ao bom futebol (ao estilo holandês) que pratica. Os Holandeses tem novamente uma boa geração de jogadores para exportar, casos de Enoh, Erikssen, Lorenzo Ebecilio, Vurton Anita, Gregory Van der Wiel, Jan Vertonghen, Daley Blind, Nicolás Lodeiro e o inevitável Miralem Sulejmani. Outro facto que pude constatar é que dos 18 convocados por Frank De Boer para esta partida, os dois mais velhos neste plantel do Ajax são Dimitry Bulykin (32 anos) e Theo Janssen com 30. O 3º mais velho é o guarda-redes Vermeer e mesmo este já tem 6 épocas na equipa principal do clube de Amesterdão.

Não tenho palavras para descrever aquilo que se passou em Zagreb tal é a confusão que me ocorre na cabeça.

As contas do grupo eram simples: o Ajax passava se vencesse o Real. Passava se empatasse, passava caso o Lyon não vencesse na Croácia e passava caso perdesse 1-o e o Lyon vencesse por mais de 6 golos de diferença. O Ajax veio a perder 3-0 (score 6-6) e o Lyon venceu por 7-1, passando o seu score na competição de 2 (sim, 2!!!) golos marcados até então para um parcial de 9-7.

Em primeiro lugar não percebo como é que uma equipa conquista 8 pontos nesta prova e até à última jornada só tem 2 golos marcados, marcando 7 no último.

Depois, o jogo de Zagreb é recheadissimo de causalidades: em Amesterdão, o Ajax vê 2 golos mal-anulados que eram mais que suficientes para o seu apuramento. Em Zagreb, o Lyon (equipa que não anda a jogar nada esta época; equipa que tirando Gomis, Michel Bastos, Lisandro Lopez, Anthony Reveillère, Aly Cissokho e Yoann Goucourff não tem nada de jeito; equipa que na Ligue 1 em 16 jornadas já perdeu por 5 vezes e empatou outras 2, ocupando o 4º lugar a 7 pontos do líder Montpellier) começa a perder o jogo frente ao Zagreb aos 40″, consegue empatar aos 45 por Gomis e na 2ª parte, imagine-se consegue marcar 4 golos num espaço de 7 minutos, precisamente nos primeiros 7 minutos da 2ª parte.

Ou das duas uma: ou o jogo foi viciado (algo que já está sob investigação pelas autoridades francesas e pela própria UEFA, como se pode ver a partir destas notícias do Jornal Público aqui e aqui) coisa que não quero acreditar, mas que depois do escândalo Calciocaos em 2006 em Itália e nos pressupostos subornos que se faziam ao director-geral da Juventus de então (Luciano Moggi; entretanto condenado e banido temporariamente do futebol italiano) e a alguns atletas da Vecchia Signora como Buffon, Emerson, Zlatan Ibrahimovic e Fabio Cannavaro para que o clube fosse eliminado nos oitavos-de-final da Champions em 2006 pelo Werder Bremen (resultado que seria benéfico a uma casa de apostas pela quantidade de apostadores que tinha apostado no resultado contrário e resultado que praticamente se veio a consumar não fosse o facto de Emerson ter marcado um golo no último minuto num erro do guarda-redes alemão Tim Wiese que diga-se, quem tiver acesso a essas imagens poderá ver que o então internacional brasileiro não festejou um golo que dava o acesso aos quartos-de-final) me elucida que efectivamente existem outros interesses extra desportivos no futebol e não se deve colocar de parte um eventual cozinhado deste resultado do Lyon com a ajuda da equipa Croata, ou então foi tudo limpinho e os jogadores do Lyon mereceram os 7 golos.

No resumo da partida, necessitando para tal de comparar com o jogo que o Zagreb fez na 5ª Jornada em Santiago Bernabéu em que também foi goleado, reparei noutro aspecto interessantíssimo: em Madrid, o Real iniciou a goleada na 1ª parte, mas os jogadores do Zagreb, a jogar fora, até quiseram dar o ar da sua graça e na 2ª parte foram à procura de golos e conseguiram dois. Em Zagreb, os jogadores até inauguraram o marcador e depois do 2-1 e do 3-1 por parte do Lyon pura e simplesmente desinteressaram-se do jogo, havendo jogadores que não faziam qualquer oposição aos jogadores franceses.

Será obviamente um novelo que caberá à UEFA desvelar, para bem do jogo limpo que o organismo tanto preconiza e para bem da verdade no futebol.

Contas feitas: o Real e o Lyon passam aos oitavos-de-final, enquanto o Ajax vai para a Liga Europa. Era portanto o resultado que se previa neste grupo.

O Zagreb é daquelas equipas que se espera não voltar tão cedo à Liga dos Campeões. Pela espectacularidade que se quer na competição. 3 golos marcados e 23 sofridos é algo ridículo para uma equipa que disputa a Champions. É quase uma média de 4 golos sofridos por jogo.

Grupo E

Depois de uma semana complicada pela derrota na Taça da Liga frente ao Liverpool (outra vez) André Villas-Boas recebeu 2 novos balões de oxigénio: no sábado, a vitória em Newcastle por 3-0 e na terça-feira a vitória também por 3-0 frente ao Valência, com a consequente passagem do Chelsea aos oitavos de final da champions.

Pelo que vi, vi um Valência muito acutilante que tentou planar o seu futebol em Stamford Bridge mas não conseguiu aproveitar as suas oportunidades, e o Chelsea, do outro lado, a sair em venenosos contra-ataques e a consequir marcar todos os seus golos por culpa de erros dos defesas de ocasião do Valência.

Digo defesas de ocasião, vistos os problemas que os dois defesas Portugueses (Ricardo Costa e Miguel) estão a ter com o treinador Unai Emery.

Vamos por partes:

1. Ricardo Costa e Miguel estão castigados internamente pelo seu treinador. Ricardo Costa mantem um diferendo com Emery por algumas declarações menos conseguidas em que criticava as escolhas do seu técnico; Miguel, como é habitual, cumpre castigo interno por ter chegado atrasado a um treino.

2. A defesa que o Valência apresenta em Stamford Bridge, num jogo decisivo para as aspirações da equipa na prova, e, perante o potencial que é inegável do Chelsea, sem Ricardo Costa e Miguel chega quase a ser anedótica: Alberto Barragán, Adil Rami, Victor Ruiz e Jordi Alba. Tirando o Francês que os valencianos foram buscar ao Lille, os restantes são jogadores cuja qualidade é claramente duvidosa e sobretudo jogadores com pouca experiência para este tipo de jogos.

Caricato é, que serão Victor Ruiz e Barragan os grandes obreiros dos dois primeiros golos dos Blues na partida. Emery deve-se ter lamentado das suas rigorosas tomadas de opção e o Valência, apesar do bom jogo que fez (Soldado dispôs de uma oportunidade de golo; Albelda fabricou um golo praticamente feito num remate de longe que só um Petr Cech super inspirado travou num voo colossal) foi encaminhado para a Liga Europa.

Qual fénix renascido do mundo dos mortos, Didier Drogba volta-se a assumir como a primeira escolha para a frente de ataque do Chelsea, mesmo perante o espectro mais que iminente de saída do Chelsea (pode-se dar em Janeiro para o Qatar ou para a Rússia) dado que o Costa-Marfinense termina contrato no fim da época.

Oriol Romeu voltou a ser titular no Chelsea; André Villas-Boas parece estar apostado em dar mais jogo ao jovem médio que os Blues foram buscar por 5 milhões à cantera do Barcelona.

No outro jogo do grupo, o Leverkusen (apurado) empatou com o Genk a 1 bola. Golos de Jelle Vossen para os Belgas e Eren Derdyok para os Alemães.

O Valência ficou pelo caminho num grupo onde era dado como favorito à passagem. Os Valencianos caem de pé e mesmo apesar desta eliminação, continuam a realizar uma boa temporada.

O Chelsea passa o grupo com algumas dificuldades. Dificuldades essas que estão a seguir a tendência destes primeiros meses de AVB no clube. Creio que só haverá espaço para os blues melhorarem a sua equipa e acredito que em Janeiro poderão chegar mais reforços de peso a Stamford Bridge. Fala-se também que David Luiz poderá estar de saída do clube, depois de ter sido contratado em Janeiro ao Benfica. A Juventus poderá ser o destino do central brasileiro.

O Leverkusen foi claramente o outsider do grupo. Não quero com isto dizer que a equipa alemã não tenha potencial para tal. Uma equipa com jogadores como Ballack, Derdyok, Kiessling, Schurrle, Simon Rolfes, Lars Bender e Manuel Friederich não se pode dizer que seja uma equipa banal. O Leverkusen mostrou-se nesta fase de grupos como uma equipa agressiva (bem ao jeito alemão), persistente e acabou por se dar bem.

Como momentos deste grupo, ficam na retina o empate do Valência na Bélgica contra o Gent a zero bolas, o empate entre Valência e Chelsea no Mestalla a 1 bola num jogo em que o Valência poderia ter obtido a vitória, o empate do Chelsea na Bélgica contra o Gent e a vitória do Leverkusen em casa frente ao Chelsea no último minuto com uma cabeçada triunfante de Friederich.

 

Grupo F

O Olympiacos venceu por 3-1 o Arsenal. Arsène Wenger optou por fazer descansar alguns jogadores e colocar em campo outros menos rodados como Lukasz Fabianski, Alex Oxlade-Chamberlain, Sebastian Squillaci, Johan Djorou, Emmanuel Frimpong (mais um talento que Wenger tem aqui para trabalhar) Marouane Chamakh, Francis Coquelin e Yossi Benayoun. Seria o Israelita a marcar o golo dos Gunners.

Contudo, a vitória dos Gregos não foi suficiente para segurar mais do que a Liga Europa.

Jogo épico no BVB Stadium em Dortmund. Aos 85″, o Marselha estava fora da competição. Em 2 minutos tudo se alterou.

Depois de 2 golos da equipa alemã na 1ª parte (Błaszczykowski e Hummels), Loic Remy fechou o primeiro golo com o 1-2 para os Franceses. Andre Ayew aos 85 e Mathiew Valbuena aos 87 marcaram dois grandes golos que deram apuramento ao clube

Uma única observação: Com um grupo muito equilibrado, o Arsenal venceu com 11 pontos. Marselha, Dortmund e Olympiacos lutaram até ao fim pelo apuramento (se bem que as chances do Dortmund no último jogo eram quase nulas) mas no entanto, os campeões alemães decepcionaram-me com os resultados obtidos. Esperava muito mais deste Dortmund, mas, estes resultados também reflectiram o mau arranque de época que a equipa fez e cujos estragos (pelo menos a nível interno) estão a ser minorados. O Olympiacos vai para a Liga Europa, depois de merecer algo mais que o 3º lugar.

 

Grupo G

O jogo da desgraça no grupo da desgraça.

Contra o Zenit, o Porto exibiu-se a altíssimo nível. A sorte não bafejou os portistas num dos melhores jogos da época para a equipa de Vitor Pereira.

O Porto cai de pé na Champions, mas fica o amargo da boca de não ter passado esta fase de grupos. Isto porque era a equipa mais bem cotada e diga-se a bom da verdade, com o maior potencial das 4. Quis a própria competição que uma frágil equipa, de nome APOEL, ressuscitasse do mundo “dos chamados coitadinhos da europa” e conseguisse (com as armas que dispõe) ombrear com as restantes equipas, alcançando um apuramento que se deve considerar como histórico e estóico.

O Porto fez tudo bem. Circulo bem a bola, optou por uma estratégia de jogar pelos flancos, Hulk desiquilibrou várias vezes na direita e James Rodriguez voltou inclusive a aparecer depois de uma má fase exibicional. Faltou apenas o golo, golo esse, negado algumas vezes por uma besta de baliza chamado Vyacheslav Malafeev.

O Zenit limitou-se a aplicar o que ia na cabeça de Luciano Spalletti. Todos conhecemos perfeitamente os treinadores italianos. Todos conhecemos as estratégias que utilizam em alturas em que urge defender um resultado específico. Spalletti foi pragmático: necessitava de um empate. E veio ao Porto para jogar para o empate. Colocou o Zenit em campo sem uma única referência de área: Danny e Lazovic eram os homens mais adiantados. O meio campo foi reforçado com as inclusões de Shirokov, Faizulin, Semak e Denisov e posteriormente, já na 2ª parte com Bruno Alves à frente dos defesas e Konstantin Zyryanov. A missão era claramente a de tapar as alas do Porto, mas duas grandes exibições de Hulk e James furaram em certa medida o pensamento do treinador dos russos.

O Porto deve-se lamentar com as perdidas de James e de Djalma, as duas na cara do guarda-redes. Nem as substituições com a entrada de Kléber e Silvestre Varela trouxeram felicidade ao clube da invicta. Tal facto, acentua cada vez mais a necessidade do Porto se reforçar no mercado com um bom ponta-de-lança.

Olhando para as estatísticas do jogo, não consigo perceber como é que o Porto deixou fugir este jogo. 25 remates (9 dos quais à baliza), 10 cantos, 58\42 em posse de bola. Domínio territorial de 68% no meio campo do Zenit. Mas o futebol é assim mesmo…

No outro jogo do grupo, o APOEL perdeu em casa por 2-0  contra o Shaktar Donetsk. Luiz Adriano e Seleznyov marcaram os tentos da despedida dos Ucranianos das competições europeias nesta temporada.

O grupo 6 termina assim com o APOEL como vencedor do grupo e o Zenit como segundo. Volto a repetir que foi um apuramento histórico por parte dos cipriotas.

Como momentos chave deste grupo são de realçar:

1. A vitória do APOEL em Nicósia sobre o Zenit por 2-1 na 1ª jornada. Desde então, o APOEL aparece na disposição de não ser o bombo da festa do grupo.

2. A derrota na Rússia do Porto contra o Zenit. Um jogo para esquecer. Na mesma jornada, o APOEL vai “sacar” um empate à Ucrânia a 1 bola num jogo onde esteve a vencer por 3 minutos.

3. O empate do Porto em casa contra o APOEL quando se exigia uma vitória e a consequente derrota no Chipre, onde a equipa do APOEL defendeu praticamente o jogo todo (de modo organizado é verdade) e onde conseguiu vencer nos minutos finais com um golo de contra-ataque que podia ter sido evitado pelos portistas.

4. O empate entre Zenit e APOEL na Rússia. Mais uma vez o APOEL mostrou garra e crença na qualificação.

5. O empate no Dragão entre Porto e Zenit.

 

Grupo H

Sem muito para dizer neste grupo.

Tudo praticamente resolvido. Apenas existia a dúvida se seria o Viktoria Plzen ou o BATE a seguir para a Liga Europa. Será o campeão checo, possível adversário do Sporting.

No Barcelona vs BATE Borisov, Guardiola convocou 18 jogadores onde figuravam apenas 6 da equipa principal (Andreu Fontás, Pedro Rodriguez, Pinto, Maxwell, Thiago Alcântara e Gerard Piqué) 3 que já vem sido chamados regularmente à equipa principal (Isaac Cuenca, Marc Muniesa e Jonathan dos Santos) e outros 9 recrutados entre a equipa B do clube, com destaque para Marti Montoya, Martí Riverola, Sergi Roberto, Marc Bartra, Rafinha, Kiko Fermenia e Gerard Deulofeu.

Os miúdos deram bem conta do recado, já jogam o tiki-taka e despacharam os pobres Bielorussos do BATE (que tem nas suas fileiras Mateja Kezman) por 4-0 com golos de Pedro (2) Sergi Roberto e Montoya.

Um bom prémio para a geração do futuro dos Catalães.

No outro jogo, Plzen e Milan empataram a 2 bolas. Max Allegri também jogou com poupanças. Actuaram jogadores como Taiwo, Mexés, Pato (para ganhar ritmo competitivo após lesão) Ambrosini, Bonera, Emanuelson, Mattia Di Sciglio (jovem da cantera do Milan) e Bryan Cristante.

Alexandre Pato e Robinho colocaram os milaneses em vantagem aos 47 e 48″ mas um ímpeto final demolidor do Viktoria haveria de restabelecer a igualdade com golos de Bystron e Duris mesmo ao cair do pano.

Este grupo não merece grandes considerações visto que o resultado final era o que se previa: Barcelona em primeiro, Milan em 2º, ambos sem grandes dificuldades.

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futeboladas

Vitor Pereira salvou um matchpoint, ontem, contra o Shakhtar Donetsk, num jogo muito díficil que Hulk desbloqueou.

O Porto mantem-se assim na luta pelo apuramento, sabendo de antemão que o jogo contra o Zenit São Petersburgo no Dragão daqui a 2 semanas será crucial e obviamente, dotado de um grau de dificuldade enorme.

Para isso, em muito valeu a sorte que o Porto teve no jogo da Ucrânia. Recebeu duas bolas nos ferros, uma em que Hélton foi inteligente ao jogar a bola para fora e outra na primeira parte, onde o mesmo estava a guiar com os olhos o colocadíssimo remate disferido por Luiz Adriano, jogador que pelo que vi ontem, merece muito mais do que jogar neste Shakhtar e tem lugar de caras no “escrete”.

Valeu portanto a atitude demonstrada pela equipa portista. O Porto nunca desistiu da vitória, e mesmo perante as claras oportunidades de golo dos Ucranianos, mostrou a maturidade que tão bem conhecemos aos seus jogadores. Hulk fez o resto, marcando aquele golo abriu caminho para a vitória.

Vitor Pereira respirou de alívio. Esta vitória alimenta o sonho do clube ainda se qualificar para os oitavos-de-final, garante pelo menos a passagem à Liga Europa e dá mais uma almofada ao técnico portista numa altura crítica e na antevisão de mais um jogo muito complicado já no domingo contra o Sporting de Braga, onde o Porto pode começar efectivamente a vencer caso os dois rivais de Lisboa empatem no derby de sábado ou um deles perca pontos.

Horas antes do FC Porto jogar na Ucrânia, a festa foi cipriota em São Petersburgo.

O modesto APOEL foi empatar à Rússia e garantiu a qualificação para a próxima fase da Champions. É certo que esta equipa Cipriota (que atenção, nem tem uma má equipa) bafejou em muito do sorteio desta fase de grupos, calhando num grupo sem um gigante europeu. Todavia, existe sempre a contrapartida de, por antemão, se prever um grupo muito renhido dado o valor semelhante das equipas na contenda. No entanto, quem imaginava que este APOEL (uma das equipas mais frágeis desta fase e também uma das equipas beneficiadas pelo novo modelo de Platini para a competição) iria passar o seu grupo, ainda mais pela forma categórica com que se bateu contra todas as equipas?

No jogo de São Petersburgo, o APOEL limitou a aplicar a receita que deu frutos no empate obtido no Dragão na 3ª jornada e na vitória perante os Portistas em Chipre: colocaram o “autocarro” em frente à sua baliza, deram o domínio da posse de bola aos Russos (63%\37%) sem no entanto descurar uma organização defensiva ímpar que levou por exemplo à noite desinspirada do Português Danny e conseguiu perecer a 18 investidas do Zenit à sua baliza (7 remates à baliza e 11 remates para fora). Os Cipriotas só conseguiram fazer um remate (para fora) durante os 90 minutos da partida.

O APOEL está portanto de parabéns, e dentro das equipas de países com menos expressão no futebol europeu que beneficiam do novo modelo da champions (os campeões dos países com menor ranking\coeficientes por clubes da UEFA não disputam nas pré-eliminatórias jogos contra equipas não-campeãs tendo portanto 5 vagas directas) é excepção à regra do desastre que tem sido as campanhas de Genk (Bélgica; ontem levou 7 no Mestalla do Valência) BATE Borisov (Bielorússia) Croácia Zagreb (Croácia) e Viktoria Plzen (República Checa).

As contas finais do grupo irão fazer-se na próxima jornada, com o Porto a receber no Dragão o Zenit, necessitando obrigatoriamente de vencer os Russos para se apurar. O APOEL recebe o já eliminado (das competições da UEFA) Shakhtar com a hipótese de assegurar a primeira posição do grupo. O APOEL consegue o primeiro lugar se:

1. Vencer o Shakhtar.

2. Empatar com o Shaktar e o Zenit empatar com o FC Porto.

Grupo H

O Viktoria Plzen foi vencer à Bielorússia o BATE Borisov por 1-0 (golo do médio Bakos aos 42″) garantindo praticamente o apuramento para a Liga Europa como 3º classificado do grupo.

Os Bielorussos podem lamentar-se das muitas oportunidades de golo que desperdiçaram durante a partida. Bastava-lhes apenas o empate para garantir essa posição.

De realçar, também considero o facto de ter visto Pavel Horvath em campo. Para quem se lembra, foi um médio centro Checo que passou pelo Sporting há muitos anos atrás. Aos 36 anos, o esquerdino ainda é titular no campeão checo em título.

Em San Siro, o Barça confirmou o primeiro lugar deste grupo, depois de um grande jogo de futebol que iria terminar com a vitória dos Catalães por 3-2.

Foi de facto um cheirinho do bom futebol e do equilíbrio entre equipas do topo do futebol europeu que iremos ver daqui em diante na competição.

Pelo pouco que vi da partida, do lado do Milan gostei das exibições de Zlatan Ibrahimovic (muito picado por estar a jogar contra o Barcelona semanas após o lançamento do seu livro onde tece duras críticas à estrutura do clube catalão e em particular ao seu treinador Pep Guardiola). Ibra haveria de marcar o 1º golo dos Milaneses, golo que aos 20″ deu o empate depois de um golo do Barça obtido por auto-golo do Holandês Mark Van Bommel.

Ainda no lado dos milaneses, também gostei das exibições de Kevin-Prince Boateng (este Ganês é um jogador que enche as medidas de qualquer um, principalmente pela forma como mexe com a bola e com a capacidade genuína que tem em colocar centros longos para a área que normalmente geram aflição para a equipa adversária) e de Clarence Seedorf (quanto mais velho está mais o gosto de o ver jogar!).

Guardiola encarou o jogo de Milão com algumas reservas, visto que o mesmo apenas decidia o vencedor do grupo e não o apuramento. Daí ter optado por colocar alguns jogadores cujo tempo de jogo não tem sido muito neste primeiro terço de época. Assim sendo, o treinador dos Catalães deu a titularidade a Éric Abidal, Thiago Alcântara e Seydou Keita, deixando no banco Gerard Piqué em prol da colocação de Mascherano como central, como aliás tem sido “quase-norma” no conjunto catalão sempre que um dos centrais não se encontra a 100% do ponto de vista físico.

Tais alterações não mexeram por completo na forma de jogar do Barcelona e tanto Xavi como Lionel Messi como David Villa tiveram que suar para levar de vencida a turma de Max Allegri.

Grupo F

Mais uma vez, Robin Van Persie foi o “Robin dos Bosques” de Arsène Wenger. Duas grandes finalizações “mataram” o apuramento para os Gunners e catalogaram ainda mais este Holandês como o melhor que este Arsenal tem para oferecer (e decerto que a demanda pelos seus serviços tenderá a aumentar nos próximos dois meses; fala-se de City, United, Chelsea, Milan e Barcelona) e aniquilou quase por completo as esperanças dos campeões alemães em título em se qualificarem para a próxima fase, o que de facto é uma pena pois este Dortmund é capaz de fazer muito melhor que o Marselha e que o Olympiacos. Um dos motivos que levou o Dortmund a não passar este grupo foi obviamente a ausência em alguns jogos (entre os quais este) de jogadores importantes na manobra da equipa como é o caso de Sven Bender, Mario Gotze, Lucas Barrios e o defesa-central Neven Subotic. Uma equipa que não apresenta estes 4 jogadores em simultâneo em nenhum dos jogos desta campanha, parte claramente em dificuldades em relação aos adversários.

A exibição do Holandês foi tão grande que Jurgen Klopp, treinador do Dortmund não hesitou em gabar o internacional pela laranja mecânica: “Robin van Persie, wow, what a performance, what a player. He’s certainly one of the best in Europe”.

No outro jogo do grupo, os Gregos do Olympiacos foram fazer pela vida ao Vélodrome em Marselha. A equipa comandada pelo espanhol Ernesto Valverde safou o matchpoint que se jogava em Marselha vencendo a equipa da casa por 1-0 com um extraordinário golo do jovem médio ofensivo internacional Helénico Giannis Fetfatzidis aos 82″.

Nesta equipa Grega, pelo que vi do resumo da partida, conseguiu aguentar de forma estóica as investidas dos Marselheses e deve dar graças pelo resultado não só ao excelente golo do seu organizador de jogo mas como às boas exibições dos centrais Marcano e Torossidis e do avançado Djebbour.

Analisando este grupo e a próxima jornada:

O Arsenal já está qualificado e com o primeiro lugar assegurado. O Marselha é 2º com 7 pontos, o Olympiacos 3º com 6 e o Dortmund 4º com 4.

Na próxima jornada, o Olympiacos irá receber o Arsenal e as chances de qualificação aumentam não só pelo Marselha ter que viajar à Alemanha para defrontar um Dortmund que ainda aspira a conseguir a qualificação ou para os oitavos de final da prova ou para a Liga Europa, mas também porque Arsène Wenger poderá poupar muitos jogadores importantes nos Gunners para tentar relançar o clube ao nível interno.

Eis os cenários possíveis das complexas contas deste grupo:

1. O Marselha passa caso vença o Dortmund na Alemanha, indiferentemente do resultado do Olympiacos. Em caso de derrota dos Alemães, o Olympiacos garante o lugar na Liga europa.

2. O Olympiacos necessita da tal derrota dos Marselheses ou do empate para passar, ou do empate no jogo contra o Arsenal caso o Dortmund vença o Marselha (os Gregos tem 1-1 nos jogos contra o Marselha e 3-2 na série contra o Dortmund) desde que os Alemães vençam os Franceses por vantagem de 3 golos. Na última situação por mim evidenciada, o Olympiacos passa, o Marselha vai para a Liga Europa e o Dortmund, mesmo apesar de uma vitória por 3 golos é eliminado.

3. O Borússia de Dortmund precisa de vencer o Marselha por 4 golos de diferença (perdeu 3-0 no 1º jogo) e “per si” este resultado não chega pois necessita que o Arsenal vença na Grécia.

Grupo E

Villas-Boas vai de mal a pior.

O Chelsea teve o pássaro na mão para vencer em Leverkusen e foi traído por uma exibição categórica de Michael Ballack.

Com um golo de Drogba no início da 2ª parte, os Blues subestimaram claramente a resposta do adversário e recuaram no terreno para defender a magra vantagem. Erro claro numa competição como a Champions League que denota acima de tudo que a equipa de Villas-Boas está a jogar sobre brasa.

O Leverkusen de Robin Dutt não se deu como vencido e nos 20 minutos finais foi lá para a frente em busca de algo que lhe pudesse ser útil nas contas deste grupo. Conseguiu empatar aos 73″ por Eren Derdyok (na primeira vez que tocou na bola 2 minutos após a sua entrada em jogo) e com um espírito de abnegação enorme ao empate conseguiu chegar à vitória em tempo de descontos com um golo do defesa Manuel Friederich a passe de Michael Ballack, um antigo “blue”…

Vitória justíssima para o Leverkusen, equipa que está a fazer das tripas coração para fazer valer a sua falta de potencial em relação a Valência e Chelsea com um espírito de luta e sobrevivência tremendo e balde de água fria para um Chelsea que não tem mostrado rigorosamente nada em todos os jogos deste grupo e que como tal, arrisca-se claramente a ir parar na 2ª liga do futebol europeu.

O Leverkusen arrisca-se a vencer um grupo que era talhadinho aos “blues”.

Mais uma vez, e porque não me canso de referir, um baile de Roberto Soldado e companhia para Platini ver.

Hat-trick do avançado, confirmando a época de excelência que o mesmo está a fazer e que também já referi no último post em que abordei a liga espanhola.

O Valência recuperou muito bem do desaire caseiro frente ao Real Madrid. Desaire injusto diga-se a bom da verdade desportiva. Deu 7 ao campeão belga em casa e alimentou as hipóteses da qualificação.

Jonas, Pablo Hernandéz, Aduriz e Tino Costa marcaram os restantes golos dos “Ché”.

Arrisco-me a dizer que perante o potencial que o Valência tem neste momento (jogadores como Maduro, Topal, Rami, Costa, Soldado, Aduriz, Jonas, Piatti, Banega, Canalez, Diego Silva, Albelda, Parejo) se fosse possível juntar três vedetas que saíram nos últimos anos para clubes de maior nomeada (Silva, Villa e Mata) este Valência poderia efectivamente lutar pelo título da Liga Espanhola e marcar uma sólida posição na maior competição da UEFA. No entanto, as graves dificuldades financeiras pelas quais o clube tem passado nos últimos anos obrigaram a que a direcção tivesse que vender uma jóia da coroa por temporada para saldar o enorme passivo que o clube chegou a apresentar (cerca de 500 milhões de euros). É de espectar que os valencianos tenham que vender jogadores como Banega ou até mesmo Soldado nos próximos lances de mercado de transferências.

Resumindo e concluíndo, estamos perante mais um grupo onde o suspense da qualificação irá perdurar até ao último minuto da última jornada: O Leverkusen lidera com 9 pontos, o Chelsea e o Valência tem 8, com vantagem neste momento para os Blues.

O Chelsea recebe o Valência em Stamford Bridge num jogo que se prevê que seja de loucos enquanto o Leverkusen desloca-se ao terreno do desamparado Genk.

1. O Leverkusen apura-se como vencedor do grupo caso vença os Belgas, ou empate, concretizando-se um empate no embate entre Chelsea e Valência.

2. O Chelsea apura-se e vence o grupo caso vença o Valência e o Leverkusen não ganhe e apura-se em 2º com uma vitória.

3. O Valência apura-se e vence o grupo caso vença o Chelsea e o Leverkusen não vença.

4. Em caso de empate em Londres e derrota do Leverkusen, o Valência apura-se pois tem vantagem sobre o Leverkusen nos jogos realizados entre si assim como o Chelsea nos jogos realizados com o Bayer.

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futeboladas (tardio)

Depois de tanta agitação pelas academias, cumpre-me fazer um “revisiting” rápido pelo que se anda a passar pelo futebol lá fora.

Tinha programado meter uns videos com uns resumos, mas como o tempo é escasso fico-me apenas pelos comentários:

1. Desde que acompanho a sério a Premier League (desde meados da década de 90) nunca vi uma Liga Inglesa tão desiquilibrada. Não é seu apanágio.

À 12ª jornada, com o número 12 a marcar (12 pontos é a diferença de Chelsea, Liverpool e Arsenal em relação ao Manchester City) estas três equipas estão para mim, no limite do erro. 12 são muitos pontos para recuperar perante um City que está sem dúvida fortíssimo (11 vitórias e 1 empate; um impressionante, repito, impressionante goal average de 42\11; o City arrisca-se a acabar o campeonato com mais de 120 golos se a média não destoar; impressionante também é o goal-average destas 3 equipas: Chelsea 25\17; Liverpool 16\11 – 16\11 é muito pouco para o poderio atacante que a equipa de Kenny Dalglish tem; Arsenal míseros 25\22 onde nem a entrada de Mertesacker para o centro da defesa dos Gunners alivia o mau desempenho defensivo da turma de Wenger).

O que me causa mais espécie é que estas 3 equipas, com o potencial que tem os seus planteis (excepção feita obviamente ao Arsenal, que devido às saídas de Fabrègas e Nasri e às muitas entradas que teve esta época, tem por missão criar uma equipa que seja competitiva para a próxima época) não estão a conseguir dar a volta por cima, e arriscam perder lugares na Champions e até na Liga Europa para os impressionantes Newcastle e Tottenham, que este ano (o Tottenham novamente) voltaram a sedimentar possibilidades de interferir na chamada “luta dos grandes”

André Villas-Boas, tem pela primeira vez uma dura missão na sua carreira: fazer encarreirar os Blues! Não me venham com o argumento que Roman Abrahamovic não abriu os cordões à bolsa! Roman Abrahamovic simplesmente não quis abrir os cordões à bolsa em relação aos targets pretendidos pelo seu novo treinador, casos de Álvaro Pereira, João Moutinho e Hulk. Se de facto existiram clubes gastadores neste ano, um dos clubes foi o Chelsea: 9 milhões de euros por Thibaut Courtois (guarda-redes que foi emprestado ao Atlético de Madrid) 25 milhões por David Luiz em Janeiro ao Benfica, Oriol Romeu ao Barcelona por 6 milhões de euros, Raul Meireles por 14 milhões ao Liverpool, Fernando Torres por 60 milhões ao Liverpool em Janeiro, Juan Mata por 35 milhões ao Valência e Romelu Lukaku ao Anderlecht por 21 milhões de euros. Fazendo as contas, o saldo de transferências no ano civil do Chelsea foi de 170 milhões de euros.

A questão que se põe é que André Villas-Boas para singrar no Chelsea terá obviamente que ir construíndo uma nova década no clube londrino. Como afiancei no Preview da Premier que escrevi neste blog em Agosto (ver histórico no fim de página em relação a esse mês) a equipa do Chelsea é maioritariamente constituída por jogadores de carreiras acabadas e consequentemente por jogadores cujo auge já passou, problemática que obviamente causa algum comodismo no seio do plantel. Falo de John Terry, de Alex, de Michael Essien, Frank Lampard, Florian Malouda, Didier Drogba, Nicolas Anelka e do inevitável John Obi Mikel, que apesar de ser um jogador que aprecio bastante a qualidade de passe, nunca mostrou grande coisa para envergar a camisola do Chelsea.

O Manchester City, por outro lado, voltou a investir forte e está a colher os lucros desse investimento. Com a ajuda de grandes níveis exibicionais de jogadores como Balotteli, David Silva, Kun Aguero, Vincent Kompany, Joleon Lescott, Samir Nasri, James Milner, Yaya Touré e Dzeko, e todo o talento que lhes está agregado, o City de Mancini começa a agradar às pretensões dos seus proprietários e, arrisca-se a levar a Premier League para casa esta época e a lançar-se muito bem na grande roda da Europa para as próximas épocas.

A farturinha é tanta que Mancini nem se importa muito com o birrento Carlitos Tevez, que depois da polémica causada no jogo contra o Bayern foi amuado para a Argentina levando o treinador italiano a negar-lhe a eventual possibilidade de voltar a vestir a camisola do clube. Tevez será um reforço de peso para qualquer clube europeu e é inegável que Real Madrid, PSG, Málaga, Arsenal, Inter e Roma estarão muito atentos para concretizar a sua transferência.

Este fim-de-semana teve mais teste de fogo perante uma equipa do Newcastle, que ainda não tinha perdido esta época. Um teste que foi ultrapassado com o bom futebol que se tem visto a ver da equipa de Manchester, ajudada por alguns erros infantis de Ryan Taylor (defesa esquerdo do Newcastle) e também com a verdadeira estrelinha de campeão na 2ª parte com as oportunidades falhadas por um Newcastle, que, apesar da derrota tem o mérito de ter construído um plantel belíssimo com jogadores como Coloccini, Jonás Gutierrez, Demba Ba e Hatem Ben Arfa.

Mas, como afirmei na introdução a este ponto a Liga está desiquilibrada. Neste momento, só o United tem capacidade para rivalizar com o seu vizinho do lado. E já vão 5 pontos de diferença e obviamente 5 golos na bagagem como pudemos constatar no último derby de Manchester.

As próximas jornadas serão fulcrais para se começar a desenhar o miolo e o desfecho da Premier.

2. Em Espanha, o Real continua com a sua almofada de 3 pontos em relação ao Barça. Digo almofada, visto que num campeonato onde a diferença se fará ao pontinho num universo de mais ou menos 100 pontos conquistados nas 38 jornadas da prova, 3 pontos podem fazer a diferença para as turmas de Mourinho e Guardiola.

Em 12 jornadas, o Barça já patinou 4 vezes (4 empates) dado que não é abonatório para a super-máquina de Guardiola. Guardiola terá um final de mês de Novembro e um mês de Dezembro duríssimo, onde terá que jogar  com o Real Madrid no dia 10, terá que efectuar as duas restantes jornadas da Champions (uma delas com o Milan que ainda poderá ser alvo de disputa de liderança de grupo) e o campeonato do mundo do clubes, prova que poderá ajudar ao desgaste da equipa e onde o Barcelona quererá levar o troféu para a Catalunha.

Mourinho ultrapassou o Mestalla nesta jornada e cavou uma diferença de 7 para o Valência. Os Valencianos vinham a fazer um excelente campeonato até agora e em caso de vitória até poderiam entrar na luta pelo 1º lugar. Mais uma grande exibição de Ronaldo pelo Real e mais uma grande exibição de Roberto Soldado pela turma Valenciana, comprovando que esta está a ser a época da carreira do avançado que curiosamente foi formado nas escolas do Real. Soldado leva 8 golos na Liga e 2 na Liga dos Campeões.

No entanto, do jogo do Mestalla fica por assinalar um penalti clarissimo a favor do Valência que poderia no final ter dado o empate aos Valencianos, resultado, que pelo que o Valência fez no quarto de hora final até se ajustava.

Sabendo que os Valencianos não vão lutar pelo título, cada vez parece mais certo que o 3º lugar será deles sem grande concorrência. O Malaga e o Sevilla tentarão guiar os seus resultados pelos resultados do Valência, mas, neste início de época, apesar do bom futebol que estão a praticar em algumas partidas, começam a sofrer de alguma intermitência nos seus resultados.

Quem continua a desiludir é o Atlético e o Villareal. Por este andar da carruagem, Levante, Espanyol e Athletic poderão ter mais condições para lutar pelo 6º lugar que estas duas equipas.

O Atlético de Madrid é uma excelente equipa. Tem é um mau treinador. Gregorio Manzano é daqueles treinadores que fala muito cá fora perante a imprensa mas não mete as equipas a jogar bonito e a obter resultados de maior. Já assim o era no Sevilla. Uma equipa que tem jogadores no plantel como Felipe, Álvaro Dominguez, Diego Godín, Mário Suarez, Tiago, Salvio, Arda Turan, Diego, Paulo Assunção Adrián, Radamel Falcao, Juanfran, Diego Costa e Reyes terá que fazer muito mais do que sequências em que ganha um jogo, empata os próximos e perde outro a seguir.

Já o Villareal é uma equipa cujos jogadores parecem estar em decadência. Falo de Gonzalo Rodriguez, Carlos Marchena (há muito que está em decadência) Cani, Marcos Senna, Borja Valero, Giuseppe Rossi e Nilmar. Da espinha dorsal desta equipa, ainda não vi uma boa exibição destes jogadores, tanto a nível interno como na Champions onde o Villareal está a ser a pior equipa da fase de grupos.

3. Em Itália, a coisa está boa para a Juventus.

O investimento compensa. Olho para o plantel da Juve e não tenho dúvidas em afirmar categoricamente que a Vecchia Signora vai voltar ao scudeto. É só magia. Buffon é aquele senhor e sempre o será. Marco Motta, Andrea Bazagli, Lichsteiner, Fabio Grosso, e a grande dupla de centrais da selecção italiana Leonardo Bonucci e Giorgio Chellini (estou aqui a pensar na quantidade de centrais de qualidade que a Itália terá para a próxima década com Rannochia, Bochetti e até Criscito quando adaptado) são aquela defesa que todo o treinador gostaria de ter.

Marchisio e Pirlo combinam de uma forma estonteante no miolo e tem Arturo Vidal como o substituto perfeito. Nas alas, Pepe, Krasic, Eljero Elia (que jogador bestial) Alessandro Matri e Del Piero são outro sonho para qualquer treinador de futebol assim como os homens da frente: Fabio Quagliarella, Luca Toni, Vincenzo Iaquinta, Mirko Vucinic e um apagadíssimo Amauri que não tem lugar neste plantel mas que não deixa de ser um grande avançado.

À Juve, seguem-se por um ponto de diferença, Lazio e Udinese. Não menosprezando tais equipas, creio que não tem qualidade para andar a lutar pelo título e rapidamente irão baixar a guarda no que toca a este capítulo. A Lázio tem um bom plantel mas nota-se que não tem um jogador criativo (o melhor que tem é Ledesma) e a Udinese, a selecção do mundo como lhes costumo chamar, apesar de ter excelentes jogadores como o lutador Maurizio Isla, Danilo, o mágico Gabriel Torje, o fantástico Pablo Armero e Floro Flores, continua a depender em muito de um dos jogadores da década do futebol italiano, o imortal António Di Natale, que com os seus 8 golos em 11 jornadas irá lutar novamente pelo título de melhor marcador da Serie A.

Ambas as equipas sofrem na minha opinião de um problema patológico comum: dependem exclusivamente dos seus avançados, respectivamente Di Natale e Miroslav Klose.

O Milan está em 4º com 21 pontos. Max Allegri não está a conseguir fazer olear tão bem a sua máquina esta época, mas, será a única equipa que a meu ver irá ombrear com a Juve na luta pelo título. No entanto, a primeira fase do campeonato não está a correr bem e não se pode culpar o facto do Milan não ter jogadores para enfrentar com atitude séria duas competições, até porque na Champions tirando a oposição no grupo do Barcelona, tanto BATE Borisov como Viktoria Plzen são equipas do submundo europeu que o Milan tem obrigação de golear.

É claro que uma baixa como António Cassano deixa marcas numa equipa como o Milan, mas, perante o plantel recheado que os milaneses tem, não serve de desculpa para nada.

Daí que 23 golos em 11 jornadas seja uma marca péssima para o poderio ofensivo dos Milaneses.

A Roma está a conseguir levantar-se do choque inicial. Luis Enrique está a pouco e pouco a colocar a equipa a jogar futebol. Está a apenas 5 pontos do 1º lugar. E tal não é uma vergonha para uma equipa que recebeu novos jogadores como Stekelenburg, José Angel, Simon Kjaer, Erik Lamella, Miralem Pjanic, Fernando Gago, Pablo Osvaldo (o tal que é mais italiano que os políticos que nasceram em itália) e Bojan Krkic. Estes, em conjunto com outros como Burdisso, De Rossi, Leandro Greco, Okaka Chuka e até Marco Borriello podem-se assumir fulcrais para Luis Enrique (caso a direcção romana o decida manter indiferentemente do resultado desta época) trabalhar a pensar na luta pelo scudetto na próxima época.

O Inter, é mau demais.

A minha opinião sobre o Inter é que é demasiada veterania acomodada e demasiada juventude precoce neste plantel.

Sem gastar muito dinheiro, o Inter tem o futuro assegurado. Mas para daqui a 3 ou 4 anos.

O Inter deve aproveitar para reflectir. Deverá mandar já no mercado de inverno algumas (velhas) vedetas embora para começar a dar espaço aos mais novos e ganhar algum capital (enquanto é possível fazê-lo com jogadores como Maicon, Chivu, Motta ou Milito) ou é preferível manter uma equipa, que apesar da classe inegável e do caminho de glória trilhado por 95% dos seus jogadores não está a funcionar como equipa e pela primeira vez da história recente do Inter está a um passo de lutar para não cair no abismo que se chama Série B?

Eu não consigo acreditar como uma equipa que tem Sneijder, Zarate, Ricky Alvarez, Stankovic, Milito, Forlán e Pazzini, só consegue marcar 13 golos em 11 jornadas. Recuso-me mesmo a acreditar que estes jogadores não se consigam entender. Mas acreditando ou não, o que é certo é que este Inter está numa forma interna que é completamente lastimável…

4. Na Alemanha, Mario Gotze calou o Allianz Arena. O Dortmund superou as dificuldades iniciais causadas pela má forma de jogadores como o jovem médio e a lesão de Lucas Barrios. E Barrios ainda nem sequer apareceu no campeonato, pois tem sido suplente.

O Dortmund ficou com a vitória frente ao Bayern a 2 pontos dos Bávaros e promete obviamente ser a maior sombra à turma de Jupp Heynckes, treinador claramente de transição de ciclo na equipa de Beckenbauer.

Numa liga que está a ser muito renhida por ora, Schalke o4 (-3 pontos) Werder Bremen (-5) e Estugarda e Bayer de Leverkusen (-7) ocupam os lugares cimeiros da Bundes, com o Borussia de Monchagladbach (-2) a fazer uma sensacional 1ª volta de campeonato. Todos ainda tem hipóteses de rapidamente (3 jornadas na Alemanha podem virar a tabela toda) chegar à 1ª posição.

O Bayern de Munique, apesar das 3 derrotas que já leva para a Liga está a fazer o que lhe compete: liderar após um ano muito mau como foi o da época 2010\2011.

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futeboladas

(Em detrimento de problemas com a wordpress e com os servidores que alojam os videos, alguns softwares poderão não ser capazes de vislumbrar o video encorporado no post. em todo o caso, caso não consigam ver os videos, cliquem por cima dos links. peço imensa desculpa pelo incómodo e pela eventualidade de falta de estética do post)

http://videa.hu/flvplayer.swf?v=KHQ5S8EtDp8K40mS

A bom da verdade, o Porto não jogou nada em Chipre. É um Porto que joga a anos-luz da era Villas-Boas e que há muitos jogos que andava a pedir um resultado assim.

Não é que o APOEL tenha melhor equipa que o Porto. Nem por sombras. Não concordo com Vitor Pereira quando este disse na flash interview que o Porto “trabalhou bem” – O Porto não jogou nada. O Porto não criou oportunidades de golo durante os 90 minutos, apesar dos 22 remates que fez (6 dos quais à baliza). O Porto apenas se pode lamentar das péssimas decisões da arbitragem: os dois penaltis não existem e o 2º golo do APOEL parece-me em claro fora-de-jogo.

Este Porto é um Porto estranho. Existem muitas unidades em défice de forma. Moutinho, Rolando, Hulk, Álvaro Pereira, Moutinho, Guarín. Um avançado completamente inexistente. Uma defesa que treme por todos os cantos sem Otamendi. A utilização de Mangala começa a ser um perigo e de Defour ainda pouco se viu.

E as coisas, postas nesta forma, estão muito negras para o clube. Pinto da Costa está num claro dilema: despedir Vitor Pereira e tentar salvar a época nem que seja com a revalidação do título nacional ou manter o treinador dos 18 milhões de clásula de rescisão até ao final da época, mantendo intacto o orgulho demonstrado nas suas declarações de início de época.

Da equipa de Chipre, valeu a organização, principalmente a organização defensiva. Dois jogadores a cair na zona de Hulk quando este tinha a bola foi o facto que mais me saltou à vista. Um meio campo que não deixava jogar e um avançado  que parece demais para um clube cipriota. Gostava de ter a oportunidade de ver o desempenho desta equipa numa liga como a Portuguesa.

O Apuramento, esse, está a fugir aos poucos. Urgem decisões na estrutura portista.

http://video.rutube.ru/4864f8da70cc69e97cbf02177b910ff9

O Zenit está praticamente qualificado, bastando-lhe apenas um empate na visita ao Porto.

http://video.rutube.ru/ab243587864732d5ed0492e95be65ebc

Surpresa da jornada na Bielorussia. O modesto Bate Borisov conseguiu arrancar um empate ao Milan. A equipa Milanesa pareceu-me muito cansada em resultado do desgaste acumulado na vitória de Sábado contra a Roma para o campeonato por 3-2, num jogo que ficou muito marcado pelo estranho AVC isquémico que deu a Antonio Cassano no final do jogo.
O 1º lugar do grupo é claramente do Barça, que foi à República Checa vencer o Viktoria Plzen por 3-0, aproveitando para tal Guardiola para fazer rodar o seu plantel e inserir novamente o jovem extremo Cuenca.

http://videa.hu/flvplayer.swf?v=u83DbSBA1bQKrs0t

Depois da dolorosa derrota caseira frente ao Arsenal por 5-3, o Chelsea de Villas-Boas poderia ter carimbado esta noite o passaporte para os oitavos-de-final da prova na Bélgica, mas num jogo muito atípico por parte dos Blues acabou por empatar a 1 bola contra o campeão Belga, o Genk.
Ramires inaugurou o marcador aos 26″ e o Chelsea, pelo pouco que vi da 1ª parte, parecia governar o jogo à vontade, podendo até estender a sua liderança no marcador por várias vezes. David Luiz chegou inclusive a desperdiçar uma grande penalidade claríssima em virtude de uma bola no braço de Buffen. Por mais que me convençam, não consigo perceber como é que Villas-Boas, tendo bastantes jogadores que chutam bem em campo (Meireles; Ramires por exemplo) coloca um jogador como David Luiz a bater penalties.
O Genk respondeu bem na 2ª parte e haveria de chegar ao empate

Quem aproveitou e bem a derrota do Chelsea para equilibrar as contas do grupo foi o Valência. No Mestalla, os Valencianos marcaram o seu 5º ponto no grupo, num jogo em que precisavam claramente de bater o Leverkusen para alimentar as hipóteses de ainda se qualificarem.
Foi mais uma excelente exibição de Roberto Soldado, autor do 2º golo Ché.

O Chelsea lidera com 8 pontos. Bayern de Leverkusen tem 6. Valência 5 e Genk 2. Prevê-se uma 5ª jornada de emoções fortes com o Leverkusen a receber o Chelsea e o Valência a receber o Genk.

No grupo F, Marselha e Arsenal empataram a 0 em Londres e o Arsenal mantem a liderança com 8 pontos. Marselha tem 7. O Borussia de Dortmund venceu o seu jogo contra o Olympiacos por 1-0 mas soma apenas 4 pontos e terá que fazer pela vida nas próximas duas jornadas.

A Liga tem continuação amanhã com os jogos dos Grupos A, B, C e D.

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Será?

Van Persie fez um gesto feio e politicamente incorrecto. Não diria que foi Nazi, mas sim a antiga saudação do Império Romano. Conhecendo a história, é certo que Hitler tinha a pretensão de fazer do III Reich um império maior que o Romano que durasse pelo menos 1000 anos. 

Polémicas à parte, o Arsenal de Wenger, o mesmo Arsenal que em Setembro levou 8 do Manchester United, que por conseguinte levou 6 do Manchester City, foi dar 5 a Stamford Bridge, deixando André Villas-Boas à beira de um ataque de nervos.

 

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Premier League – Antevisão

O melhor espectáculo do mundo já começou! Sem dúvida, a melhor liga do mundo. Pelo potencial das equipas, pelo espectáculo, pelos grandes derbys e clássicos, pela emoção até ao último minuto nas partidas e sempre até às últimas jornadas!

Pouco mais se pode dizer de um campeonato tão rico em talento e em emotividade.

O Manchester United tem outra vez a responsabilidade (quiçá o prazer) de defender novamente o título. Numa 1ª linha de candidatos terá os crónicos Chelsea,  Liverpool (tenho a certeza que será capaz de voltar aos grandes resultados internos) Arsenal (mais frágil devido à saída de Fabrègas) e o “emergente” Manchester City.

Com os olhos postos na Champions e nos lugares europeus estarão sempre equipas como o Tottenham, o Aston Villa, Fulham, Everton e quiçá o renovado Newcastle. Outra equipa de meio da tabela poderá sempre ser um outsider na prova, dado o potencial que todas as equipas demonstram. Cumpre-me novamente dizer que esta antevisão poderá ter erros ou poderá sofrer mudanças até ao dia 31 de Agosto, data de fecho do mercado de transferências. Os 8-2 do Manchester ao Arsenal no dia de ontem apanharam-me em contramão na escrita deste post. Mesmo assim, a derrota histórica sofrida pelos Gunners não vai alterar em nada o que penso sobre o clube londrino. No fim, os pequenos excertos que pertencem ao Tottenham e ao Blackburn já foram escritos com base nos resultados que os clubes obtiveram na 3ª jornada da prova. O meu obrigado a quem lê a antevisão.

Manchester United

Sir. Uma lenda viva do futebol mundial. Ao longos dos últimos anos em Manchester, muito se tem dito sobre Alex Ferguson e sobre o futuro do clube de Manchester sem o manager escocês.

Por outras palavras, muita tinta se tem derramado nos jornais ligados ao fenómeno desportivo sobre o ano em que Sir se vai retirar do futebol e qual vai ser o seu sucessor. Ultimamente, o Guardian afirmou que o manager escocês pretende retirar-se no final desta época, encerrando o seu enorme pecúlio pelo futebol no clube de Manchester com uma entrada gloriosa no seu último capítulo enquanto treinador de futebol com o desafio de guiar a selecção olímpica da Grã-Bretanha no torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 2012. A seu tempo, Ferguson não desmentiu nem confirmou a eventualidade de se retirar do United no fim desta época e não descartou o desejo de orientar a selecção olímpica britânica. O seu sucessor é obviamente outro dos enigmas que faz vender jornais em Inglaterra. Ferguson é um homem vivido no futebol e decerto já deverá ter indicado na “board” do seu clube um ou vários nomes para continuar o seu trabalho.

Nomes jovens, visto que o Manchester está mais que rotinado com a experiência Ferguson a dar tempo e espaço aos seus técnicos e jogadores desde a entrada no clube até ao sucesso. Digo experiência ferguson sem aspas. O escocês entrou no clube pela porta pequena e demorou a vencer. Pelo meio, o clube de Manchester não lhe indicou a porta da saída, mostrando um pouco daquilo que é a mentalidade de gestão de um clube no Reino Unido. Os Portugueses Carlos Queiroz e José Mourinho aparecem como o sucessor do escocês. Queiroz é um dos pilares de muitos sucessos do United. Ferguson granjeou-lhe a confiança suficiente para o Português assumir o trabalho de campo da equipa.

Mourinho, apesar da rivalidade saudável (Ferguson é um dos técnicos cujo Português mais respeita e não entra nas habituais trocas de palavras) assume-se como o “special one” do escocês e mesmo no Real, saltará para Manchester muito facilmente caso o escocês lhe diga “és o meu sucessor”. Mike Phelan (actual adjunto do United) e David Moyes (Everton) poderão ser outras alternativas indicadas por Sir para o futuro do clube. Passando a outra conversa O Manchester inicia esta nova época com a defesa do título e com a ambição do costume: vencer todas as provas que vai disputar. Depois de um defeso que ficou marcado pelas renúncias de pilares importantes na vida do clube como Scholes, Van Der Sar e Gary Neville, Ferguson sentiu que era a hora de reforçar o plantel com gente capaz de assegurar o futuro do clube.

Entre as saídas desta época, para além dos veteranos que terminaram carreira, saíram jogadores que estavam no clube há muitos anos mas que nunca se afirmaram como titulares no United. Casos de Wes Brown e do o irlandês John O´Shea que saíram para o Sunderland. Outros jogadores que não se afirmaram em Manchester ou são demasiado jovens e precisam de rodar também acabaram por sair como o Português Bébé (por empréstimo para o Besiktas) Gabriel Obertan (rumou a Newcastle) ou Joshua King.

Para reforçar o plantel, a direcção do clube não olhou a gastos. Começou por substituir o “monstro” Van der Sar pelo talentoso David de Gea. 21,5 milhões foi o valor pago pelo jovem guarda-redes espanhol ao Atlético de Madrid. De Gea não está porem a ter vida fácil em Manchester. No entanto, o talento do espanhol garante-me a tranquilidade para dizer que o Manchester tem aqui guarda-redes para os próximos 15 anos. Para a defesa, 22 milhões foi o valor pago pelo lateral Phil Jones ao Blackburn, uma transferência cujo valor me espantou e cuja responsabilidade será enorme para o jovem lateral de 19 anos.

Para as alas, Ashley Young foi uma excelente decisão do Manchester. O extremo é um jogador fenomenal que vai acrescentar muito talento a um sector onde Nani era a única solução de classe mundial a meu ver. Quanto ao Português já lá vamos. Young estreou-se com pompa e circunstância pelo Manchester. No capítulo das incógnitas, continuam alguns jogadores. Durante o defeso, a comunicação social dava Nani como carta fora do baralho do plantel do Manchester. Se o clube o tivesse vendido seria um erro. Muito mais pelos 14 milhões que a imprensa falava ou até pela troca com Sneijder, jogador cujas características são apreciadas por Ferguson graças à falta de Paul Scholes e à não-afirmação por completo de Anderson, jogador que Ferguson comprou ao Porto e quis transformar em 8 (ainda que sem sucesso).

Nani continua portanto de pedra e cal no United e assume-se como uma das vedetas indiscutíveis da equipa. Também se especulou que Michael Carrick, Rio Ferdinand, Valência e Berbatov poderiam não ficar no Manchester 20112012. Tais rumores acabaram (por ora) por não se concretizar. É um plantel que ganhou bastante qualidade com as entradas. Di Gea será o titular na baliza e terá pouca concorrência do polaco Kuszczak e do dinamarquês Lindegaarde. Na defesa, Evra continuará a ter o flanco esquerdo. No centro da defesa, Nemanja Vidic, o grande Chris Smalling (arrisca-se a roubar o lugar ao veterano Ferdinand) e Rio Ferdinand irão continuar a garantir a qualidade que o Manchester sempre nos habituou. À direita, será um despique entre Phil Jones e Rafael da Silva. Fábio da Silva e o galês Johnny Evans (centroesquerda) tentarão ganhar o seu espaço perante as saídas de muitos defesas que aproveitavam as sobras dadas pelas lesões na defesa (O´Shea, Brown; num passado muito recente Mickael Silvestre antes de ser transferido).

O meio-campo do United assusta. Carrick, o veteraníssimo Ryan Giggs (ainda influente na equipa aos 37 anos) Park Ji-Sung (renovou; é fulcral pela sua versatilidade e pelo seu rigor táctico) Nani, Valência Ashley Young, Anderson, Darren Fletcher e os jovens Darren Gibson, Tom Cleverley garantirão excelência táctica e técnica e soluções para Ferguson.

Na frente, Wayne Rooney, Dimitar Berbatov, a jovem vedeta Chicarito Hernandez (colou muito bem no United o puto!), o veterano Michael Owen e os jovens Mame Diouf, Danny Welbeck (será de vez que vai assentar?) e Federico Macheda (voltou de empréstimo) dispensam apresentações e serão opções tanto para o centro do terreno para como para várias posições como a de nº10 (Rooney e Berbatov adaptam-se muito bem nestas posições) como para as extemidades do ataque (Welbeck; Diouf). Apenas Hernandez tem lugar garantido como o homem mais avançado no ataque. Um jogador que Ferguson soube moldar muito bem à sua maneira: o Mexicano veio como extremo e tornou-se um felino matador.

Manchester City

Tanto investimento e tanta ambição só pode resultar em glória. Este poderá ser o ano do City. Se avançarmos alguns metros a pé de Old Trafford (Teatro dos Sonhos) iremos dar ao City of Manchester, mansão imperial do Abu Dhabi and Hyde Park Entertainment Group, grupo que investiu no clube britânico cujo proprietário é Khaldoon Al Mubarak. Nos últimos 4 anos, o Abu Dhabi and Hyde Park Entertainment Group, principal grupo de investimentos dos Emirados Árabes Unidos, proprietário da Etihad Airways, da Etisalat, da Columbia Pictures e de metade dos negócios feitos em Abu Dhabi no ramo imobiliário investiu uma soma milionária no histórico clube Britânico.

Se a primeira fornada de jogadores contratada pelo clube de Manchester não deu garantias de sucesso a Sven Goran Erikson (jogadores como Elano, Jô, Martin Petrov, Zabaleta, depois Adebayor, Bellami, entre outros) o investimento triplicou mas na minha opinião, Roberto Mancini não é homem para treinar este arsenal em bruto. Falta muita ambição a Mancini para guiar à vitória um plantel quase perfeito. Como não poderia faltar, este defeso voltou a ser de revolução e aperfeiçoamento do plantel dos Citizens.

Saíram enumeros jogadores e entraram outros tantos: saíram Adebayor (via Tottenham depois de não ter vingado no Real Madrid) Shay Given (Aston Villa) Michael Ball e Michael Johnson (Leicester) Derdryck Boyata (Bolton) e o eslovaco Wladimir Weiss foi novamente emprestado do Dinamo de Kiev após uma boa época no Rangers Em decisão, continua o dossier de jogadores como Balotelli (apesar do seu talento, as confusões e problemas que o italiano gera poderão ter levado os responsáveis do Manchester City a poder colocar o jogador no mercado na última semana de transferências) Onohua e Wayne Bridge (não tem lugar num plantel com 11 defesas) Shaun Wright-Phillips (tem se falado da hipótese de rumar ao recém-promovido Queens Park Rangers) Adam Johnson e Gui Assulin e dos avançados Roque Santa Cruz e Craig Bellami. Ponderada ainda é a hipótese do Real Madrid levar Carlos Tevez, facto que só acontecerá se Florentino Perez passar um cheque a rondar os 70 milhões de euros, valor estipulado pelo City para libertar o Argentino.

O argentino Kun Aguero foi claramente um dos agitadores do mercado de transferências. Com a qualidade que o argentino possuí e a dificuldade que o Atlético (mesmo possuíndo planteis bastante interessantes) tem em conquistar títulos, seria muito difícil aguentar por muito mais tempo o assédio ao genro de Diego Armando Maradona. Rumou a Manchester. Pelo dinheiro e pela sede de triunfos. Não foi porém o único alvo certeiro do City neste defeso. Para a defesa, o clube contratou o defesa-esquerdo Francês Clichy ao Arsenal e o defesa-central Sérvio Savic ao Partizan, jogador que chegou a ser apontado ao Sporting. Do Arsenal, Clichy veio acompanhado pelo médio Nasri, jogador que a um ano do fim de contrato com os Gunners decidiu rumar de ares. Se num primário lance teve com um pé no United (oferecia 14 milhões ao Arsenal pelo seu concurso) acabou por ir parar ao City of Manchester por inflacionados 28 milhões. Inflacionados não pelo talento do jogador (que é imenso; é um jogador com uma qualidade de passe e criatividade enormíssima) mas pela situação contratual que possuía com os Gunners.

Savic é um central dado como certinho, forte fisicamente e altivo no jogo aéreo. Juntam-se a um plantel de luxo com jogadores que dispensam apresentações: Joe Hart (o titular da baliza inglesa) Micah Richards, Pablo Zabaleta, Vincent Kompany, Joleon Lescott, Kolo Touré, Kolarov (muito criticado no City, ainda não se conseguiu afirmar) Nigel De Jong, David Silva (o grande criativo desta equipa) Adam Johnson, James Milner, Gareth Barry, Yaya Touré, Carlos Tevez, Dzeko e as incógnitas até ao fim do mercado Balotelli, Bridge, Onohua, Santa Cruz e Bellami. Roberto Mancini tem portanto a sua cabeça a prémio. Não existem desculpas para não obter resultados. Tem a equipa que pediu e a equipa que não pediu. A enorme concorrência interna e externa é que poderá dificultar a vida ao treinador italiano.

Wolverhampton

Mick McCarthy (ex-seleccionador Irlandês) é novamente o santo milagreiro de uma equipa com poucos recursos económicos, tendo em conta o poderio financeiro das equipas com quem vai competir no plano interno. O Irlandês é no entanto um técnico experiente e ciente das dificuldades que irá encontrar de modo a atingir o objectivo da equipa: uma época sem sobressaltos de maior índole. Como maior contratação da equipa, aparece Jamie O´Hara (médio-centromédio esquerdo recrutado ao Tottenham) mais um Irlandês para um plantel que conta com 7 irlandeses, quase todos fundamentais na manobra da equipa, casos de Stephen Ward, Steve Hunt e Kevin Doyle.

Homens de confiança de McCarthy. Para completar a sua missão, McCarthy terá como esteios jogadores como Jody Craddock, Stephen Ward, o escocês Christophe Berra, George Elokobi, Ronald Zubar, Steve Hunt, Nenad Milijas, O´Hara, Adlène Guedioura, Sylvain Ebanks-Blake, Steven Fletcher, Sam Vokes e Kevin Doyle.

Liverpool

Kenny Dalglish é uma das lendas vivas em Liverpool. Enquanto jogador do clube entre 1977 e 1990, Dalglish jogou 355 jogos e marcou 118 golos, ajudando a equipa da cidade dos Beatles à era de ouro do clube com 8 títulos, 1 FA Cup, 4 taças da liga, 5 supertaças, 3 ligas dos campeões (na era Paisley) e 1 supertaça europeia. Números e conquistas notáveis, portanto…

Dalglish terá pela frente uma missão muito difícil. Devolver o Liverpool à luta pelo título depois da época frustrante em 20102011, das saídas importantes que o clube teve nos últimos anos (Xabi Alonso, Fernando Torres) das dificuldades financeiras que o clube passou com a falência técnica e consequente venda de propriedade dos Gillette para um grupo de accionistas e do investimento em plantel feito pelos novos accionistas, consumado nas contratações de Andy Carroll, Luis Suarez, Jordan Henderson, José Enrique, Charlie Adam, Sebastian Coates e Stuart Downing. Em todos estes jogadores, a direcção do clube de Anfield Road gastou nada mais nada menos que exorbitantes 115 milhões de euros, tirando ainda os passes de outros jogadores contratados no início da época passada como Raúl Meireles (a grande revelação da Premier no seu ano de estreia, motivando o prémio de melhor jogador estrangeiro da época transacta) Christy Poulsen e Maxi Rodriguez.

Para abono do clube, também importa falar que a direcção do liverpool preservou alguma estabilidade neste defeso, acabando por vender apenas jogadores que não entraram na rotina em Anfield, casos do italiano Alberto Aquilani para a Juventus em definitivo (não acertou passo em Liverpool e acabou por ser uma tremenda desilusão) Milan Jovanovic (voltou à Bélgica para representar o Anderlecht) Nabil El Zhar (Levante) Kyrgiakos (Wolfsburg) e jovens que não aproveitaram a sua oportunidade no plantel principal dos Reds como é o caso do médio Pacheco (Atlético) Darby, Plessis e Daniel Ayala. O plantel do Liverpool é então constituído por: – Três guarda-redes de valor: Doni, Pepe Reina e o australiano Brad Jones.

Jamier Carragher é um central (por vezes lateral) esforçado, mas nunca me agradou. A mim e a muito boa gente! – Sebastian Coates (desejado por Benfica e Porto, o Uruguaio rumou a Anfield por cerca de 9 milhões de euros) Emiliano Insúa (terá que atinar para ficar após sucessivos empréstimos) Glen Johnson, José Enrique (jogador que saltou do Villareal para o Newcastle por um balúrdio, foi mal amado entre os adeptos dos Magpies no ano em que o clube desceu à Championship e acabou por dar a volta e ser vendido ao Liverpool) Fábio Aurélio (todos os anos é dado como carta fora do baralho mas acaba por ficar) Danny Wilson, Jamie Carragher, Martin Skrtel, Daniel Agger (o trio de centrais do Liverpool que nos habituámos nos últimos anos) e Martin Kelly. No capítulo defensivo, o Liverpool precisava de um investimento mais certeiro na zona central. Coates poderá ser um bom jogador mas ainda é muito tenro para estas andanças e Carragher, Skrtel e Agger são escassos para se assumir estabilidade defensiva pelos lados de Anfield.

Dizem que já não existe amor à camisola. Aqui está um das excepções. Duas, tendo em conta o pecúlio enquanto jogador de Carragher. Não conhecem e nem querem conhecer outro clube que não o Liverpool. E fazem muito bem! – Meireles, Gerrard, Joe Cole (estará de saída para QPR ou Tottenham segundo a imprensa) Maxi, Henderson, Downing, Leiva, Spearing, Adam, Poulsen e Shelvey. – Suarez, Kuyt, Caroll e N´Gog na frente. É de facto o melhor e mais completo Liverpool dos últimos anos. Vamos ver como evoluí com o decorrer da época.

Aston Villa

O Escocês Alan McLeish tem à sua disposição um Villa em fase de maturação, mesmo apesar de algumas saídas de relevo que teve nos últimos anos. No que diz respeito a esta temporada são de salientar algumas entradas de jogadores interessantes assim como saídas de não inferior relevo na equipa. Comecemos pelas saídas: o guarda-redes Brad Friedel, esteio da equipa nos últimos anos saiu para o Tottenham onde tentará rivalizar com o inconstante Heurelho Gomes. Ashley Young rumou ao United. Stewart Downing ao Liverpool. O pouco utilizado Michael Bradley foi para os alemães do Moenchagladbach, Nigel Reo-Coker foi aplicar a sua agressividade lá para os lados de Bolton e John Carew ganhava mais do que jogava (como tem vindo a ser a sua imagem de marca por todos os clubes onde passa) tendo rumado a Londres para ajudar o West Ham a voltar ao convívio dos grandes. Só nas saídas, os Villains perderam 3 titulares indiscutíveis, 1 titular intermitente (Reo-Coker) 1 jogador que não concretizou as expectativas aquando da sua contratação (Bradley) e um avançado que começou muito bem a sua carreira pelo clube e acabou por sair pela porta pequena do balneário.

Quanto a entradas, McLeish e a direcção do clube optaram pela entrada de jogadores que sabem perfeitamente o que é a exigência da Premiership: a começar pelo experiente guardião Irlandês Shay Given (agrada sempre por onde passa mesmo apesar de algumas irregularidades; é um guarda-redes de craveira) Stephen Ireland e o médio ala Francês Charles N´Zogbia, que mesmo apesar de ser um jogador que prometeu muito na sua estreia pelo Newcastle no ano de 20042005 e acabou por não cumprir o estatuto de jogador importante por onde passou acaba por ser um jogador muito experiente nos grandes palcos do futebol inglês.

De regresso ao clube após empréstimo também estão Brad Guzan, Nathan Delfouneso e Eric Lichaj. Juntam-se a um colectivo de jogadores que transitam da temporada passada e que ajudaram o clube a chegar às provas europeias como: Luke Young, Stephen Warnock, Richard Dunne, James Collins, Habib Beye, Carlos Cuellar, Jean Makoun (o autêntico pacemaker desta equipa; não consigo crer como este camaronês ainda não conseguiu chegar a um clube mais alto na europa que o Lyon) Stilian Petrov, Darren Bent, Gabriel Agbonlahor e o imortal Emile Heskey.

Defender o lugar europeu, perante a  concorrência existente na liga não será pera fácil para a turma de Birmingham num ano em que perdeu jogadores importantes na manobra da equipa. No entanto, os moldes para o sucesso da equipa residem na qualidade de McLeish. A ver vamos o que o Villa é capaz de fazer em 2012.

Chelsea

“Deixem-me estar nestas poses exuberantes porque eu estou a curtir um concerto dos ACDC”.

A cadeira de sonho, de ouro, de prata, de marfim, de cobre e diamante está em Londres. Só os cheques de Herr Abrahamovic é que estão a tardar para dar sangue novo a uma equipa envelhecida, comodista e com um rendimento diferente da high-voltage da era Mourinho.

É Mourinho quem Villas-Boas persegue. Conaisseur profundo de todos os cantos de Stamford Bridge, o discípulo, volta a Londres para assumir uma cadeira que anda à deriva por mares de angústia em virtude de um ano em que Ancelotti não conseguiu revalidar o título e dar a prenda que já é sonho de Abrahamovic desde a cena da paixão por José Mourinho, ou seja, a Champions.

Villas-Boas informou por fax o Porto a proposta do Chelsea de 15 milhões pela sua cláusula de rescisão, à maneira que Pinto da Costa gosta de ser informado. Desde o primeiro minuto em Londres prometeu trabalho, ambição, método, regras, João Moutinho, Falcão e Álvaro Pereira. Se o tigre já voou para os ares de Madrid para representar o malfadado Atlético, Villas-Boas não contava que o chefe tivesse tantas dificuldades em colocar a mão na massa e trazer os tão desejados reforços. Até o “palito” está a demorar mais que o normal pois o multimilionário Russo não quer enviar o fax com os 30 milhões pedidos pelo Porto pelo lateral-esquerdo Uruguaio mas sim um valor a rondar os 20. Moutinho estará muito mais longe e o tempo escassa para os blues. Enquanto os faxes vão e voltam, Villas-Boas luta com o que tem. Que não é pouco, diga-se desde já.

Mesmo a caminhar para a reforma e num comodismo estranho ao clube, a matéria prima que o jovem técnico possuí no Chelsea, com uma boa arrumação da casa, pode ganhar tudo esta época e ficar-se a rir para os adversários.

Juan Mata foi dado como reforço do Real, do Barça, do Manchester, do Arsenal mas acabou em Stamford Bridge num negócio milionário que irá render ao Valência 27 milhões de libras, nada mais nada menos do que 28 milhões de euros. Mata é um filho tão desejado lá pelos lados de Stamford Bridge que até o insignificante Yossi Benayoun (jogador cujo paradeiro é desconhecido na Premier League desde a sua chegada; a sua rescisão está por horas) fez questão de ceder o 10 de vedeta ao internacional Espanhol. Para já, Villas-Boas não prescindiu de ninguém da equipa, mesmo apesar dos rumores que davam certo David Luiz no Barça após 6 meses de londres.

Rumores infundados que até redundaram efectivamente  na mudança de um jovem centrocampista da formação B do Barcelona (Romeu Oriol) para londres pelo potencial reconhecido pelo técnico português. O Chelsea reforçou-se com jovens jogadores, casos do guarda-redes Belga Courtois, contratado ao Genk. Da Bélgica também veio o fenómeno Lukaku, diamante em bruto muito cobiçado na europa que deverá ser ensinado a ser matador por Didier Drogba caso o Chelsea prefira ficar com o belga ou então emprestado ao Benfica de Jorge Jesus, como a comunicação social portuguesa tem avançado nos últimos dias. Cabe a Villas-Boas a decisão de fazer permanecer o jovem belga que despontou aos 15 anos como sénior no Club Brugge no plantel dos Blues.

No capítulo das indecisões continuam os dossiers Lucho González, Álvaro Pereira, Didier Drogba e Florent Malouda. É pública a oferta de troca de Drogba por Lucho mais 8 milhões em cash que não vingou porque o Costa-Marfinense não pretende voltar ao clube onde se evidenciou antes de rumar a Londres. Nos últimos dias, o Costa-Marfinense também deverá ter rejeitado ir para o Galatasaray da Turquia. Com Lucho mais longe, Villas-Boas poderá virar-se para João Moutinho, alvo difícil pelos 35 milhões exigidos pelo Porto, agora detentor dos 100% do passe do médio. Já falamos sobre o Uruguaio. Florent Malouda está a ser negociado com os italianos da Juventus, que segundo o site Tuttomercato deverão ter oferecido cerca de 12 milhões pelo concurso do internacional francês e 4 milhões de salário anual.

Indiferentemente das negociatas do clube londrino, a época já arrancou com os seguintes jogadores: – Cech, Hilário e Turnbull na baliza. Courtois rumou por empréstimo ao Atlético de Madrid.

– Branislav Ivanovic, José Bosingwa, Paulo Ferreira, Alex, John Terry, David Luiz, Ashley Cole, Patrick Van Aanholt e Ryan Bertrand na defesa

– Michael Essien, Frank Lampard, Oriol Romeu, Ramires, Yossi Benayoun, Juan Mata, John Obi Mikel, Florent Malouda, Gael Kakuta e McEachran no meio-campo.

– Dider Drogba, Romelu Lukaku, Fernando Torres, Salomon Kalou (sim, mantem-se!!!) Daniel Sturridge e Nicolas Anelka (sim, mantem-se parte 2!!!) como avançadosextremos.

Newcastle

Já lá vão os tempos em que o Newcastle era considerado um grande de inglaterra. Longe também vão os tempos em que os homens de Saint James Park entravam com 10 jogadores em campo e 1 avançado capaz de resolver todos os problemas da equipa.

Falo obviamente de Alan Shearer, mítico avançado que ajudou o Blackburn a vencer a Premiership em 1995, saltando nesse defeso para o Newcastle numa transferência recorde à época. Longe vão os tempos em que esta equipa lutava pela Europa e conseguia os seus objectivos, tendo chegado inclusive à liga dos campeões europeus.

Num passado recente, a tristeza abateu-se sobre o clube. O United deixou rapidamente de ser um clube europeu e chegou mesmo a ir 1 época à Championship, numa descida dramática para o clube. Voltou a erguer-se na época 20102011, acabando por conseguir um lugar bastante tranquilo na época passada.

O treinador do Newcastle Alan Parson viu um defeso mais gastador do que vendedor. O Newcastle não foi exuberante a comprar e foi preciso a vender. Nas entradas, salutam-se as entradas do centrocampista Cabaye (Lille) de Gabriel Obertan (Man Utd) e do avançado Franco-Senegalês Demba Ba, jogador que se evidenciou no Hoffenheim da Alemanha e no West Ham. Ba terá pela frente a missão de fazer esquecer Andy Caroll, vendido ao Liverpool no mercado de inverno por 40 milhões de euros. Ao nível de saídas, é de reaçar a de Joey Barton (um dos casos mais inexplicáveis de insucesso no futebol britânico da última década; um dos jogadores mais problemáticos dentro e fora do campo da Premiership) para o Queens Park Rangers, de Kevin Nolan para o West Ham, Wayne Routledge para o Swansea e principalmente a de José Enrique para o Liverpool.

O argentino Jonás Gutièrrez não é de todo um jogador perfeito do ponto de vista técnico. No entanto, a sua versatilidade que lhe permite jogar em todas as posições das duas alas, a sua rapidez, garra e rigidez táctica permitem-lhe ser uma das vedetas do conjunto de Saint James Park em reciprocidade com o Francês Hatem Ben Arfa e com o seu compatriota central Fabrizio Coloccini. Não são porém os únicos jogadores de qualidade que Alan Pardue tem à sua disposição no plantel.

Outros jogadores como Alan Smith, Cheik Tioté, Cabaye, Obertan, Ba, Lovenkrands e Shola Ameobi poderão ser importantes no cumprimento dos objectivos da equipa, que passarão sobretudo por um lugar nos 10 primeiros.

Wigan

O Espanhol Roberto Martinez é um treinador jovem que colocou o Wigan a jogar o seu melhor futebol de sempre. Daí que já lhe tenham chovido propostas de clubes com maior potencial que o Wigan. Martinez rejeitou a saída do clube que representou como jogador durante 6 temporadas (e que após a passagem como jogador no Walsall e Swansea e técnico no clube galês que está registo na FA sob autorização especial) lhe deu a oportunidade de treinar na principal liga do futebol inglês. O Wigan é um clube saudável do ponto de vista financeiro.

Não é um clube que precise de vender muito para ter excelentes reforços. Até hoje, a maior transferência que o clube recebeu foi a de Valência para o Manchester United no mercado de transferências de 2009 por 22 milhões de euros.

É claramente uma aposta de Martinez trazer para o clube jogadores de várias nacionalidades. Ao todo, no Wigan desta época estão jogadores de 15 nacionalidades, algumas delas sem grande expressão para o futebol como o caso de Omã (representado pelo excêntrico guardião Al Habsi) e os Barbados do lateral Boyse. Roberto Martinez perdeu jogadores como N´Zogbia (Aston Villa) e deixou sair outros como o argentino Mauro Boselli (Estudiantes) De Ridder (Grasshoppers) Steven Caldwell (Birmingham)e Antonio Amaya (Bétis) – ou seja, jogadores sem grande importância na equipa. Permanecem no plantel às ordens do técnico Espanhol o guarda-redes Chris Kirkland (aquele cujo pai apostou quando era miúdo que o filho haveria de ser um dia internacional pela inglaterra, tenho ganho um pequeno balúrdio quando o filho chegou à Old Albion) o central Paraguaio Antolin Alcaraz (passou pelo Beira-Mar no início da carreira) o experiente central escocês Gary Caldwell, o lateral-direito hondurenho Maynor Figueroa, o trinco irlandês McCarthy e os avançados Franco Di Santo e Hugo Rodallega.

O Colômbiano é claramente a vedeta desta equipa e não percebo como não tem lugar no onze titular sua selecção ao lado de Radamel Falcão assim como ainda não saltou para uma equipa de maior destaque nesta liga. Para percebermos a importância do Colômbiano neste Wigan basta ver as suas estatísticas: em 2 épocas e meia ao serviço do Wigan, Rodallega apontou 22 golos, sendo 7 deles os golos das vitórias do clube em 7 partidas. Sendo uma equipa modesta, apenas se espera que Martinez consiga vencer novamente a batalha da manutenção.

Bolton

Depois de algumas experiências europeias mal consolidadas e da passagem do furacão “Sam Allardyce” pelo Reebok Stadium, o Bolton volta-se a afirmar como uma equipa que com uma pontinha de sorte poderá voltar (pelas vias que garantem a participação) às competições europeias.

Mais uma equipa que parece a selecção do mundo. 13 nacionalidades convivem no plantel às ordens do escocês Owen Coyle. Durante o mercado de transferências, o Bolton jogou ela por ela no que toca a saídas e entradas.

No que diz respeito às saídas mais importantes, Rodrigo voltou ao Benfica após um empréstimo que até agradou aos responsáveis do Bolton, o avançado Sueco Elmander foi vendido ao Galatasaray e prepara-se para mudar novamente de ares, o experiente defesa Andy O´Brien mudou-se para Leeds, Matthew Taylor rumou ao West Ham, Daniel Sturridge regressou ao Chelsea e o israelita Cohen decidiu voltar ao Maccabi Haifa após uma experiência mal sucedida no Bolton.

Foram colmatados com as entradas de Reo-Coker via Aston Villa, Dedrick Boyata (cortesia do City) Chris Eagles via Burnley e o regresso do lateral-esquerdo Ricardo Gardner ao clube após ter jogado na 2ª divisão no Preston North End. A grande contratação do Bolton acabou por ser o tecnicista turco Tuncay Sanli, que depois de Wolfsburg volta à Premier League, campeonato onde já tinha brilhado numa passagem pelo Middlesbrough aquando dos anos uefeiros do “clube nortenho”. Juntam-se a um plantel muito interessante onde se evidenciam jogadores como o guarda-redes Finlandês Jaaskelainen (já vai na sua 15ª época enquanto guarda-redes do Clube) o defesa islandês Steinsson, Gary Cahill (foi muito cobiçado por Manchester United e Liverpool mas acabou por permanecer em Bolton) Zat Knight, Sam Ricketts, Martin Petrov, Sean e Kevin Davies e o croata Ivan Klasnic, jogador que já esteve na coagitação do FC Porto nas últimas temporadas.

Everton

David Moyes – Mais um exemplo de sucesso de um treinador escocês na Premier League.

Quando Moyes pegou no Everton na época de 20012002, o clube de Liverpool passava por agudas dificuldades financeiras. O passivo do clube de então e as dívidas que possuía a atletas que tinham servido o clube chegavam inclusive a colocar em risco a participação na Premier dessa época. Moyes, antigo jogador profissional de média dimensão (formado no Celtic, não se impôs no colosso escocês, tendo passado posteriormente por clubes de escalões secundários do futebol inglês como o Cambridge, Bristol City, Shrewsbury Town e Preston North End) aceitou trocar uma carreira ascendente como treinador no Preston para um clube cuja direcção lhe impunha a venda dos melhores jogadores do Everton da altura.

Mesmo assim, quando Moyes chegou ao Everton deparou-se com jogadores de alguma qualidade, casos do italiano Alessandro Pistone, do central escocês David Weir (ainda joga como profissional na Scottish Premier League aos 41 anos pelo Falkirk) o defesa-direito escocês Naysmith, os centrais britânicos Stubbs e Unsworth, o na altura jovem Tony Hibbert, o deus de outra galáxia de nome Abel Xavier, os médios Lee Carsley, David Ginola, Leon Osman (ainda continua no plantel) Niclas Alexandersson, Mark Pembridge (que passou pelo Benfica na era Souness) Jesper Blomqvist (jogador que actuou algumas temporadas no United) Thomas Gravesen (um jogador que se veio a revelar fulcral no trabalho de Moyes no Everton) Paul Gascoine (sim, esse mesmo que há uns anos saía da clínica de desintoxicação no Algarve para ir mamar uns bagaços e uns Whisky´s em Vilamoura à revelia dos médicos com a desculpa que ia dar uns pontaés na bola pelo saudoso Algarve United!!) e Tobias Linderoth, e os avançados Duncan Ferguson, Tomas Radzinski e Joe-Max Moore.

Não era portanto um plantel de se descartar num ano em que o clube passava por sérias dificuldades. A partir destes dados, Moyes foi cavando o seu sucesso, até colocar o Everton nos trilhos das finanças saudáveis combinadas com resultados desportivos interessantes que não só colocaram o clube na europa como tiveram o seu ponto auge em 2005 quando o clube esteve a um passo de se qualificar para a fase de grupos da Liga dos Campeões, num ano impar no futebol europeu visto que o Liverpool venceu a Champions e perdeu o acesso pela via do campeonato à competição na última jornada para o Everton. Tendo direito a defender o título mesmo perante a impossibilidade pela classificação no campeonato, a UEFA decidiu nesse ano dar mais uma vaga aos ingleses nas competições europeias.

A partir daí, o Everton tornou-se um clube mais apetecível para investimentos e começaram a chegar ao clube os jogadores que constituem a espinha dorsal actual do clube, casos de Tim Howard (vindo do Manchester United) Joseph Yobo, Phil Jagielka, Mikel Arteta (o nível do espanhol decaiu muito depois da grave lesão que teve em 2008) Phil Neville, Marouane Fellaini, Yakubu, Victor Anichebe, Louis Saha e outros que já abandonaram o clube e até a carreira, casos de Gravesen, Andrew Johnson, Nuno Valente, Steven Pienaar ou Wayne Rooney.

A formação do Everton também melhorou em muito. Se na época 20012002 quando Moyes tomou conta do clube, Tony Hibbert e Leon Osman (na altura com 18 anos) era o único da formação dos “Toffies” na equipa principal do Everton, hoje já assistimos a um incremento da formação na equipa sénior com a inclusão de vários jogadores como Hibbert, Osman, Jose Baxter (jogador de enorme qualidade que tem tudo para seguir as pisadas de Wayne Rooney, uma das maiores pérolas da formação do clube de Liverpool) James Wallace, Ross Barkley e Jack Rodwell, médio que para mim tem um enorme futuro pela frente. Passando a dados concretos relativos a esta época: Poucas saídas e poucas entradas no clube.

A palavra estabilidade continua a valer ouro no futebol no toca à obtenção de sucesso. David Moyes sabe-o bem. De relevo existem apenas as saídas de James Vaughan para Sheffield e do internacional português sub-21 João Silva (contratado em 2010 ao Aves depois de ter sido o melhor marcador da Liga Orangina) que este ano vai jogar por empréstimo no Vitória de Setúbal e tem reunidas condições para se tornar um jogador com um futuro risonho. Reentrou a dupla de nigerianos Yakubu e Yobo, cujo paradeiro em 20102011 foram respectivamente Leicester e Fenerbahce por empréstimo.

Voltam portanto para reforçar um plantel cujas apresentações são feitas e cujo jogador que me enche mais os olhos é este senhor que se encontra na imagem acima postada: Tim Cahill, internacional australiano, jogador que pode actuar como centrocampista, 10 ou mesmo avançado. É clara e juntamente com jogadores como Arteta, Osman, Jagielka, Neville, Rodwell, o belga Marouane Fellaini (como é possível que nenhuma equipa de topo quer os serviços deste elegante trinco belga?) Baxter e Saha os melhores jogadores de um plantel que vale pelas enormes soluções de qualidade que dispõe no seu versátil plantel. Digo versátil, pois o Everton tresanda a versatilidade: Leighton Baines tanto pode actuar a lateral como a médio ou extremo esquerdo. Sem manchar o selo de produto de qualidade. Heitinga, mal-amado em Madrid poderá fazer qualquer lugar da defesa e cobrir a eventualidade da passagem de Jagielka para o meio-campo. O Francês Distin pode jogar no centro da defesa ou na esquerda. Phil Neville actua como trinco mas pode regressar à sua posição de origem na direita da defesa. O russo Bilyaletdinov, assim como o espanhol Arteta e Leon Osman podem pisar qualquer terreno do meio campo excepto o sector mais recuado onde mandam habitualmente Fellaini ou Rodwell, que em último caso até poderão jogar no centro da defesa. Como podem ver, David Moyes tem novamente as condições reunidas para voltar ao convívio europeu.

Queens Park Rangers

Ou como quem diz QPR. Clube envolto em muito turbilhão desde que participou pela última vez na Premier ainda nos anos 90. O clube londrino é a equipa do novo riquismo. Caiu na 2ª, já teve como proprietário o excêntrico magnata Flávio Briatore (chegou a apresentar um projecto megalómano para o clube onde prometia a participação na Champions em 2 anos e o título em 4, com o clube ainda na 2ª divisão), acabou por ser vendido várias vezes até parar nas mãos do actual proprietário Ishan Saksena e quase foi destruído aquando do comando técnico do português Paulo Sousa.

Regressa esta época aos grandes, com o franco-marroquino Adel Taarabt envolvido em grande cobiça. O jogador que outrora não conseguiu vingar no Tottenham e cujas notícias diziam em Janeiro que o Sporting estava de olho na sua contratação é a “fake-star or trully star” do QPR: como ninguém conseguiu perceber a sua evolução desde que saiu do clube de White Hart Lane, visto que no QPR Taarabt é um jogador de um calíbre fenomenal, os maiores clubes europeus aguardam ansiosamente pelo desempenho do jogador na primeira metade da Premier desta época para ver se vale a pena contratar os seus serviços.

No defeso deste verão, o clube londrino decidiu despejar meio plantel e contratar outro meio plantel. Seria um facto compreensível, caso o QPR tivessem em mente a contratação de jogadores capazes de dar estabilidade ao clube neste ano de regresso. De facto, tal não acontece. Das contratações anunciadas (14), grande parte dos contratados são jogadores desconhecidos que actuam em divisões secundárias de vários países, casos de Jay Bottroyd (Cardiff) Gary Borrowdale (Carlisle) Troy Hewitt Harrowborough) Martin Rowland (Milwall) Brian Murphy (Ipswich), os dois italianos (Alessandro Pellicoli – TorinoMatteo Alberti – Lumezzane) o Colombiano Balanta (jogava no MK Dons dos escalões secundários de inglaterra) e o brasileiro Perone que estava no Xerez de Espanha.

Joey, irás deixar crescer esse penacho quando a seca de golos chegar ao QPR?

Se estas contratações assustam pela falta de ritmo de Premier nas pernas, o pior deste clube foi quando anunciou a contratação de 4 jogadores bastante problemáticos e cujo sucesso enquanto jogador nunca apareceu: Danny Gabidon (do West Ham) DJ Campbell (do Blackpool) e a “cereja no topo do bolo” com “duas vedetas e tanto” de nomes Kieron Dyer e Joey Barton.

Dyer e Barton tem entre si a particularidade de serem jovens vedetas do futebol inglês, de terem fracassado, de terem chegado inclusive à selecção e de armarem a confusão por onde passam. Se Dyer andou à bofetada com um colega em Newcastle em pleno decorrer do jogo (procurar no youtube, é hilariante!) o que lhes iria valer aos dois a expulsão (único na história do futebol não?) Joey Barton é um tão bom a jogar à bola como a beber ou a agredir pessoas em locais nocturnos com o grão na asa.

Depois das assustadoras contratações, o treinador do QPR Neil Warnock poderá ao menos contar com o central Nigeriano Danny Shittu, com o guarda-redes Checo Cerny, com Taarabt e com dois jogadores que passaram quase despercebidos pela liga portuguesa: Akos Buzszaki (FC Porto) e Alejandro Faurlin (Marítimo) no plantel mais fraco desta Premier League.

Stoke City

A época 20112012 inicia-se com o Stoke pela primeira vez na sua história a disputar uma competição europeia. Será interessante ver como esta equipa reage ao clash europeu em relação à sua prestação nas provas internas.

Três contratações (o Uruguaio Arismendi e os experientes centrais Jonathan Woodgate e Upson) reforçam uma equipa que após a conquista de um lugar uefeiro viu sair peças importantes como os veteranos Gudjohnssen para o AEK de Atenas e Faye para o West Ham. Poucas mexidas no plantel comandado pelo Galês Tony Pulis, que recentemente admitiu que o clube tem dificuldades em ir ao mercado buscar reforços de qualidade para o seu plantel.

14 nacionalidades povoam o Brittania Stadium. Entre os jogadores que Pulis poderá contar, estão o guarda-redes Bósnio Begovic e o seu concorrente Dinamarquês Chris Sorensen, os defesas Higginbotham, Robert Huth, Danny Collins, Woodgate, Upson e o duro Ryan Shawcross (ainda não foi altura de rumar à paragem que merece). No meio-campo, Jermaine Pennant, Danny Pugh, Salif Diao, Dean Whitehead, Matthew Etherington e Rory Delap dão um misto de pujança física e técnica a esta equipa que na frente conta com a dupla Ricardo Fuller e Mamady Sidibé, dupla que teve uma enorme crise de golos na época passada (apenas 3 dos 46 da equipa na Premier League)

Sunderland

O Sunderland de Steve Bruce é uma das minhas principais incógnitas para esta época. O plantel que possuí coloca-me na indecisão se lhes hei-de atribuir a hipótese de chegar a um lugar europeu ou se apenas chegará para continua a senda de épocas tranquilas que o clube tem realizado desde que voltou à Premier League. Algumas contratações interessantes durante o verão: a dos veteranos John O´Shea e Wes Brown, dispensados pelo Manchester United. O médio direito sueco Sebastian Larsson do despromovido Birmingham e o jovem Ji-Dong Won, avançado coreano que vem do Chunnam Dragons com muito boa reputação.

Asamoah Gyan continua por ora como a principal referência de ataque do Sunderland, mas poderá estar a caminho do Liverpool de Dalglish.

Juntam-se a uma equipa que já contava com jogadores nas suas fileiras como o guardião escocês Craig Gordon, o defesa escocês Phil Bardsley, o central internacional Argentino Marcus Angeleri (teve muito próximo de rumar ao Dragão aquando da saída de Bruno Alves) Titus Bramble, o centrocampista Lee Catermole (já é internacional inglês mas aos 23 anos tarda a saída deste talentoso esquerdino para um clube de topo do futebol inglês; quem sabe se no final da carreira não será comparável ao maior ícone do clube, o famoso Mark Le Tissier) Craig Gardner, Ahmed Elmohamady, o talentoso extremo esquerdo Stéphane Sessegnon, e Fraizer Campbell.

Para trás, o clube deixa ficar pela necessidade que teve de vender os atletas perante os assédios constantes de clubes de maior dimensão, jogadores como Jordan Henderson, John Mensah, David Healy, Steed Malbranque e outros, pelo regresso aos seus clubes depois do empréstimo, casos de Onohua, Sulley Muntari, George McCartney e Danny Welbeck.

Não tenho a menor dúvida em afirmar, que caso Steve Bruce (um interessante exemplo de sucesso na Premier League) pudesse descartar alguns dos jogadores actuais para voltar a formar uma equipa constituída pelos jogadores que saíram (são todos de qualidade) com os que ficam e os que chegam ao Stadium of Light, o Sunderland tornava-se um caso sério de assédio aos lugares europeus. Na falta de tal cenário, hesito num palpite para este simpático clube.

Norwich City

Depois do ano de regresso ao convívio entre os grandes e com o comando técnico entregue ao antigo internacional escocês da década de 90 Paul Lambert, espera-se que o Norwich consiga voltar a atingir a manutenção.

Enquanto jogador, Lambert era um jogador bastante elegante do ponto de vista técnico, tendo em conta as características particulares do típico jogador britânico. Foi portanto um jogador que apreciei bastante na minha infância.

Ao contrário do QPR, o Norwich renova os laços de competição na Premier com a contratação de jogadores mais experimentados e rodados nestas andaças. É certo que maior parte deles são jogadores que não conseguiram o seu espaço em clubes de dimensão, casos de James Vaughan (Everton) Richie De Laet (Manchester, depois de sucessivos empréstimos) Kyle Naughton (Tottenham) e Daniel Ayala (Liverpool).

Por outro lado, a aposta também incidiu em jovens jogadores pescados na 2ª divisão. Combatem as saídas de jogadores como o médio Lansbury (Arsenal) e Sam Vokes (Wolverhampton). No plantel de Lambert transitam jogadores como o central norte-americano Whitebread, Marc Tierney, Elliot Wood e Andrew Crofts. Será portanto uma missão bastante difícil manter este Norwich na Premier.

Swansea

A equipa sediada em Swansea, País de Gales, que compete nos campeonatos da FA sob autorização da mesma, à semelhança daquilo que acontece com o Cardiff City ou com outras equipas de menor dimensão como o Wrexham suscita uma das maiores discussões no futebol britânico: a FA permite a entrada a equipas de Gales.

Porque é que continua a barrar a entrada aos dois gigantes de Glasgow, mesmo perante a proposta conjunta de Rangers e Celtic, que para o efeito, até pretendiam entrar na 2ª divisão? Será uma resposta que só a FA poderá responder.

Se é certo que a liga galesa pouco ou nada nos diz a nós português (apenas nos lembramos quando Fernando Santos foi despedido do Porto devido a uma derrota nas pré-eliminatórias da Champions frente ao modesto Bangor City) os jogadores da selecção Galesa já nos dizem qualquer coisa: Giggs, durante a sua carreira nunca foi um habitué na selecção visto que muitas das vezes rejeitou jogar nas qualificatórias por não considerar competitiva a sua selecção. As sucessivas gerações de jogadores Galeses (motivada pela migração na formação para clubes de topo de Inglaterra) constituída por jogadores como Gareth Bale, Craig Bellamy, Aaron Ramsey, Rhis Taylor (Chelsea) Simon Davies; Gary Speed, Robbie Savage, Nathan Blake, Robert Earnshaw, Paul Jones e os mais velhinhos Ian Rush, Toschack, Mark Hughes e John Hartson, motivam que o futebol em galês esteja em profunda evolução e permita que clubes do país entrem nas competições inglesas e até atinjam resultados interessantes, caso da recente final de taça em que o Cardiff foi finalista vencido e agora, esta subida inesperada do Swansea.

No plantel desta equipa são 14 os galeses e 11 os ingleses. Também existe um Português. Falamos de Moreira, guarda-redes que fartou-se de esperar pela sua oportunidade no Benfica e rumou a Gales para se tentar afirmar na Premier League. Ano de subida para a Premier League significa restruturação de toda uma organização.

Daí que o Swansea procurou reforçar em muito as suas fileiras durante este verão. Saídas de relevo em relação à equipa que subiu de divisão. O italiano Fabio Borini voltou ao Parma, o espanhol Albert Serrán foi para chipre representar o AEK Larnaca, o guarda-redes De Vries rumou aos Wolves, Darren Pratley reforçou o Bolton. Para além de Moreira, o clube galês apostou nas contratações de Danny Graham, Steven Caulker (Tottenham) Leroy Lita, Wayne Routledge, Michel Vorm, Kemy Agustien e David Cotteril.

Alguns dos nomes podem soar estranhos à primeira leitura, mas uma pesquisa mais aprofundada pelos seus trajectos pessoais enquanto jogadores de futebol irá guiar o leitor ao facto que grande parte destes jogadores já tem alguma experiência de Premier League. No plantel também permanecem três jogadores que já alinharam na Premier: Craig Beattie, Luke Moore e Scott Sinclair. No entanto, tais dados não irão tirar dificuldade ao objectivo máximo a cumprir por esta equipa galesa: a manutenção. Tenho sérias dúvidas quanto à exequibilidade desse objectivo.

Fulham

De Swansea passamos para Londres. O Fulham, detido desde os anos 90 pelo multimilionário egípcio dono dos armazens Harrods Mohammaed Al-Fayed. Depois da sensacional campanha na Liga Europa na época 20092010 onde o clube londrino apenas foi barrado pelo Atlético de Madrid na final da prova, o Fulham volta a representar o país nas competições europeias.

Aos 55 anos, Martin Jol é um mal-amado por onde passa pela suposta falta de ambição em ganhar títulos. No entanto, considero que por onde Jol passa, coloca as equipas a jogar um futebol de ataque bastante vistoso. Talvez seja uma questão de azar. Ele existe no futebol, por mais que digamos que não. Tenho a certeza que até à sua reforma, Jol irá vencer qualquer coisa mais do que duas taças da Holanda, uma ao serviço do Roda, outra ao serviço do Ajax.

Desde esse sucesso europeu, restam alguns jogadores no plantel às ordens do Holandês Martin Jol. Comecemos pelas saídas. O médio sul-africano Digacoi não convenceu e foi dispensado para o vizinho Crystal Palace. Gael Kakuta voltou ao Chelsea. O médio Jonathan Greening despediu-se da Premier League para representar o Nottingham. O Ganês John Paintsil irá representar o Leicester. Zoltan Gera foi para o West Bromwich Albion, Carlos Salcido decidiu voltar ao México para vestir a camisola do Tigres. Bjorne Helge Riise voltou depois do empréstimo ao Sheffield United e trouxe consigo (e de volta à Premier League após alguns anos na Roma) o seu irmão John Arne Riise. Jol foi buscar ao Slovan Liberec da República checa o centrocampista de 23 anos Marcel Gekov e ao Palermo, o médio suiço-albanês Pajtim Kazami.

Permanecem no plantel:

– Mark Schwarzer, Stephen Kelly, Brede Hangeland (falou-se da possibilidade de rumar a Itália) Chris Baird, Phillipe Senderos, Aaron Hughes, Rafik Halliche (ex-Nacional e Benfica) Steve Sidwell, Danny Murphy, Damien Duff, Dickson Etuhu, Clint Dempsey, Simon Davies, Andrew Johnson, Bobby Zamora, Marcello Trotta (jovem italiano que o Fulham foi pescar às escolas do Manchester City em 2009) e o belga Moussa Dembele. Não será um plantel mais que suficiente para Martin Jol repetir a gracinha do apuramento europeu e dos bons resultados na Liga Europa.

Arsenal

Muito tem que ser dito sobre o Arsenal deste ano. Em primeiro lugar, creio que dado o estatuto que o clube ocupa no futebol inglês, as mais recentes épocas e a forma com que o clube se apresenta na nova época desportiva, o Arsenal continuará (e nunca deixará de o ser) um crónico candidato ao título em teoria. Na prática, as coisas já não são bem assim. Anos de renovações resultam sempre com que na prática, uma equipa que acabou de perder alguns jogadores influentes na manobra de jogo da equipa demore algum tempo até se encontrar novamente. Não é que Wenger já não esteja habituado a dar a volta por cima nesse tipo de situações, porque de facto está. Vamos por partes…

Longe vãos tempos de triunfos atrás de triunfos na era Wenger. Os tempos em que o treinador francês pedia e a direcção comprava. Longe vão os tempos em que a board dos gunners oferecia jogadores do bom e do melhor ao treinador francês. As épocas eram gloriosas, os títulos apareciam mas a gestão do clube piorava de ano para ano, muito por causa dos imensos gastos causados por transferências, salários exorbitantes e até o início da construção de um novo estádio para substituição do velhinho Highbury Park sem que na Liga dos Campeões houvessem provas de que a equipa poderia dar retorno ao investimento feito com uma vitória.

Longe vão os tempos, portanto, de um Arsenal que tinha Seaman, Tony Adams, Dennis Bergkamp, Patrick Vieira, Emmanuel Petit, Nicolas Anelka, Robert Pirès, Davor Suker, Ian Wright, Ashley Cole, Sol Campbell, Jens Lehmann, Gilberto Silva, Kolo Touré, Sylvain Wiltord, Thierry Henry, Nwanko Kanu, Marc Overmars, Frederik Ljungberg, Lee Dixon, William Gallas, Ray Parlour ou Nigel Winterburn. Passaram todos pelo Arsenal na era Wenger. Se pudessemos fazer um plantel de todos estes nomes, seria uma equipa totalmente imbatível.

O enorme passivo que o clube sentiu um pouco após a conquista do último título da premier-league em 20032004 e que chegou mesmo a parar as obras de construção do novo estádio por falta de liquidez para pagar os empréstimos que por sua vez iriam pagar aos fornecedores e empresas na empreitada (motivando ao acordo que ainda vigora com a Emiratesajudou a pagar o resto do estádio ao clube em troca do patrocínio nas camisolas durante x anos cuja exactidão não sei) levaram o clube a mudar de estratégia no que toca ao futebol profissional.

O Arsenal passou  então de um clube que comprava mais daquilo que formava de base ou acabava de formar para ser um clube que passou a formar mais de baseacaba de formar do que um clube comprador.

Esta estratégia, pelo ponto de vista desportivo leva a que o clube tenha mais dificuldade em lutar contra as equipas mais poderosas do ponto de vista financeiro, ou seja, contra as equipas que apostam na compra de jogadores de classe mundial já evoluídos, casos do Chelsea, dos Manchester e do Liverpool. Apostar numa equipa muito jovem acarreta riscos do ponto de vista desportivo quando a competição atinge um pico em que qualquer erro é imperdoável e capitalizado pelas equipas rivais. A juventude traz inexperiência, inconsequência, ansiedade nos jogos grandes e algum medo do fracasso. São aspectos negativos a ter em conta. Por outro lado, a juventude também traz fantasia, vontade de dar tudo em campo e irreverência…

Do ponto de vista financeiro, a nova estratégia do clube é benéfica. O Arsenal limita-se a ter uma boa rede de scout em todo o mundo, a observar, testar e contratar talentos. O olho de Wenger é um olho perspicaz. Num simples lance é capaz de ver se o jogador vai ser uma grande promessa do futebol ou não. O seu olho de lince na observação não tem falhado, dados os jogadores que já lançou pelo clube inglês e que acabaram por se tornar grandes vedetas do futebol mundial. Num segundo plano, o clube acaba por contratar os jovens ainda jovens a baixos custos e a vendê-los na sua fase de maturação por boas somas, o que lhe permitiu ao Arsenal recuperar a sua crise financeira e ser hoje um clube bastante saudável numa liga onde o Manchester, Chelsea e Liverpool tem passivos assustadores.

A nova estratégia do clube londrino é um estratégia ratificada pelos adeptos. Arsène Wenger é um treinador que não lamenta a posição em que foi colocado. Antes pelo contrário. É um treinador cujo prazer da profissão reside em formar bons jogadores, de modo a colocar a equipa a jogar um bom futebol de ataque. Wenger já viu a “geração Henry” sair. Com meia dúzia de jovens jogadores como Rosicky, Hleb, Kolo Touré, Cesc Fabrègas, Robin Van Persie, Theo Walcott e Adebayor, renovou o ciclo e pôs o Arsenal a dar espectáculo. Essa geração acabou por sair aos poucos, época após época, em busca de títulos.

O Arsenal tratou de investir os ganhos em novos jogadores e estou certo, que após desaires que são louváveis pelo esforço de construção de um novo ciclo, Wenger irá voltar a colocar o Arsenal na rota do bom futebol.

O tal futebol-arte de que Wènger falava uma numa vez numa entrevista a um jornal britânico. O futebol-arte de Wènger deslumbra. O futebol do passe curto, assente num 4x5x1 onde não existe um ponta-de-lança e que oscila ora entre a colocação de dois extremos puros ou de dois médios tendencialmente mais rotinados em posições centrais nas alas de modo a montar um enorme carrossel de passes e desmarcações que baralham por completo as defesas e acabam por deixar os seus jogadores na cara do guarda-redes. Mecanismos de jogo que fazem lembrar o modelo holandês de Rinus Mitchels e que não andam muito longe do seu “irmão tiki-taka” do Barcelona. Os adeptos não se importam de levar canecos para Londres desde que a equipa dê espectáculo. O Arsenal de Wenger dá espectáculo.

Deixando de teoria, passando à prática. A saída mais que anunciada de Fabrègas para o seu clube do coração: o Barcelona. Era um namoro antigo com fim à vista. 34 milhões de euros mais incentivos futuros levaram o centrocampista para Barcelona, gerando a perfeição completa na equipa catalã. Seguiu-se a venda de Samir Nasri, jovem ultratalentoso, por estrondosos 28 milhões ao louco Manchester City, completamente enamorado pelo brilhantismo do francês. O City já tinha ido buscar Gael Clichy logo no início do mercado de transferências. O camaronês Emmanuel Eboué também fechou o seu longo ciclo em Londres, numa transferência para o Galatasaray, onde irá poder jogar mais do que jogava em Londres. No entanto, Eboué foi um jogador muito importante na vida do clube, pela abnegação do esforço que dava ao jogo dos londrinos e pelas maravilhosas arrancadas que fazia em momentos cruciais de grandes jogos. Das restantes dispensas de Wènger, contam-se jogadores que o técnico Francês pretende ver rodar em clubes com mais espaço à recepção de talentos futuros do clube e erros de casting. Contam-se entre os dispensadosemprestados: Cedric Evina, Mark Randall, Nacer Barazite, Samuel Galindo, Roarie Deacon, Jeremy Aliardère, Emmanuel Thomas, Kyle Bartley, James Shea, Hugo Nervo, Pedro Botellho, Jamie Edge, Kerrea Gilbert e Carlos Vela. De todos estes nomes, apenas Randall, Barazite, Aliardère, Gilbert e Vela poderão sentir a camisola do Arsenal envergada. O Francês e o Mexicano foram erros de casting do técnico Francês e não evoluíram aquilo que se esperava.

Para colmatar as saídas do clube, Wenger aplicou a receita do costume: foi buscar Gervinho ao Lille, Park Chu-Young ao Mónaco, Carl Jenkinson ao Charlton, Craig Eastmond ao Milwall, Henri Lansbury ao Norwich, Ryo Miyaichi ao Feyenoord, Alex Chamberlain ao Oxford. Fez também regressar de empréstimo o guarda-redes italiano Vito Mannone e o defesa-esquerdo francês Armand Traoré, defesa que esteve muito perto de assinar pelo Benfica na época passada. À excepção do Coreano, de Gervinho e dos dois regressados, os outros serão pérolas que o técnico francês terá que aperfeiçoar. Atenção ao japonês que veio do feyenoord e a Henri Lansbury.

Permanecem no clube:

– Almunia, Tomasz Szczęsny e Lukas Fabianski. Tratam-se de bons guarda-redes, onde pessoalmente acabo por gostar mais de Fabianski.

– Na defesa, Bacari Sagna parte para a 5ª época no clube. Terá a concorrência de Carl Jenkinson. Os centrais serão Djorrou, Laurent Koscielny (surpreendeu-me pela positiva este francês recrutado ao Lorient na temporada passada) Squillaci e Thomas Vermaelen, o verdadeiro patrão desta defesa do Arsenal. Na esquerda, Kieron Gibbs e Armand Traoré irão tentar lutar pela vaga deixada em aberto por Clichy. Creio que o inglês terá vantagem pois é um jogador mais parecido ao nível de características com o lateral francês, agora no City.

– No meio-campo, saem Fabrègas e Nasri, mas a fórmula continua exactamente a mesma. Diaby, Rosicky, Alex Song, Aaron Ramsey, Jack Wilshere serão as opções mais usadas por Wènger. Emmanuel Frimpong, Henri Lansbury, Craig Eastmond e Alex Chamberlain irão espreitar a utilização esporádica enquanto aprendem com o mestre Wènger. – No ataque, muitas opções como de costume. Andrei Arshavin, Robin Van Persie, Park Chu-Young, Theo Walcott, Gervinho, Marouane Chamakh. Miyaichi e o costa-riquenho Joel Campbell (jovem jogador que Wènger gostou de ver jogar na Copa América ao serviço da selecção costa-riquenha) irão espreitar as oportunidades que o treinador lhes der.

Niklas Bendtner é carta fora do baralho. Falou-se que poderia assinar pelo Sporting e pelo PSG.

Até ao final do mercado deverá abandonar londres, não sendo de descartar que até ao mercado, o Arsenal não se reforce com um ponta-de-lança e com mais um médio. À espreita nas reservas do clube estarão à espera de saltar para a primeira equipa jovens atletas como o Francês Gilles Sunu, Coquelin e Ozyakup, jogadores que já tem vindo a trabalhar com a equipa principal.

West Bromwich Albion

Mais uma selecção do mundo. 16 nacionalidades presentes nos 35 jogadores que compõem a estrutura sénior do WBA.

Não é uma equipa maravilhosa, mas será uma equipa com potencial para escapar à despromoção. Começa por apresentar um treinador muito experiente: Roy Hodgson.

Na baliza, Ben Foster rivaliza com o Húngaro Marton Fulop. Creio que o antigo guarda-redes do Manchester levará a melhor. Na defesa, destaques para Joe Mattock, Jonas Olsson, Marek Cech (antigo jogador do Porto) Gonzalo Jara, Pablo Ibañez (antigo central do Atlético de Madrid) Nick Shorey, Gabriel Tamas e Paul Scharner. Serão as opções defensivas utilizadas. No meio-campo, o Camaronês Tchoyi, James Morrison, Steven Reid, Youssouf Mulumbu, Jerome Thomas e Zoltan Gera (um regresso). Na frente, destaque para o checo Roman Bednar, Peter Odemwingie, Shane Long e Simon Cox.

Tottenham

Apesar dos excelentes resultados que o clube tem vindo a fazer na Premier League nas últimas 56 épocas e que já culminaram na excelente participação que o clube teve na Liga dos Campeões da época transacta onde apenas foi eliminada pelo Real Madrid nos quartos-de-final da prova, o Tottenham apresenta-se para a época 20112012 com o melhor plantel dos últimos 15 anos.

Se o objectivo do clube para este ano continua a ser a luta por um lugar que dê acesso à Liga dos Campeões, o começo de campeonato não aconteceu como os seus responsáveis técnicos e directivos planeavam. O Tottenham ainda não marcou qualquer ponto na Premier deste ano em 3 jornadas e acumulou um score negativo de 1-8 durante as 3 partidas. É certo que para tal muito contribuiu o facto de ter jogado na 2ª e na 3ª jornada contra os grandes rivais de Manchester.

Como sempre, graças ao seu enorme poderio financeiro que lhe permite atingir bons alvos no mercado, o Tottenham teve novamente um mercado de verão intenso com algumas saídas e algumas entradas. No entanto, entre as saídas, os baluartes do plantel da turma de White Hart Lane como Luka Modric, Gareth Bale, Sandro e Van der Vaart acabaram por não ser vendidos (até hoje) mesmo perante as ofertas interessantes que clubes de maior dimensão fizeram pela compra dos seus passes.

As saídas do clube prenderam-se basicamente a jogadores jovens que não tem espaço no plantel comandado por Harry Redknapp ou jogadores sem espaço na turma londrina. Jamie O´Hara e o central Woodgate acabaram por ser as saídas com maior destaque

Quanto às entradas, algumas bastante interessantes que vem reforçar o plantel londrino: desde logo a entrada do experiente guarda-redes Norte-Americano Brad Friedel, guarda-redes que vem dar mais concorrência ao Brasileiro Heurelho Gomes, o avançado Togolês Adebayor assinou com os Spurs para dar mais altura e força a um ataque que já tem nomes como Defoe, Crouch e Pavlyuchenko. O Tottenham também contratou dois jovens atacantes: Iago Falqué ao Villareal e Coulibaly ao Siena. O último é apontado como uma promessa do futebol mundial.

Por resolver continuam os processos Luka Modric, Roman Pavlyuchenko e Joe Cole. O internacional croata ainda poderá sair até às 24 horas de quinta-feira. Chelsea e Manchester cobiçam o jogador mas as verbas apresentadas ao clube de White Hart Lane não são suficientes para o Tottenham deixar sair o seu melhor jogador. O Russo poderá sair até ao fecho do mercado visto que é carta fora do baralho das opções de Redknapp e há muito que o Tottenham pretende vendê-lo por um valor nunca inferior aos 10 milhões de euros. Joe Cole pode estar por horas para reforçar esta equipa.

De resto, a espinha dorsal do plantel profissional não muda muito e continua com uma qualidade soberba:

– Gomes, Friedel e Cudicini na baliza.

– Alan Hutton e Corluka irão revezar-se na posição de defesa-direito, podendo o francês Kaboul também fazer esta posição. Sebastian Bassong, Gallas, Kaboul, Michael Dawson e Ledley King serão as opções para o centro da defesa. Todos eles são excelentes jogadores. A escolha por hábito recai em Gallas e King. O camaronês Bassong e Kaboul também poderão actuar à esquerda perante uma lesão de Benoit Assou-Ekotto. Gareth Bale avança no terreno por norma mas também é solução válida para a esquerda da defesa.

– No meio campo, os trincos são o brasileiro Sandro, Tom Huddlestone e o Hondurenho William Palácios. Para a frente, podendo ocupar as restantes posições Niko Kranjicar (actua preferencialmente pela esquerda) Luka Modric (o 10) Rafael Van der Vaart, Jake Livermore, Danny Rose, Jermaine Jenas, Aaron Lennon (direita) Townsend e Steven Pienaar.

– Para a frente, Falqué, Pavluchenko (até ver) Jermaine Defoe, Peter Crouch, Souleymane Coulibaly e Emmanuel Adebayor.

Blackburn

Outra equipa que ainda não pontuou nas primeiras 3 jornadas do campeonato. O Blackburn foi no passado o último não-grande a conseguir vencer a Premier League. O feito remonta à longínqua época de 19941995 quando nas fileiras do clube assumiam-se nomes como Alan Shearer (seria vendido no fim da época para o Newcastle) Chris Sutton, o guarda-redes Tim Flowers, Tim Sherwood, Graeme Le Saux, Kevin Gallacher, Henning Berg, Richard Witschge, Ian Pearson e sim, o guarda-redes Shay Given.

O panorama actual do clube mudou. O Blackburn é uma equipa cujas dificuldades para atingir a manutenção são enormes de época para época devido à grande competição que é a Premier League. Treinado por um escocês (Steve Kean) o plantel do blackburn para esta época é bastante interessante.

Em destaque:

– O guarda-redes Paul Robinson.

– Os defesas Michel Salgado, Martin Olsson, Christophe Samba (um dos jogadores com mais destaque nesta equipa) Gael Givet e Ryan Nelson.

– No meio-campo, Simon Vukcevic foi comprado ao Sporting um valor a rondar os 2,3 milhões de euros. Terá como companheiros Radosav Petrovic (sérvio que o sporting cobiçou na época transacta) David Dunn, Mauro Fórmica, Vince Grella, Morten Gamst Pedersen e Stephen N´Zonzi.

– No ataque, o grenadino Jason Roberts terá como companheiros o espanhol Rochina, Nick Blackman e Nick Hoilett

Saídas a registar: o lateral-direito Brett Emerton decidiu voltar à Austrália para representar o Sydney FC, Ivelin Popov rumou ao Gaziantespor, Mame Diouf regressou ao Manchester United mas não faz parte das contas de Alex Ferguson, Jermaine Jones regressou ao Schalke 04, o croata Kalinic rumou à Ucrânia para representar o Dnipro e Benjani voltou ao Portsmouth.

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Eips eips eips… oh

Reuters

Mexe as pernas como um dançarino de swing do Estado do Ohio, flutua a cabeça para os dois lados, vira as costas e não festeja o golo mas sim a amargura de mais um falhanço do Chelsea. O gesto engraçado de Villas-Boas tornou-se negro na jornada inaugural da Premiership.

O banco do Porto era muito mais alegre e acolhedor. Era a cadeira de sonho. João Moutinho e Guarin eram paus para toda a obra. Hulk desiquilibrava e Falcão facturava. Tudo mudou. A cadeira de Londres é muito cinzenta, muito pesada, mete medo. Principalmente quando o patrão já não passa os mesmos cheques (ao nível de quantidade e qualidade) que passava ao mestre noutros tempos.

A juventude, a vontade de vencer e a vontade de voar alto para as melhores equipas do mundo esbateu-se por completo num azul de veterania, cansaço, comodismo, novo-riquismo decadente e claras dificuldades em renovar um plantel que há muito precisa de sangue novo.

Hoje foi o Stoke, amanhã poderá ser o Newcastle, o Tottenham, o Aston Villa, o Manchester e o Liverpool. A organização interna do Porto faz com que todos os treinadores que lá passem ganhem. Desde 2004, ou seja, desde a saída de Mourinho passaram inúmeros treinadores pelo clube. Qual foi o pecúlio conseguido após os títulos no Porto? Poucos. Falamos de Adriaanse, Del Neri, Fernandez, Couceiro e Jesualdo. Só Mourinho sucedeu fora do Dragão.

Dá que pensar

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Antevisão da Liga Portuguesa

A 1 semana do início do campeonato e no dia da primeira prova oficial do futebol português com a disputa da Supertaça de Portugal no Estádio Municipal de Aveiro entre Porto e Vitória de Guimarães, com os planteis das equipas da 1ª liga bem compostos (alguns quase fechados) começo a antevisão da Liga Portuguesa. Nos próximos dias, para além desta antevisão, postarei as antevisões das 5 principais ligas europeias (La Liga Espanhola, Serie A Italiana, Premier League Inglesa, Ligue 1 Francesa e Bundesliga Alemã).

Espero escrever estes posts com o máximo rigor e com a maior isenção clubística possível. Peço também que me perdoem qualquer alteração às variáveis construídas nos planteis dos clubes que passarei a enunciar.

Pela extensão do conteúdo escrito neste post, agradeço também a todos que tiverem a paciência suficiente para ler do princípio ao fim, pedindo também que me possam perdoar qualquer gralha à língua portuguesa que encontrem no post.

Vitor Pereira passou pelo Feirense e Santa Clara enquanto treinador principal antes de ser convidado por André Villas-Boas para seu adjunto no Porto. O jovem professor de educação física tem a sua oportunidade de ouro de singrar no mundo do futebol esta época no FC Porto.

Começando pelo Porto, o campeão nacional.

O campeão nacional e vencedor da Liga Europa da época transacta inicia a época com um novo treinador, com participação marcada para a Liga dos Campeões, com algumas caras novas, sem no entanto ter alterado a espinha dorsal da equipa nos enormes triunfos de 20102011.

O Porto inicia a época sabendo que este ano poderá levar 6 troféus para casa, feito nunca antes conseguido pela histórica formação portista devido à inserção na época 20072008 da Taça da Liga. Num clube habituado a somar títulos sobre títulos, onde os seus quadros afirmam publicamente que a vontade de vencer nunca morre ano após ano, é caso para dizer que esta época pode ser especial para o clube caso consiga vencer as 6 competições em que está inserido. O último clube inserido em tantas competições foi precisamente o Barcelona, adversário do Porto no 1º troféu oficial da UEFA desta época: a Supertaça Europeia, competição cujo jogo se realiza no Mónaco. Em 20092010, o Barcelona participou em 6 competições (Liga, Taça do Rei, Supertaça Europeia, Liga dos Campeões, Supertaça Espanhola e Mundial de Clubes) não tendo conseguido vencer todas as competições.

A época portista encerrou com a despedida de André Villas-Boas para o Chelsea. Roman Abrahamovic namorou o treinador que achava a “cadeira do porto a cadeira de sonho onde queria ficar durante muitos anos.” Rapidamente, a cadeira de sonho voou para Londres e Pinto da Costa na perdeu muito tempo para criticar o técnico português com diversos argumentos. O FC Porto recebeu uma verba record de 15 milhões de euros pela desvinculação do técnico, valor que deu para comprar Danilo ao Santos (por exemplo) e rapidamente resolveu o problema da contratação do técnico português por parte do clube Londrino, dando a oportunidade ao seu adjunto Vitor Pereira de ocupar a posição de técnico principal do campeão nacional. Se é certo que pela falta de experiência nestas andanças enquanto treinador principal (nunca treinou na 1ª liga) pode ser um dos handicaps de Vitor Pereira para este novo desafio, também é certo afirmar que Pereira tem enorme experiência no futebol, conhece perfeitamente a casa onde vai treinar assim como os métodos de Villas-Boas e a massa humana que tem em mãos. No organizado, disciplinado e sempre ambicioso FC Porto, Pereira arriscar-se-à sempre a vencer.

Muito perto do Benfica, acabou no Porto. 13,5 milhões de euros pelo antigo colega de Neymar no Santos. Promessa para o futuro, contratação mais cara da Liga Portuguesa até ao momento.

A saída de Villas-Boas não foi o revés que desmontou a espinha dorsal do vitorioso FCP. Durante o mercado muito se falou sobre as possíveis saídas de João Moutinho, Hulk, Rolando ou Radamel Falcão. Chelsea, Manchestet City, Barcelona e Juventus foram alguns dos destinos veiculados para os jogadores em causa. Se Moutinho e Falcão (segundo a comunicação social desportiva eram os desejos expressos de Villas-Boas perante o proprietário do clube) as cláusulas de rescisão impostas pelo Porto não convenceram o multimilionário russo a abrir mão de mais do que 15 milhões de euros pagos pelo técnico português. No caso de Moutinho, o FC Porto anunciou há poucos dias atrás a compra dos 20% do passe do médio que restavam nas mãos do Sporting por um valor a rondar os 4,5 milhões de euros. Hulk, com a cláusula fixada nos irreais 100 milhões de euros ainda sofreu a cobiça do Manchester City, que rapidamente desistiu de contratar o jogador brasileiro perante a exigência de pagamento da cláusula de rescisão por parte do FC Porto. Rolando esteve muito próximo da Juventus e internacional português chegou mesmo a manifestar a vontade de sair para o clube italiano. Os 15 milhões de euros pedidos pelo Porto foram o obstáculo à concretização da transferência. Já Radamel Falcão suscitou interesse de meia europa. Chelsea e Atlético de Madrid tentaram negociar o jogador, mas o recente contrato assinado pelo Colombiano não só aumentou o vencimento do jogador no Dragão como afastou o interesse depois de fixada a nova cláusula de rescisão nos 45 milhões de euros.

Cláusula de rescisão: é essa a toada que marca a batida do mercado no Porto. Pinto da Costa foi expresso ao admitir que os jogadores saem sem qualquer movimento por parte do clube para os demover de uma eventual transferência caso os clubes interessados em comprar enviem um fax a declarar o pagamento das cláusulas de rescisão dos jogadores e transfiram o dinheiro para as contas do FC Porto. O FC Porto já não negoceia. Mantem a espinha dorsal de equipas vencedores e ainda se dá ao luxo (e ao dinheiro) de contratar jovens jogadores que nesta primeira época na europa irão apenas ambientar-se ao futebol europeu para no futuro serem jogadores capazes de dar cartas, ganhar títulos e render desportiva e financeiramente ao clube. Falo obviamente de Juan Iturbe, Danilo e Alex Sandro, três jovens promessas da América do Sul que custaram nada mais nada menos do que 27 milhões de euros aos cofres azuis e brancos. A juntar a estes três, está Kelvin, outro jovem contratado ao Atlético Paranaense.

Situação diferente tem por exemplo Djalma, Kléber, Rafael Bracalli e o regressado Castro. Se os 3 primeiros são atletas que vem da Liga Portuguesa para colmatar lugares com falta de soluções dos Portistas, devendo por isso ser as primeiras opções para os lugares de VarelaHulk e Falcão, o jovem centrocampista que na época transacta esteve em destaque ao serviço do Sporting de Gijón da Liga Espanhola (esteve com um pé para assinar pelos Espanhóis) voltou ao Dragão para a tentativa final de se afirmar no plantel azul e branco.
Já Bracalli será concorrência natural a Beto e Hélton, substituíndo como 3º guarda redes da equipa o azarado Kieszek, que quando chamado a intervir (Taça da Liga contra o Nacional da Madeira) teve uma exibição que custou a eliminação precoce da prova à equipa portista.

Na defesa, Otamendi e Rolando continuarão a fazer a dupla de centrais do Porto. Maicon e Sereno serão as soluções alternativas a estes dois jogadores. Álvaro Pereira continuará a dominar a esquerda, tendo a concorrência de Alex Sandro e de Emídio Rafael, que irá regressar nos primeiros jogos competitivos da época depois de uma grave lesão contraída em Barcelos para a Taça da Liga contra o Gil Vicente. Um dos atletas poderá ser dispensado mas apenas emprestado. O Ganês Addy, depois de uma tentativa de maturação na Académica sem grandes efeitos práticos deverá rodar mais uma época ou cedido em definitivo. Apesar da enorme agressividade demonstrada na Briosa, Addy não convence para alinhar no FCP.
À direita, Fucile e Sapunaru terão a concorrência de Danilo, que também poderá jogar a meio-campo.

No meio campo nada muda. Guarin, Fernando e João Moutinho deverão continuar a ser os médios titulares. O renascido Belluschi deverá alternar com o internacional português e com o internacional colombiano. Souza, muito apagado de Janeiro para cá deverá ter mais uma hipótese para ser escolha de Vitor Pereira, se bem, que pessoalmente não o acho jogador para o FC Porto. Castro é claramente uma opção para o lugar de Fernado e Ruben Micael será substituto natural de João Moutinho a 8, podendo eventualmente ter jogos em que faça de 10.

Depois de tanta polémica, avanços, recúos e indecisões na transferência e até uma proposta mais vantajosa apresentada pelo Sporting em Janeiro que o Atlético Mineiro vetou e o Marítimo aceitou, o antigo jogador do Marítimo e do Atlético Mineiro aterrou no Dragão.

No ataque, Hulk, Falcão e Varela manterão o trio imbatível. Cristian Rodriguez está de malas feitas, já se tendo escrito e dito na Comunicação Social acerca da hipótese Rubin Kazan mas ninguém acabou por levar o Uruguaio ( o Porto e o empresário do jogador afirmam que o cebola tem mercado; o Porto afirma conseguir vender por 8 milhões de euros, valor que ponho em duvida). Numa 2ª linha aparecerão James Rodriguez (é um jogador de excelência não haja a menor dúvida) podendo este arrancar o lugar a Varela, sendo que Djalma e Iturbe também irão tentar conquistar o seu espaço. O Argentino deverá mesmo passar pelo mesmo processo de James no ano transacto: aparecer com mais regularidade lá para o final da época, depois de concluída a fase de maturação. Falcão vê mais concorrência: Kléber está a fazer uma boa pré-época e dá excelentes indicadores para Vitor Pereira. Já Walter é uma grande incógnita visto que ainda não é certo o seu futuro. O cenário mais possível até hoje será mesmo o empréstimo a um clube Brasileiro onde o ponta de lança poderá jogar com mais regularidade.

Em suma, perante as mudanças verificadas tudo praticamente continua na mesma no FCP. A ambição, a equipa, os métodos, a organização. É um clube sempre virado para as vitórias e para a evolução. Roda de treinador, o favoritismo principal continua o mesmo. Uma época em que o Porto tentará vencer todas as competições e sinceramente, deve ser incluído no lote de possíveis vencedores da Liga dos Campeões caso mantenha o nível exibicional demonstrado na época passada.

Nolito. Para já a contratação mais sonante do Benfica neste defeso em conjunto com Alex Witsel, Ezequiel Garay e Joan Capdevilla.

O Benfica arregaçou as mangas e foi ao mercado reforçar o seu plantel.
Na brincadeira até se pode dizer que durante a pré-época esteve a construir 3 planteis , tal era a quantidade de jogadores que se apresentou no Seixal. Ao todo, restam 14 caras novas no plantel encarnado sendo que Rodrigo Mora e possivelmente Mika deverão seguir os destinos de outros reforços como Daniel Wass, Melgarejo, Leo Kanu, André Almeida, ou seja, o empréstimo a outros clubes para poderem jogar com mais regularidade daquela que poderiam não ter no plantel encarnado.

Saídas no plantel encarnados são mais que muitas. Começam pelo capitão Nuno Gomes (agora no Braga) Weldon, Roberto, Moreira, Shaffer, José Luiz Fernandez (chegou a jogar?) Alan Kardec, Luis Filipe, Fabio Coentrão, Sálvio (voltou ao Atlético de Madrid após empréstimo, tendo sido noticiado hoje que poderá voltar a Portugal para representar o Porto caso os portistas aceitem uma proposta de 25 milhões de euros + sálvio por Falcão) e Sidnei. Por resolver continuam as dispensas de Jardel (não vingou no Benfica depois de ter sido contratado em Janeiro ao Olhanense) Carlos Martins (sim, dispensado!!) Luisão (não está dispensadoquer sair mas a bom da verdade ninguém o quer) Miguel Vitor (ora é emprestado, ora regressa, ora vai novamente de empréstimo) Fabio Faria (ainda lá anda é certo!!) Nelson Oliveira (deverá rodar mais um ano) e equipasRodrigo Mora e Júlio César (onde é que vamos por tantos guarda-redes?!)

Roberto: Polémica. Do dia da sua contratação ao dia da sua saída.

A começar pela baliza: Roberto saiu num negócio estranhíssimo que motivou um pedido de explicações da CMVM e uma suspensão temporária das cotação em bolsa da Benfica SAD. Eduardo, Mika e Artur Moraes são o trio de guarda-redes do Benfica para esta época. Creio que é mais que dado assente. Eduardo e Artur irão lutar pela titularidade. Jesus tem apostado mais no brasileiro que veio do Braga.

Na defesa, se Danilo escapou para o rival FCP, o Benfica conseguiu reforçar-se muito bem para o lado contrário contratando o defesa-esquerdo campeão Francês pelo Lille Emerson e o campeão do mundo pela Espanha Capdevilla, antigo jogador do Villareal. O jogador Brasileiro parece ser uma excelente aquisição pois pelo que vi é um lateral muito certinho a subir no terreno e a defender. Já o Espanhol não necessita de qualquer tipo de apresentações: é um jogador fabuloso que ataca bem e defende ainda melhor. Está em final de carreira mas é um excelente reforço para o Benfica.
No miolo, Luisão, Miguel Vitor, Garay e Roderick são as opções. Luisão e Garay farão a dupla de centrais de grande parte da época. Dois jogadores muito experientes, se bem que nunca fui muito apreciador de Luisão. Já Garay é um central bastante inteligente, raçudo e rápido e eficaz no desarme. Roderick e Miguel Vitor são as opções: o internacional sub-20 tem imenso talento mas falta-lhe traquejo; já Miguel Vitor não tem estaleca para jogar no Benfica.
À direita, Maxi (dispensa apresentações) e Ruben Amorim. A meio do defeso noticiou-se que o Uruguaio queria regressar à sua terra natal, facto que não se veio a concretizar. Não é o “melhor lateral direito do mundo” como diz Jesus mas está entre os melhores seguramente. Sofreu uma evolução tremenda desde que chegou a Portugal. Era um verdadeiro tosco e sarrafeiro. Tornou-se pau para toda a obra, um jogador de excelência. Era uma pena sair do Benfica para voltar ao Uruguai.


No meio campo, Javi Garcia continuará a ser o pivot defensivo. Terá a concorrência do Belga Witsel (pode fazer 6 e 8, assim como jogar aberto num dos lados) que é outra das grandes contratações do Benfica: apesar do seu passado conflituoso no Standard de Liège (as entradas duríssimas que lhe valeram castigos pesados) é um jogador agressivo q.b, com um toque de bola formidável, um passe recheado de qualidade, um sentido posicional interessante e uma elegância fora do comum. Nuno Coelho também será alternativa a este lugar. O antigo jogador da Académica terá poucas hipóteses de jogar no Benfica. Ainda no miolo, Nemanja Matic é solução para jogar mais à frente. O sérvio que veio no pacote da transferência de David Luiz para o Chelsea parece ter bom toque de bola mas ainda está muito macio.
Mais à frente poderão jogar Aimar, Bruno César (ainda não vi nada que o rotule de craque) Nico Gaitán (nas alas ou a 10) sendo que o Argentino aparece novamente cheio de genica e já suscitou interesse por parte de grandes europeus como o caso do Manchester United e o reforço Enzo Perez, que alinha preferencialmente pela direita do meio campo. Carlos Martins recebeu ordem de dispensa. Creio que a dispensa do internacional português não se deve propriamente por motivos de rendimento mas sim por problemas que o jogador deverá ter causado ao seu treinador, tricas a que o médio português já nos habituou. O seu futuro deverá passar novamente pelo estrangeiro.

Na frente, mantem-se a dupla CardozoSaviola, sendo que o Paraguaio poderá sair a qualquer momento à troca com Hugo Almeida do Besiktas. Nolito e Franco Jara serão jogadores para alinhar preferencialmente nas extremidades do terreno sendo dois desiquilibradores: o Espanhol já deu para ver que afinal tem imenso talento e que a sua permanencia no Barcelona não se deu devido ao facto de ser um jogador que não se enquadra nos escalonamentos tácticos de Pep Guardiola. No entanto parece ser um jogador muito veloz, com um drible interessante e com os olhos sempre postos na baliza. Rodrigo será mais uma opção para o ataque, depois do empréstimo ao Bolton.

Esta época será para o Benfica uma época de transição. Depois de ter perdido a espinha dorsal da conquista do título nacional 20092010 surge novamente renovado para um novo ciclo comandado por Jorge Jesus. O título é o objectivo assim como a Taça, Taça da Liga e uma boa figura na Liga dos Campeões, onde para já os encarnados terão que medir forças com o matreiro Twente da Holanda no playoff de acesso.

Comprar muito nem sempre significa comprar com qualidade. O Benfica é exemplo disso. A contratação de muitos jogadores que chegaram a Lisboa apenas para assinar contrato e logo partirem de empréstimo não é a melhor das políticas do futebol actual mesmo tratando-se de jogadores jovens. Muitos dos atletas acabaram por não se ambientarem convenientemente aos métodos encarnados, sendo portanto mais difícil a sua readaptação quando voltarem dos empréstimos.

Por outro lado, a confusão com os guarda-redes só veio reforçar algum panico do treinador em relação ao sector. Roberto acabou por ser despachado para Saragoça depois de muitos frangos e muitos votos de confiança. Júlio César é um guarda-redes inseguro, Mika é inexperiente, Eduardo é um excelente guarda-redes mas não dá menos frangos que Roberto e Artur parece ser o mais estável de todos. O pobre Moreira foi sempre mal-amado na Luz e finalmente foi procurar a sorte noutro destino.

No entanto nem todos são más contratações no grande de Lisboa. Witsel, Nolito, Emerson, Garay e Capdevilla são contratações que a juntar aos que transitam dão condições ao Benfica de fazer melhor época do que anterior. O Benfica poderá concorrer directamente com o Porto na luta pelo título nacional assim como poderá ir mais longe na Champions, onde na época passada o Benfica não conseguiu ir mais além do que a fase de grupos da prova.

Domingos Paciência tem em Alvalade o maior desafio da sua jovem carreira enquanto treinador de futebol: devolver o Sporting aos grandes palcos. O trabalho que fez em Braga é motivo mais que suficiente para os adeptos do grande de Lisboa acreditarem que não existem três anos muito maus no clube.

A correr por fora, o renovado Sporting de Domingos Paciência.

15 novas caras numa autêntica limpeza de balneário e num investimento nunca antes visto no clube, agora presidido pelo Engenheiro Godinho Lopes.

O novo presidente do clube de Alvalade, tratou de arrumar a casa após as polémicas eleições para a presidência do clube Leonino. Fez regressar dois excelentes profissionais com provas dadas no Sporting no passado ao clube: Carlos Freitas e Luis Duque. A Duque pertence a liderança do futebol profissional nos anos de conquista de título nacional em 2000 e 2002. A Freitas, contratações como a de Polga, Lièdson, Douala, Rochemback, entre outros…

Apalavrou Domingos e Domingos cumpriu sua palavra. Mais duas semanas e Domingos seria treinador do Porto. O técnico encerrou o ciclo em Braga “ e de Braga” trouxe dois jogadores: Rodriguez e Luis Aguiar. A defesa do Braga do 1º ano de Domingos está praticamente completa.

Dos nomes prometidos pelo Eng. Godinho Lopes não veio nenhum. No entanto, o Sporting apostou numa excelente política de contratações. Investiu. Lançou-se ao que podia e ao que não podia. Construiu um bom plantel. Domingos é um treinador com condições para fazer melhor figura que os seus antecessores, inclusive Paulo Bento. Tomara Paulo Bento ter um plantel tão rico em soluções como o que dispõe actualmente domingos.

O Sporting entra nesta época com o objectivo de voltar à luta pelo título após dois anos frustrantes. As Taças também são objectivos assim como progredir o máximo possível na Liga Europa, competição onde Domingos tem um claro amargo de boca.

Domingos terá então pela frente o desafio de enquadrar convenientemente as novas peças do puzzle leonino.

Na baliza, nada de novo. Mesmo perante algum assédio do Manchester United (contratou De Gea ao Atlético de Madrid por 22 milhões) Rui Patrício continua a ser o títular indiscutível da baliza leonina. Marcelo Boeck foi contratado ao Marítimo para fazer concorrência.

Na defesa está o maior quebra cabeças de Domingos Paciência. Em relação às épocas transactas, a defesa sportinguista ganhou altura com a contratação de Oneywu ao Milan (esteve em empréstimo nos Belgas do Standard de Liège) mas o norte-americano parece ser um jogador muito pouco elegante e demasiado ríspido na abordagem aos lances. No entanto é uma clara vantagem no jogo aéreo. Ao seu lado terá Rodriguez. Esse será titular de caras neste Sporting. Será o patrão da defesa. Tem o handicap de ser um jogador propício a muitas lesões durante a época. Carriço é o outro central a ameaçar a titularidade. Terá muita concorrência, por isso, terá que melhorar o seu rendimento. Anderson Polga é o clássico que nunca passa de moda. Não é um central brilhante mas entrega-se muito ao jogo e poderá ser muito útil em caso de lesões.
Na ala esquerda Evaldo será o titular. Não terá a companhia de Grimi, ainda sem colocação mas sim do jovem Turan, internacional sub-19 que o Sporting foi buscar ao extinto Grenoble. Um jogador que gosta muito de atacar e bater livres. Tem dificuldades em defender e terá que melhorar o seu jogo se quiser roubar o lugar a Evaldo. Na direita será João Pereira a mandar. É o melhor lateral a actuar em Portugal. Na concorrência, Pereirinha volta ao clube de Alvalade. É multifacetado, tecnicamente interessante e pode acrescentar versatilidade. Santiago Arias é o internacional sub-20 pela Colômbia que terá como missão render Pereira.

No meio campo, várias contratações. Fito Rinaudo é um jogador agressivo que se entrega muito ao jogo. Não é tecnicamente brilhante mas é interessante a desarmar (é duro, usa e abusa do corpo para desarmar) parece ter ponto forte nos lançamentos à distância e é muito inteligente a ler o jogo adversário e a entrar nos espaços vazios. Preenche o meio-campo com facilidade e aventura-se no ataque. O Holandês Stijn Schaars é um jogador inteligente. Dono de um pé esquerdo interessante, é o jogador que pode pautar o jogo leonino, gosta de rematar de longe. André Santos perdeu um pouco de espaço neste novo Sporting mas é um jogador a ter em conta pela inteligência com que aborda o jogo e pela qualidade técnica que tem. Terá que ser mais rápido a pensar o jogo. Mais à frente Luis Aguiar dispensa apresentações e pode ser um joker para esta equipa. Matías Fernandez acabou a época passada em grande forma e terá muita concorrência neste meio campo que viu perder esta época Maniche, Pedro Mendes e Zapater.
Quem está de regresso é também Marat Izmailov. Mais fresco que nunca. Pode actuar no miolo ou nas alas consoante a disposição táctica do treinador. É sem dúvida o maior “reforço” leonino para este temporada.

Na frente, muita magia nas alas com as contratações de Capel, Jeffren e Carrillo. São três malabaristas que só pensam em desequilibrar. Os primeiros dois são jogadores muito interessantes para a Liga Portuguesa. O jovem internacional espanhol que veio do Sevilla é um jogador que não há muito tempo andou envolvido em disputas de Barça e Real Madrid pelo seu concurso. O jovem espanhol de ascendência Venezuelana é um jogador que apesar da idade já conta com enorme experiência e com títulos na algibeira. Ambos vêem o Sporting como rampa de lançamento para as suas carreiras e quiçá como via para chegar à lá roja novamente.
O Peruano vem com “ganas” de vencer e pelo que tenho visto é um jogador com uma capacidade técnica incrível onde sobressai o drible fácil e as rápidas desmarcações. Juntar-se-ão a Yannick Djaló. Na frente, Van Wolfswinkel é um avançado muito móvel e semelhante a Hélder Postiga. Abre muitos espaços e não é de todo um concretizador nato. Bojinov por outro lado é um avançado mais técnico. Descai muito para as alas e tenta no Sporting a glória que não alcançou nas passagens por Juventus, Manchester City e Parma. Já Diego Rubio vem para marcar golos e já deu a entender que é um matador. Aos 18 anos, o Chileno vem rotulado de craque e já o comprovou, obtendo uma percentagem muito interessante dos golos leoninos nesta pré-época. Para já, Rúbio leva vantagem no onze perante a concorrência.

Para trás ficam Valdés, Vukcevic, Grimi, Saleiro, Zapater, Pedro Mendes, Maniche, Torsiglieri e Abel. Exceptuando o agora vimaranense Pedro Mendes, nenhum dos outros deixa saudades.

Leonardo Jardim – Um exemplo de sucesso. Em poucos anos, treinava nos distritais da Madeira. Daí em diante foi sempre a subir ate ao topo do futebol português com duas súbidas de divisão em Chaves e no Beira-Mar e um trabalho bastante interessante por onde passou.

O presidente do Braga António Salvador está, como diz a gíria popular, nas suas sete quintas.
Não é para menos. O Braga é hoje um clube respeitado em Portugal e já traçou um trilho interessante na Europa. Se na época 20092010, os Bracarenses lutaram até ao último minuto da prova contra o Benfica pelo título nacional, é preciso recuar alguns anos para que se possa compreender todo o trabalho que está por detrás desta senda de história no clube minhoto.

Leonardo Jardim foi portanto o treinador escolhido para render Domingos Paciência, aquele que colocou Braga no mapa Liga dos Campeões e que acrescentou mais-valia ao trabalho que já vinha sendo feito no clube pelos dois anteriores técnicos: Jesualdo Ferreira e Jorge Jesus, curiosamente dois técnicos campeões nacionais no FC Porto e Benfica após terem saído de Braga. Como não há duas sem três, será Domingos capaz de vencer o título em Alvalade após ter treinado o Braga?
Perante o brilhante passado recente do clube, Leonardo Jardim apenas pode sentir um motivação extra para continuar a consolidar os pergaminhos do Braga. O madeirense está ciente que precisa de arregaçar as mangas.

Depois de uma época explendida de triunfos, em que o Braga não esteve tão bem no campeonato mas mesmo assim conseguiu um folgado 4º lugar, mas, em que na Europa fez uma fantástica participação na Liga dos Campeões com a eliminação histórica do Sevilha nos playoffs e a vitória sobre o Arsenal na fase de grupos, juntando aos grandes embates da Liga Europa (Liverpool, Dinamo de Kiev, Benfica) onde o clube foi um honroso vencido frente ao FC Porto numa final portuguesa inédita, a mudança de treinador no clube minhoto não significa mudança do nível de exigência. Perante os grandes feitos do clube, é de esperar que a massa associativa bracarense peça mais e melhor.

De Leonardo Jardim, asseguro tranquilamente aos adeptos do Braga trabalho, competência, rigor, disciplina e um futebol bastante equilibrado onde cada jogador saberá o que fazer em campo sem prejudicar a equipa como um colectivo.

Como este ano não há Liga dos Campeões mas sim Liga Europa, ou seja, como a competição europeia não é tão rigorosa e tão capaz de destruir planteis, Leonardo Jardim poderá ter mais calma para apostar em bons resultados nas competições internas sem descurar porém bons resultados lá fora.

Mesmo perante o dinheiro amealhado na participação na Liga dos Campeões e as vendas que o clube tem realizado nas últimas épocas, o Braga ainda não assume como um clube que possa descartar vender as suas jóias da coroa. Vai conseguindo aguentar (mediante as suas possibilidades) o máximo de valor que puder nas suas fileiras, apostando quase sempre numa política de contratações de qualidade a baixo custo em clubes portugueses.
Por mais um ano, esta política manteve-se. Mesmo perante a saída de Rodriguez para o Sporting, Silvio para o Atlético de Madrid (dizia-se que estava a caminho do Porto) Paulão para o Saint Ettiène, o Braga perdeu nos últimos anos todo o seu forte, a sua defesa.
Jardim não hesitou em contratar jogadores de qualidade a baixo preço com o aval de confiança e conhecimento sobre os atletas. Assim para a defesa, os bracarenses contrataram Rodrigo Galo ao Gil Vicente, o central Nuno André Coelho ao Sporting, Baiano, Imorou e o poderoso Paulo Vinícius, mais um central que irá dar que falar nos próximos tempos. Não deixa porém de ser uma defesa nova, que poderá demorar alguns jogos a adaptar-se ao jogo em conjunto. Leonardo Jardim já afirmou que a sua equipa poderá render muito o futuro.

No meio campo, Jardim contratou um jogador que há muito se tinha comprometido com o Braga, o Líbio Djamal (ex-Beira-Mar) homem que irá dar muito músculo ao meio-campo dos minhotos. Djamal é portanto um dos jogadores mais fortes fisicamente que vi actuar em Portugal. Junta-se à qualidade de Hugo Viana, Márcio Mossoro, Custódio, Leandro Salino e Pizzi, jogador que será claramente um dos melhores homens do campeonato desta época pelo virtuosismo que parece querer mostrar. Relembro que durante o defeso se falou que este jogador poderia sair para o Dinamo de Moscovo por 7.5 milhões de euros.

Dispensado pelo Benfica, mudou-se de armas e bagagens para Braga onde cumprirá a vontade de continuar a ser profissional de futebol. Novo desafio para o avançado que surpreendentemente foi chamado por Paulo Bento para o amigável da próxima semana da Selecção Nacional. Aquando da sua contratação, António Salvador foi peremptório ao afirmar que a contratação de Nuno Gomes não se tratava apenas de um fenómeno desportivo “visto que o futebol vai muito mais além do âmbito desportivo”. Fez muito bem. A experiência de Nuno Gomes será muito valiosa para o clube assim como a sua vontade de voltar a brilhar depois de um ano em que foi descartado no Benfica.

Na frente, o Braga é uma equipa recheada de talento num misto de juventude e experiência. Nas alas, os jovens Ukra e Hélder Barbosa darão rapidez e criatividade aos flancos na companhia dos veteranos Alan e Paulo César. No centro do terreno, Nuno Gomes, Meyong, Lima e o cabo verdiano Zé Luis tentarão ser os bombardeiros de serviço da equipa.

Estou portanto com curiosidade para saber como se vai apresentar este novo braga. Os alicerces estão montados para a prova de fogo de Jardim no futebol português. Espero que o madeirense possa fazer tão bom percurso no Braga como fez no Beira-Mar.

Por falar em Beira-Mar

Depois de meio ano no comando técnico do Beira-Mar que serviu para tomar conhecimento de todas as realidades do clube. Rui Bento prepara-se claramente para executar trabalho na equipa aveirense da qual, perdõem-me, sou sócio.

O defeso do Beira-Mar ficou claramente marcado pois dois acontecimentos: a constituição de uma sociedade anónima desportiva na qual se acertou o investimento do Iraniano Majid Pishyar (ver categoria Beira-Mar) sendo que a SAD será registada na próxima segunda-feira e as saídas do clube de jogadores muito importantes na campanha da época passada.

Tímbre do clube aveirense nos últimos anos fruto das dificuldades financeiras que atravessa, cada defeso é obviamente marcado por autênticas limpezas de balneário, visto que o clube depende muito de jogadores emprestados e tem claras dificuldades em segurar os seus melhores jogadores perante o assédio de equipas com maior poderio. Esta época não foi excepção. Sai uma equipa inteira, entra outra.

Saem jogadores importantes como Renan, Djamal, Leandro Tatu, João Luiz, Ruben Lima, Wilson Eduardo e Élio que não foi feliz no regresso a Aveiro. De forma estranha também sai um Ruben Lima, jovem promissor, a custo zero para o campeão croata Hadjuk Split sem ter sido utilizado por Rui Bento quando era uma das apostas de Leonardo Jardim até Fevereiro. Outros jogadores saem depois de passagens poucos felizes, casos de Wang Gang e Sérgio Oliveira (regressou ao Porto).

Entram outros jogadores onde se destacam Djiman Koukou (ex-Creteil) jogador que tem sido apontado na pré-época como um jogador que domina muito bem o meio campo, Alex Hauw (ex-Naval) um centro campista muito versátil e que transporta muito bem a bola na transição defesa-ataque, o Alemão Dominic Reinold (repescado no futebol americano) homem que terá a missão de marcar golos, Siaka Bamba (emprestado pelo Guimarães) tendo a missão de fazer esquecer Djamal visto que apresenta mais ou menos as mesmas características do Líbio que agora foi jogar para Braga, Cristiano (ex-Sporting), Zhang (ex-Leiria) e Douglas por empréstimo do Vitória de Guimarães.
Com menos visibilidade apresentam-se os reforços Edson, Joãozinho, João Pereira, Olivier (todos defesas) e Nildo Petrolina numa equipa que já pode contar com o avançado Dudu após o atleta ter ficado 6 meses sem jogador devido a falta de inscrição por falta de envio do certificado internacional do clube brasileiro onde jogava.

Da época transacta mantém-se os experientes Pedro Moreira, Yohan, Hugo, André Marques (não tem lugar nesta equipa do Beira-Mar e em nenhuma da primeira liga) Artur, Rui Sampaio, Rui Rego, Paes e Jaime.
Com futuro incerto no clube continuam os guarda-redes Renato e Jonas Mendes, o defesa Tinoco, os médios Tiago Barros, Bornes, André Sousa e Ricardo Dias (deverão ser novamente dispensados) e o avançado Serginho.


Só a vitória nos satisfaz. C´mon Yellows!

Não tendo a qualidade do plantel do ano passado, o plantel desta época do clube aveirense não é mau de todo. Não dá para grandes gastos e só o decorrer do tempo poderá avaliar o trabalho da equipa e do técnico Rui Bento, cuja qualidade continuo a apelidar de muito duvidosa para treinar qualquer clube da 1ª Liga. Mesmo perante o cenário de um investimento interessante por parte do Iraniano Pishyar, o clube terá que viver de acordo com as suas possibilidades e fazer o melhor possível com o que tem. O melhor possível será uma época tranquila à semelhança da época passada e quiçá fazer uma boa taça de portugal e uma boa taça da liga. Se tal for cumprido, a época do Beira-Mar pode dizer-se como cumprida.

Vitória de Guimarães

Olhos na Europa. No Vitória de Guimarães trabalha-se para atingir o objectivo europeu. É claramente o lema de um clube que apesar da infelicidade de ter caído na 2ª liga em 20052006 é um dos únicos clubes do futebol nacional que luta sempre para atingir objectivos altos.

A receita mantem-se. Manuel Machado e contratações de enorme qualidade apesar da instabilidade ao nível de plantel que acontece no Vitória no fim de cada época. A exigência de objectivos a cumprir assim o obriga. O Vitória procura o melhor e como tal precisa sempre de melhorar as suas equipas. Daí que a cada defeso sejam sempre muitos aqueles que saem (ora para clubes de maior dimensão em virtude de boas prestações, ora porque não cumpriram os objectivos que lhes eram designados) e aqueles que entram para ajudar o Vitória a entrar no top-5 da liga portuguesa.
O Vitória entra na época 20112012 com muitas caras novas, grande parte delas desconhecidas do público portugues mas cujas contratações são resultantes de critérios elevados de exigência.

A baliza continua entregue a Nilson.

Na defesa, algumas mudanças em relação à época transacta. Entra Rodrigo Defendi (a maior contratação do Vitória esta épocaantigo jogador de Paraná, Palmeiras, Udinese, Cruzeiro, Tottenham AS Roma) jogador que aos 25 anos ainda tenta uma afirmação na Europa, o central Marroquino Addoua, que já passou por clubes como o Lens e o Nantes. Juntam-se aos laterais direitos Alex e Tony, aos jovens centrais Freire e N Diaye (Freire é um jovem jogador com muito mercado lá fora) ao experiente central João Paulo e aos laterais esquerdos Anderson Santana e Bruno Teles. Manuel Machado parece ter aqui muitas opções de qualidade para a defesa.

Pedro Mendes regressa ao seu clube do coração após passagens por FC Porto, Portsmouth, Tottenham, Rangers e Sporting. Uma carreira de ouro para um médio de luxo que deixa saudades em todos os clubes por onde passou.

No meio campo, Pedro Mendes regressa à cidade berço depois de ter rescindido com o Sporting. Atacado por muitas lesões no último ano, o experiente médio tenta novamente voltar às grandes exibiçõesjogar. Entra também o jovem Uruguaio de 20 anos Jean Barrientos, Leonel Olimpo (médio que se destacou ao serviço do Paços de Ferreira) regressa Henrique Dinis, médio talentoso que teve por empréstimo na equipa B do Deportivo. Juntam-se a Rafael Crivellaro, ao experiente João Alves e aos alas Renan Silva e Edson Sitta. Fora do plantel de Manuel Machado ficou Siaka Bamba, emprestado ao Beira-Mar. O Beira-Mar teve imensa sorte em receber um jogador que tem lugar de caras neste plantel vitoriano, que este ano ficou órfão do seu histórico trinco Flávio Meireles, que acabou carreira.

Para as alas e para a frente do ataque, Manuel Machado dispõe de muitas soluções atacantes que dão muito poder ofensivo a esta equipa.
Para as extremidades do ataque, Tiago Targino, Faozi, Paulo Sérgio e Maranhão. Todos são muito rápidos, muito fortes a ganhar a linha para cruzar e podem incutir bastante fantasia no ataque vitoriano. Na área, estarão Edgar Silva, o Argelino Soudani (jogador que promete muito vistas as intensas negociações que o vitória teve na sua contratação) o boliviano Saucedo (outro reforço) e a dupla William e Marcelo Toscano, dois jogadores que ainda tentam a sua afirmação definitiva no clube vitoriano. William é um avançado mais móvel enquanto Toscano é um jogador universal que pode actuar ora a extremo, ora a 10, ora a 9. Toscano é um jogador com algum potencial e até começou da melhor forma a sua carreira na liga portuguesa com um hat-trick na 1ª jornada da liga 20102011 mas com o tempo veio a ter menos importância na carreira vitoriana.

Perante este tipo de soluções no seu plantel, o vitoria prepara novo assalto à Europa. Finalista vencido da Taça do ano transacto tentará obviamente igualar ou melhorar o pecúlio na Taça e quiçá vencer hoje o FCP na supertaça. Tentará ir o mais longe possível na Liga Europa, sabendo de antemão que a própria qualificação para a fase de grupos será muito complicada visto que no playoff de apuramento vai medir forças com o poderoso Atlético de Madrid.

Alvo de investigações do Ministério Público, o histórico presidente dos Nacionalistas é suspeito de corrupção fiscal num dossier onde até membros do governo regional madeirense estão a ser investigados.

O Nacional de Ivo Vieira foi a primeira equipa da 1ª liga a iniciar o seu trabalho. Devido à participação precoce na 2ª pré-eliminatória da Liga Europa onde os nacionalistas bateram os Islandeses do FH com um total de 3-1 nas 2 mãos e na 3ª onde o clube madeirense não deu hipóteses ao Hacken da Suécia com um compto geral de 4-2 (vitória 3-0 em casaderrota 2-1 fora) a equipa do arquipélago da Madeira teve que iniciar a sua preparação muito mais cedo que as outras equipas.
Do ponto de vista financeiro isso não impediu um bom reforço da equipa de modo à construção de um plantel competitivo. O Nacional está bem de finanças e tem bons contactos no Brasil, o que lhe permite arranjar rapidamente soluções para o seu plantel. Do ponto de vista desportivo, a competição precoce em relação a todos os outros clubes da Liga não permitiu ao Nacional trabalhar com eficácia as suas soluções e o automatismos de jogo, marcar amigáveis de qualidades contra outras equipas e pode ser um esforço que saia caro à equipa com o alongar da época.

No defeso, poucas saídas do plantel, algumas entradas
Em destaque nas saídas, a do guarda-redes Bracalli para o Porto. Nas entradas, destaque para a contratação de Candeias ao Portimonense e o médio Elizeu do Palmeiras.

Na baliza, com a saída de Bracalli a luta será a três: os brasileiros Elisson e Marcelo Valverde e o jovem montengrino Giljen.

Na defesa, muita qualidade como é apanágio do Nacional. Felipe Lopes, Tomasevic, Danielson, Claudemir e Nuno Pinto permanecem no clube.

No meio-campo, exceptuando as entradas de Elisson e Candeias , fica mais ou menos tudo na mesma: permanencias dos criativos Mihélic, Juliano e Skolnic, dos lutadores Luis Alberto e Todorovic e do rápido João Aurélio.

Para a frente, soluções como Mateus, Diego Barcellos, Mário Rondon (contratado ao Paços) Anselmo, Edgar Costa e os reforços André Recife e Oliver. Tirando os contratados, são todos jogadores muito rápidos, muito versáteis e sempre com os olhos postos na baliza.

O Nacional terá novamente o objectivo de ficar no top-5 da liga portuguesa e tentará fazer melhor que o que tem feito nas últimas épocas na Liga Europa (no playoff joga contra o Birmingham da 2ª divisão inglesa) na Taça e na Taça da Liga.
A choupana será novamente sinónimo de dificuldades para as equipas do continente assim como a equipa madeirense deverá prometer novamente bons resultados fora da ilha.

A União de Leiria inicia a época 20112012 mergulhada em polémica. Dificilmente voltará a jogar no Estádio Magalhães Pessoa, à venda 7 anos depois do euro 2004

Defeso muito complicado para a União de Leiria de João Bartolomeu. Aliás, os defesos complicados começam a ser imagem de marca do clube do lis. Ora se despedem treinadores na fase de preparação da equipa, ora se encontram contratos desportivos fraudulentos, ora a equipa muda de cidade pois rejeita continuar a jogar no estádio municipal.
Culpa disso o facto da equipa assumir uma espécie de duas direcções: a do clube e a da SAD. Culpa do facto dos poucos sócios leirienses continuarem a confiar os destinos do clube a uma espécie de ditador chamado João Bartolomeu.

Sou muito sincero quando falo da União de Leiria. É um clube que não tem a ponta que se lhe pegue. Não tem capacidades para andar pela 1ª liga, não tem adeptos, não tem uma época estável ao nível de organização interna, não tem capacidade por lutar por nada. Existem muitos clubes na 2ª liga e até na 2ª divisão B que metem mais gente nos estádios e tem mais capacidade financeira e estrutural para a 1ª liga do que a União de Leiria. Tais factos fazem-me acreditar que mais ano ou menos ano a União cairá por aí abaixo no futebol português.

Pedro Caixinha resistiu ao defeso. É praticamente uma novidade na turma leiriense, após as demissões de treinadores nos últimos defesos.
A direcção Leiriense brindou o jovem treinador com muitos reforços. Muita quantidade pouca qualidade. Entraram Chula (ex-Porto) Luis Leal, Diego Gaúcho, Pedro Almeida, Manuel Curto, Basso Tiago Terroso, o francês Eirchot, Zahovaiko, Abubakar, o experiente central Hugo Alcântara, Bruno Moraes, Djaniny, Ivo Pinto, Jô, Élvis, José Henrique, Shaeffer, Maykon (ex-Paços) e Francisco Júnior. Muita juventude, muita inexperiência, muito tiro no escuro. De todos estes reforços apenas é certo que 4 jogadores estejam capazes de enfrentar um ritmo de 1ª liga. São os casos de Manuel Curto, Hugo Alcântara, Bruno Moraes e Maykon. O resto são autênticos tiros no escuro ou jogadores que não demonstram talento para estas andanças.

Como se tal não bastasse, o Leiria não conseguiu segurar jogadores como Bruno Miguel, Vinicius, Mika e Mamadou Tall.

Actualmente o plantel leiriense ainda não sofreu dispensas e continua a trabalhar com 36 atletas sendo que muitos serão dispensados nas próximas semanas.
Todavia, não gabo muita sorte a Caixinha este ano. No meu entender, a União é desde já candidata à descida.

Pedro Emanuel estreia-se na Académica

Ao contrário das últimas épocas, a palavra estabilidade é a palavra chave que marca a apresentação da Académica. A estabilidade, a rápida tomada de decisões e a confiança podem levar a Briosa a altos voos.
José Eduardo Simões apadrinha a estreia como técnico principal a Pedro Emanuel, sendo que o objectivo claro da Briosa continuará a ser os primeirosPelo contrário apresenta-se a Académica. 7 lugares da liga Portuguesa, objectivo que já tem barbas de velho mas que tem sido fracassado nas últimas 56 épocas. No entanto, ao contrário das últimas épocas, tirando a mudança de treinador (Emanuel substitui Ulisses Morais que esteve em Coimbra só de passagem) o plantel continua basicamente o mesmo o que é de facto um bom sinal para o arranque da nova época dos estudantes.

Algumas saídas de relevo que já eram previstas pela direcção da Briosa, casos de Sougou para o Cluj da Roménia, de Pedrinho para o Lorient de França, de Nuno Coelho para o Benfica. regresso de Addy ao clube de origem após empréstimo aos estudantes, de Amaury Bischoff para o Dinamo de Bucareste e do Panamiano Garcés após passagens decepcionantes pela briosa e de Miguel Fidalgo para o Vitória de Setúbal após passagem risonha por Coimbra.

Entraram Rui Miguel (ex-Kilmarnock) dos antigos Navalistas João Real e Marinho, jogadores que vão acrescentar algumas experiência e qualidade ao colectivo, Adrien e Diogo Valente ficam na Briosa que também recebe Cedric do clube de Alvalade, jogar que pelo seu talento irá tentar jogar mais aproveitando a saída de Pedrinho para o Lorient.

O núcleo duro do plantel da época passada continua: o guarda-redes Peiser, os defesas Orlando, Berger e Helder Cabral, os médios Diogo Melo, Diogo Gomes, Diogo Valente, Hugo Morais e o ponta de lança Éder, jogador do qual admiro o seu potencial.

Analisando o potencial desta equipa da Académica é caso para dizer que Pedro Emanuel terá aqui um plantel com muito potencial para um ano de afirmação na Liga. Acredito que este plantel poderá chegar a um lugar europeu, desejo que já afirmei ser muito procurado para os lados de Coimbra.

Zeca – Do Casa Pia para o Panathinaikos com escala em Setúbal. O exemplo claro que existem muitos jovens jogadores a jogar pelas divisões inferiores com mais qualidade do que muitos estrangeiros contratados pelas equipas de 1ª liga.

O Vitória de Setúbal é novamente uma equipa em apuros.
As dificuldades financeiras não deixam os sadinos pensam em mais do que fugir novamente à despromoção. No entanto, a direcção vitoriana faz das tripas coração para conseguir arranjar planteis simpáticos que lhe garantem épocas onde o objectivo da manutenção é sempre atingido. Parece-me ser novamente o caso desta época.

Saídas imprevistas de Regula para o Catania e de Zeca para o Panathinaikos de Jesualdo Ferreira, transferências que aliviaram as dificuldades nos cofres do clube sadino. Saída mais ou menos prevista de William para o homónimo de Guimarães,
Bastantes entradas que dão coesão ao plantel treinado por Bruno Ribeiro, glória recente do clube como os casos do avançado Miguel Fidalgo (ex-Académica) Bruno Amaro (ex-Nacionaltenta relançar a carreira após anos apoquentados por várias lesões) Tengarrinha, Rafael Lopes (ex-Varzim) e Igor (ex-trofense).

O cumprimento dos objectivos desta época será portanto mais fácil para Bruno Ribeiro do que foi para o seu antecessor Manuel Fernandes. Um nucleo duro constituído pelo guarda-redes Diego Silva, pelos defesas experientes Ricardo Silva, Miguelito, Ney Santos, Tengarrinha e Anderson do Ó, pelos médios Jorge Gonçalves, Bruno Amaro, José Pedro, Djikiné, Hugo Leal e Neca e pelos avançadosextremos Pitbull, Miguel Fidalgo, Rafael Lopes e Bruno Severino dão garantias de uma época tranquila ao Vitória, que até poderá aproveitar para explorar as taças, provas onde o Setúbal já fez história nos últimos anos.

Rio Ave

Carlos Brito também tem um forte Rio Ave à sua disposição.
Algumas saídas no clube não apoquentam o experiente treinador. Saíram Cícero para o Paços de Ferreira, o experiente médio Ricardo Chaves, o prodígio Júlio Alves (irmão de Bruno Alves e Geraldointernacional sub-20) para o Atlético de Madrid e Bruno Gama para o Deportivo. Entram jogadores como Pateiro, o experiente Jorginho (ex-Portoestava no Gaziantespor da Turquia) e Yazalde permanece novamente por empréstimo do Braga. Não são jogadores que venham trazer mais qualidade do que os que saíram mas são jogadores que acrescentam muita experiência a uma equipa já de si muito experiente. Basta apenas ver os jogadores do Rio Ave que tem mais de 30 anos: Paulo Santos, Milhazes, Gaspar, Zé Gomes, Jorginho, Pateiro e João Tomás.

Permanecem também Tiago Pinto, Jefferson, Tarantini e Vitor Gomes (não consigo perceber como é que este jogador continua no Rio Ave dado o seu talento) Braga e Bruno China (jogadores muito importantes nesta equipa) Wires (acabou por permanecer) Fábio Felício e Saulo.

Com este plantel, dúvido que Carlos Brito tenha dificuldades em cumprir os objectivos de manutenção da equipa.

Marítimo

Na outra equipa da Madeira, o Marítimo, como é hábito, muitas saídas e muitas entradas. O objectivo é expresso: atingir novamente a Europa!

Pedro Martins continua no comando da equipa madeirense.

Saídas de jogadores muito importantes nas últimas épocas do clube, casos de Djalma e Kléber para o FC Porto como há muito era anunciado e do guarda-redes Marcelo Boeck para o Sporting. Tirando as saídas mais que previstas dos 3 jogadores, o Marítimo continuo a contar com a sua espinha dorsal, o que garante bastante estabilidade ao seu treinador.
O histórico Bruno abandonou o Marítimo aos 37 anos e após 13 épocas intercaladas com a camisola verde-rubra ao peito que apenas foram interrompidas por um ano de empréstimo ao Camacha e os anos em que esteve no FC Porto e no rival Nacional da Madeira. O médio prossegue carreira no vizinho União, recém promovido à Liga Orangina.

Regressos de Olberdam do Rapid de Bucareste após experiência muito pouco conseguida na liga romena e de João Luiz do empréstimo ao Beira-Mar. O avançado Pouga também regressa ao futebol português depois de ter estado 2 épocas na Roménia e tem a missão de substituir Kléber. Contratação de Salin à Naval para render a saída de Boeck e a contratação de 4 jovens jogadores Nigerianos cujo potencial é totalmente desconhecido: Taiwo Olayiwola, Abuchi, Udojoh e Obayomi.

Na baliza, Salin irá rivalizar pela titularidade com Peçanha. São dois excelentes guarda-redes. Na defesa, as permanências de Robson, Roberge, Luis Olim, Briguel e João Guilherme garantem raça, experiência e eficácia. No meio campo pouco ou nada muda: Marquinho, Roberto Sousa, Rafael Miranda e Selim Benachour recebem os regressos de Olberdam e João Luiz a uma casa que bem conhecem e de Anibal Domeneghini, argentino que actuava no campeonato chileno que é rotulado como um jogador muito veloz e técnicamente interessante.

Na frente Pouga, Danilo Dias e Baba terão a missão de fazer esquecer a dupla Kléber e Djalma, se bem que o Brasileiro já não foi tão importante na época passada como tinha sido em 20092010 devido ao diferendo que mantinha com o Marítimo pela não-concretização da transferência para o Porto no verão de 2010.

Época tranquila também é o que esperam os dirigentes do Paços de Ferreira.
Não é um candidato natural à Europa, mas um clube capaz de facilmente terminar na primeira metade da tabela da Liga, podendo aventurar-se facilmente nas taças.

Depois de ter sido muito elogiado no seu primeiro ano de trabalho no Paços de Ferreira e de até ter recebido convites para treinar equipas mais fortes, Rui Vitória deverá querer incutir uma maior evolução no clube Nortenho. Vitória já provou que é um treinador muito racional que gosta de colocar as suas equipas a jogar um bom futebol.

É certo que esta época sofreu alguns revezes ao nível de saídas, casos de Leonel Olímpio, Maykon, Mario Rondon, David Simão, Nélson Oliveira, Baiano, Bura, Samuel, Pizzi e Amond. Meia espinha dorsal da época passada saiu do clube, facto que não assusta Rui Vitória, treinador habituado por carreira a construir equipas. O treinador e a direcção lançaram-se ao mercado para colmatar as saídas e de acordo com as possibilidades financeiras do clube da capital do móvel reforçaram a equipa com jogadores muito jovens recrutados em divisões inferiores, no Brasil e dois por empréstimo do Porto. Facto que acaba por ser também uma das referencias de Rui Vitória, um treinador que desde os tempos do Fátima na 2ª liga está sempre atento a novos valores que despertam nas divisões inferiores para os conseguir trabalhar e transformar em jogadores capazes de jogar na 1ª liga contra os melhores. Das contratações do Paços, é de destacar então a quantidades de jogadores abaixo dos 23 anos: Eridson (ex-Tourizense) Sassá (ex-Ipatinga) Reinaldo Lobo (ex-Itaúna) Josué (médio centro que estava na Holanda por empréstimo do Porto) Diogo Figueiras (ex-Pinhalnovense) Marcelo Tché (ex-Santa Helena do Brasil) Bacar Baldé (ex-junior do Porto) Carlitos (ex-Oliveirense) Melgarejo (por empréstimo do Benfica). Nomes que decerto causam algum arrepio dada a juventude e a falta de provas dadas no escalão principal do futebol português. No entanto se olharmos ao facto que na época passada Rui Vitória fez evoluir jogadores como Bura, Samuel, Caetano, Pizzi, Mario Rondon, David Simão, Nelson Oliveira, Amond e Javier Cohéne, podemos estar seguros que Vitória compra com algum grau de certeza e é um treinador muito bom a lidar com jovens desconhecidos dos grandes palcos, conseguindo quase sempre que eles evoluam.

A juntar a estas mexidas de defeso, Rui Vitória pode contar com jogadores bastante experientes na 1ª liga como Cássio, Ozéia, André Leão, Manuel José, Filipe Anunciação, Cícero (contratado ao Rio Ave) e com o jovem brasleiro Michel, goleador que deu cartas no Penafiel.

Olhanense

Volta a ser o único representante algarvio nesta liga.
Melhorou significativamente o seu plantel depois de uma época em que a manutenção nunca esteve em risco.
Perdeu Paulo Sérgio para o Guimarães, Carlos Fernandes para a Naval, Maynard, o jovem Joshua Silva e Tiero.
Conseguiu manter Mexer, João Gonçalves (nova dispensa do Sporting) e ganhou Wilson Eduardo, todos por empréstimo do Sporting. Roubou Ventura ao Portimonense por empréstimo do Porto assim como Ivanildo. Tentará recuperar Vitor Vinha (ex-Académica e Desportivo das Aves) jogador que apresentava muito potencial, potencial que nunca fui demonstrado na liga assim como o avançado Zequinha, que depois da formação no Porto e da cena protagonizada no mundial de sub-20 em 2007 se estreia na Liga pela mão do clube de Olhão. Conseguiu também os concursos dos experientes Fernando Alexandre ao Braga e Luis Filipe ao Benfica.

Basicamente, o Olhanense serve de manta de retalhos a jogadores que não conseguiram o seu espaço nos grandes, mas que podem ajudar a equipa algarvia a conseguir os seus objectivos em conjunto com os jogadores que se mantém na equipa, casos de Maurício, Rui Duarte, Ismaily, Nuno Piloto, Toy, Djamir, Dady e Yontcha.

O clube algarvio não terá muitas dificuldades em manter-se na Liga.

Feirense

Segue-se o Feirense. Aveiro voltará a ter duas equipas na Liga, acontecimento que já não se verificava à muitos anos. Penso que a última vez que tal fenómeno aconteceu foi no final da década de 90 com Beira-Mar e Sporting de Espinho. No entanto, pelo que estava a ser demonstrado na luta pela subida na Liga Orangina (Oliveirense, Feirense e Arouca na luta pela subida) era certo o distrito voltar a ter dois representantes na Liga.

Teremos portanto novo derby regional em Beira-Mar e Feirense, derby que motivou uma vez Augusto Inácio (na altura ao comando dos auri-negros) a apelidar o derby “feito para homens da barba rija!”. Nem mais, nem menos.

Depois de 3 épocas a roçar a subida ao principal escalão do futebol português, a turma de Santa Maria da Feira (conhecida por ser a que tinha menos orçamento na 2º liga) aventura-se na Liga, sabendo de antemão que terá que jogar os primeiros jogos em casa em campo emprestado, facto que pode trazer alguma instabiliade à equipa no primeiro terço da época.

O Feirense tem um plantel simpático para abordar a Liga, mas será na minha opinião um candidato à descida. Dos jogadores à disposição do técnico Quim Machado destaque para o experientíssimo guarda-redes Paulo Lopes, para os defesas Jefferon e Luciano, para os médios Ludovic, Diogo Rosado, Cris e Hélder Castro e para os avançados Rabiola, Miguel Pedro e Jonathan.

Gil Vicente

O Gil Vicente é a última equipa deste post.
António Fiuza é um presidente satisfeito com este regresso à Liga. Fez-se justiça tardia em Barcelos.
Vamos ver o que esta jovem equipa de Barcelos poderá fazer este ano. A manutenção não será objectivo fácil.

Na turma de Paulo Alves, destaque para os guarda-redes Jorge Baptista, para os defesas Paulo Arantes e Junior Caiçara, para o médio João Vilela e para os avançados Yero (ex-Porto) Laionel e Hugo Vieira, este último, um jovem que pode ser uma das sensações deste campeonato.

Próxima antevisão: Bundesliga.

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Era uma vez (no Benfica)

Um treinador, uma equipa técnica, uma direcção e uma administração que uma época se lembrou de contratar jogadores suficientes para fazer 3 planteis.

Um treinador, uma equipa técnica, uma direcção e uma administração que necessitaram de contratar 5 guarda-redes em 2 anos, gastando 10,3 milhões de euros aos cofres encarnados + os salários dos respectivos atletas. No entanto apenas um garante total segurança à baliza do Benfica e dificilmente será titular – falo de Artur Moraes.

Um clube que já contratou 15 jogadores esta época e que ainda se prepara para contratar mais 2 ou 3, que já gastou em transferências este ano qualquer coisa como 28 milhões de euros, sendo que 3 desses contratados já foram despachados para rodar e terão tantas hipóteses de vestir a camisola encarnada como tiveram no passado Bergessio, Paulo Almeida, Urretaviscaya entre outros é motivo mais que suficiente para questionar (visto que o Benfica nas últimas 4 épocas um valor aproximado dos 150 milhões de euros em transferências) onde é que o Benfica vai buscar tanto dinheiro? Não é a única pergunta que faço no que toca a este aspecto? A outra obviamente coloca-se nesta grau: O Benfica terá mesmo uma gestão profissional ou meia dúzia de lunáticos que gastam sem rei nem roque?

A resposta, para alguns benfiquistas será toldada pelo raciocínio lógico de uma política de contratações imperialista e folclórica, facto assente como benfeitor da felicidade de qualquer benfiquista na pré-época. Bruno César (leia-se o homem mais gordo que o Benfica contratou; supera Paulo Almeida, Rochemback e Maniche) já é uma máquina de jogar futebol e Nolito (um pobre coitado que andava lá pelas equipas B dos Barças deste mundo) um jogador que vai ser convocado decerto à fabulosa Espanha de Del Bosque, onde por exemplo a coqueluche do Valência Juan Mata só agora entra nas contas e onde jogadores como Thiago Alcântara (jogou mais na equipa A do Barcelona que Nolito) Javi Martinez (campeão do mundo; intermitente convocado da Roja) Ignácio Camacho, Bojan Krkic não têm espaço na selecção de Del Bosque.

Pela primeira vez nos últimos anos, a equipa do Benfica até me pode mostrar que estou enganado mas dificilmente irá resultar e dificilmente irá combater com Sporting e Porto. Ao contrário dos últimos anos, o Sporting apostou em gente que o treinador e o director-desportivo conhecem e reconhecem como jogadores capazes de recolar o Sporting na órbita dos troféus. O Porto, no piloto automático de um Pereira disfarçado de Villas-Boas não irá precisar de muito para andar lá por cima. Para o Benfica, creio que se iniciou uma nova era das trevas.

Ao contrário dos últimos anos, o Sporting afastou-se por completo dos empresários e das jogadas que estes executam para colocar o seu lixo por estas bandas. Pelo menos, Jorge Mendes não conseguiu colocar o seu entulho pelas bandas de Alvalade: temos o exemplo de Manuel Fernandes, Quaresma, Simão Sabrosa, Hugo Almeida, entre outros.

Já o Benfica está minado de empresários. Ganhar dinheiro em comissões com o Benfica é fácil. É só afirmar que jogador X é relacionado directamente ao talento de um Sálvio já esquecido ou de um gaitan-de-foles-de-corrida e a coisa dá-se facilmente. O dinheiro, ninguém sabe de onde aparece. De meios lícitos talvez não deve ser. Não é que neste aspecto, Vieira seja um santo, porque todos sabemos que não é. É um excêntrico ignorante provinciano sem qualquer noção do mundo do futebol. Repete-o todos os dias quando vêm a público pedir para que se investiguem as contas do Porto. Investiguem as do Porto sim, mas também investiguem as do Benfica. Aliás, se tiverem de investigar clubes à mesma medida do que as autoridades turcas estão a fazer no país do Efeso, comecem por investigar da 1ª Liga até aos distritais. Meio mundo vai preso, metade do futebol português acaba.

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Está tudo doido?!

A minha visão sobre o futebol moderno em geral, e em particular sobre os novos oligarcas que se apoderaram de alguns dos melhores clubes da europa é a de que a pouco e pouco, com as suas estratégias megalómanas de gastar dinheiro mal explicado estão a arruinar a beleza do futebol e estão a contribuir de forma pró-activa para que os principais clubes europeus se endividem a um ritmo alucinante e acabem por chegar a um target em que têm que fechar portas ou ir dar uma volta a outras divisões (casos da Fiorentina, da Juventus, Parma, Newcastle, Deportivo da Corunha, Sampdoria) para voltarem a reunir condições financeiras coadunantes com os seus objectivos.

Sou contra os novos oligarcas no futebol e sobretudo contra as gestões ruinosas que fazem nos clubes onde investem (estratégias deliberadas para lavagem de dinheiro) e a atitude de excesso que provocam no mercado de transferências do futebol mundial.

Se é certo que André-Villas Boas é um excelente treinador que poderá ter um futuro bastante risonho pela frente, também é certo que comparado com a totalidade dos melhores treinadores do futebol mundial ainda é um novato enquanto técnico principal. Se é certo que o Chelsea é o Chelsea e André Villas-Boas conhece na íntegra a realidade do clube e os seus jogadores, 15 milhões de euros por um treinador é um profundo excesso, um profundo gozo aos clubes que davam tudo para ter 15 milhões para pagar passivos e investir em jogadores para os seus planteis.

Não desprestigiando o treinador do Porto pela fabulosa campanha desta época, André Villas-Boas pode ter uma quota parte considerável no sucesso da equipa mas a grossa parte do mérito pertence aos jogadores pelo empenho demonstrado em campo, pela sede de triunfo e por terem assimilado bem as ideias do seu treinador. 15 milhões torna-se portanto um número bem redondo para alguém que se limita a preparar metodologias de treino, dar tácticas, coordenar movimentações dos jogadores durante os treinos e jogos e não está lá dentro a sofrer a pressão dos adversários e a sofrer a pressão e a exigência de marcar para ganhar.

Esta é a minha perspectiva. É um excelente negócio para o Porto. Mais um excelente negócio. Perde-se um bom treinador, ganha-se mais algum para reforçar o plantel para as exigências da defesa do título nacional combinadas com o rigor e exactitude da Champions League. Mas 15 milhões é um preço completamente over-rated para um treinador e nem Mourinho (aquele que se tornou o mais jovem a ganhar a Liga dos Campeões por 2 vezes com 2 clubes diferentes) custou tanto e no entanto ganhou a Liga Europa e  Champions com o “modesto” Porto em duas épocas consecutivas. 

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Inolvidable!

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Não tenho palavras para descrever a vitória do Porto frente ao Villareal.

Digo-o, relembrando aos leitores que a minha preferência clubística não é azul e branca.

No Dragão, registou-se uma das mais estrondosas vitórias europeias de um clube português. A 2ª parte do Porto foi um hino à vontade de vencer e ao futebol de ataque.

Não há muitos jogadores que tenham actuado em clubes portugueses que se possam orgulhar de ter feito o que fez ontem Radamel Falcão Garcia. Em muito deve agradecer ao trabalho perfeito de Hulk, Guarin e João Moutinho, em conjunto com o colombiano três dos principais esteios em que assentam estes sucessos do Futebol Clube do Porto!

Foi qualquer coisa de genial, qualquer coisa de transcendente. O Villareal (cujas comparações completamente erradas associam o seu futebol ao futebol do gigante Barcelona) foi reduzido à vulgaridade por um Porto que não é desta Liga Europa. É de uma competição internacional superior, em que caso participasse esta época poderia bem estar a lutar por um lugar nas meias-finais ou mesmo na final.

Se dúvidas restavam, André Villas-Boas consagrou-se ontem como um treinador com um futuro brilhante pela frente. Villas-Boas é minucioso no estudo dos adversários do Porto, é um mestre da táctica, é um homem capaz de moralizar a equipa quando é preciso moralizar, espicaçar a equipa quando é necessário tirar mais rendimento de alguns jogadores e capaz de travar o excesso de euforia quando esta existe.

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Campeão Nacional

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Parabéns ao Futebol Clube do Porto, o novo campeão nacional.

Como provas de regularidade, os campeonatos ganham-se vencendo da 1ª à última jornada. No Futebol não existem vitórias morais e títulos não vencem por antecipação na pré-época nem pela quantidade de camisolas que se vendem de determinado jogador.

Campeonatos não começam à 5ª jornada, campeonatos não se vencem com discursos e atitudes agressivas, mas com muita atitude, muito trabalho, talento e sobretudo, muita humildade.

Não sendo portista como muitos de vós devereis saber, reconheço que o Porto (depois do desaire que foi a época passada) mereceu este título. Não menosprezando o futebol do Benfica, que é bastante agradável de ver. Pinto da Costa não dorme – arriscou em Villas-Boas e Villas-Boas tornou-se aposta ganha ainda na primeira volta com o ciclo de invencibilidade com que o Porto começou esta época e com as “reabilitações” que o técnico portista fez com jogadores que pareciam estar mortos na equipa – casos de Belluschi, Sapunaru e Guarin.

Mesmo admitindo que a transferência ainda hoje me doi na alma, João Moutinho foi um dos alicerces deste título. João Moutinho tinha razão – o Sporting jamais lhe daria um título. No Porto venceu à 1ª época. Nesse aspecto Moutinho estava certo. O que nunca conseguirei perdoar (eu e todos os Sportinguistas) foi a insolência e ingratidão que Moutinho demonstrou perante a Instituição Sporting Clube de Portugal no célebre treino de pré-época em que Moutinho se recusou a treinar, aparecendo posteriormente na Academica a gritar à frente dos seus colegas “vendam-me ao Porto” e as declarações infelizes de José Eduardo Bettencourt quando o apelidou de “maçã podre”.

Hulk e Falcão são jogadores de outra galáxia. E a muito o Porto lhes deve este título pelo rasgo individual em alguns jogos complicados desta temporada.

O Porto vence o título na casa do rival. Creio que não haverá maior facada de Pinto da Costa a Luis Filipe Vieira que esta. Creio que não haverá maior facada de André Villas-Boas a Jorge Jesus que esta. Creio que não haverá maior facada de Hulk e Sapunaru aos incidentes do túnel da época passada que esta. Creio que estas mesquinhices do futebol português têm que ser controladas no futuro – numa liga a sério, Jesus já estaria suspenso até ao final da época, Villas-Boas já teria sido punido com um valente castigo e os clubes já teriam direito a uma suspensão de jogos à porta fechada pelo mau comportamento dos seus adeptos e dos seus dirigentes. Todo este ping-pong de agressões verbais e físicas entre adeptos, dirigentes e jogadores das duas equipas é algo desprestigiante para o futebol português – torna-o trigueiro, mesquinho, de 3º mundo. Violência gera violência. Há que acabar com a violência.

No final da partida de ontem à noite, o Benfica cortou a luz aos festejos dos jogadores do Porto no relvado num acto de mau perder imenso. Pior que esse facto, com essa atitude a Benfica SAD poderia ter incitado à violência entre os adeptos do Porto e do Benfica que ainda se encontravam dentro do estádio, e tal incidente, deve ser penalizado.

Espero que na próxima época tenhamos um campeonato ainda mais disputado que este. Sem agressões verbais, sem agressões físicas. Espero que o meu Sporting consiga arrumar a casa e volte ao seu objectivo primordial pela história que lhe pertence no futebol português: a luta pelo título nacional. Até lá, a vitória é da estrutura do Futebol Clube do Porto. Vem aí uma semana europeia para Porto, Braga e Benfica. Seria bonito ver duas equipas portuguesas na final da Liga Europa.

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Beira-Mar 0-1 FC Porto

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Depois da derrota por 3 bolas a 0 na Quarta-Feira para a Taça da Liga, esperava-se outra resposta no jogo de hoje contra o Futebol Clube do Porto. Apesar da derrota, o Beira-Mar conseguiu dar essa resposta, lutando com as suas melhores armas perante um Porto que é de longe a melhor equipa a praticar futebol em Portugal.

Leonardo Jardim apresentou-se em campo com a equipa mais próxima do onze ideal. Em relação ao jogo contra o Porto, André Marques continuou no onze.

Na 1ª parte, o Porto dominou a partida e obviamente tentou chegar cedo ao primeiro golo. Depois de muitas jogadas de insistência do 3 jogadores mais avançados (James Rodriguez; Hulk e Silvestre Varela) a defesa do Beira-Mar foi conseguindo adiar o golo dos dragões até ao minuto 35, onde depois de uma falha de comunicação entre Rui Rego e Hugo colocou a bola em Hulk que no 1 para 1 com André Marques ludibriou o defesa Aveirense caíndo de seguida no chão. João Ferreira assinalou grande penalidade e o próprio Hulk inaugurou o marcador. Depois de ter visto o lance ao pormenor, continuo com muitas dúvidas quanto à veracidade desta decisão…

Na 2ª parte, o Beira-Mar lançou-se no ataque em busca do resultado. Sem nunca perder a organização que é característica desta equipa, a espaços, a turma de Aveiro foi-se instalando no meio campo do Porto sem no entanto ter criado oportunidades de golo de relance. A vencer, o Porto de Villas-Boas limitava-se a gerir o resultado, tendo efectivamente criado algum perigo na frente, nomeadamente num remate de Hulk que Rui Rego defendeu em apertos e num par de cantos em que a defesa do Beira-Mar teve alguns problemas em tirar a bola da área.

Em suma, não foi uma má exibição do Beira-Mar frente ao líder do campeonato. Foi uma exibição esforçada, com um certo sabor amargo na boca. O Beira-Mar podia ter conseguido o empate, não fossem os enormes erros técnicos cometidos no último terço do terreno e a grande penalidade sobre Hulk.

Segue-se o Nacional na Quarta-Feira para a última jornada da fase de grupos da Taça da Liga, competição em que o Beira-Mar está eliminado fruto das derrotas contra o Porto e Gil Vicente. Leonardo Jardim deverá optar por dar mais minutos a jogadores menos utilizados, com vista às 13 jornadas de campeonato que a equipa tem pela frente.

A Liga ZonSagres só volta dia 6, aquando da visita ao Estádio Municipal de Coimbra para o clássico do centro frente à Académica!

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FC Porto 3-0 Beira-Mar

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Nem foi má, nem foi boa a prestação desta noite do Beira-Mar no Dragão. Assumindo a competição como perdida após a derrota em Barcelos, Leonardo Jardim foi ao Porto fazer rotação do plantel de modo que os jogadores menos utilizados tenham mais quilómetros nas pernas quando forem chamados a substituir os habituais titulares da turma de Aveiro.

Ao contrário do Porto. À procura de respostas perante a derrota com o Nacional na 1ª jornada, André Villas-Boas colocou meia equipa titular no onze do Porto, de modo a resolver o jogo cedo. Resultou.

Sábado há mais em Aveiro. Para o campeonato.

Para finalizar, uma nota de repúdio para o comportamento da claque do Porto na 2ª parte. Os cânticos racistas entoados para Paes e os isqueiros que foram arremessados para o relvado são sinal que os membros da claque portista não podem ser pessoas civilizadas. No caso a exemplo, só lhes posso dizer que estamos no século XXI e que no jogo em causa, o Porto até estava a vencer injustamente por 3-0. Quando digo injustamente, digo-o porque o Porto estava a praticar um futebol que merecia uma goleada.

Espero bem que sábado, o jogo decorra sem grandes problemas. Não gostamos de ir ao futebol para ver ou sofrer cenas violentas.

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Desculpas de mau pagador

Jorge Jesus culpou hoje a arbitragem da vantagem que o Porto tem no presente campeonato.

Segundo as palavras do técnico encarnado: “Podíamos estar ainda dependentes de nós se os critérios das arbitragens tivessem sido outros, mais equilibrados. Nós também começámos mal. Mas, se nos primeiros cinco ou seis jogos não houvesse equipas prejudicadas e outras beneficiadas, a diferença não seria tão grande. Esta vantagem não se justifica. (…)

No ano passado, o Benfica não só ganhava como dava grandes espectáculos”

Não sendo cego ao ponto de não admitir que a última frase de Jesus está dotada de fundamento, creio que estas afirmações são desculpas de mau pagador. O Benfica desta época está a anos luz do Benfica da época passada. O que deveria ser um facto encarado por normalidade por quem vendeu dois pilares da conquista do título nacional.

Nestas afirmações, Jesus comete erros de avaliação grotescos: o primeiro é o de ser toldado ao facto que o Porto de Villas-Boas tem sido a melhor equipa em Portugal nesta época à semelhança daquilo que foi o Benfica na época passada. A equipa do Porto também dá espectáculos. A equipa do Porto também esmaga. Indiferentemente dos erros de arbitragem que tem beneficiado o Porto nesta época, dado que se deve admitir. Com ou sem erros de arbitragem, nenhuma equipa Portuguesa está ao nível do Porto.

O segundo erro de avaliação de Jesus é o de atirar as culpas do facto de estar em 2º para as arbitragens do rival. Ao admitir publicamente que o Porto está a ser beneficiado esta época pelas arbitragens, Jesus também deveria admitir que na época passada o Benfica também foi muito bafejado por decisões injustas por parte das mesmas e por parte da própria Liga que acabou por castigar jogadores fulcrais em clubes rivais em alturas decisivas sem um fundamento mínimamente lógico que o permitissem. Casos de Hulk e Sapunaru no Porto, casos de Márcio Mossoró no Braga.

O terceiro erro de avaliação de Jesus é o de entrar em suposições. Essa do “se não perdessemos nas primeiras jornadas” e do “se o campeonato nacional começasse à 5ª jornada” – a questão é mesmo essa, o campeonato não começa à 5ª jornada. Como prova de regularidade durante uma época, começa na 1ª e acaba na 30ª. Duas ou três derrotas ao início podem ser cruciais para as aspirações de uma equipa que tem como objectivo o título nacional.

Imaginemos este exemplo: o Porto venceu os últimos 10 jogos da época passada. Se o campeonato para o Porto começasse à 20ª Jornada, seria campeão, visto que teria feito mais pontos nessa jornada que o Benfica.

O quarto erro de avaliação de Jesus é o de empurrar as culpas para factos exteriores ao clube. O Benfica vendeu Di Maria e Ramires. Sejamos francos: perante as saídas, o Benfica não se conseguiu reforçar adequadamente para reforçar o lugar. Exceptuando Gaitan, todas as contratações de Jesus desde Janeiro foram horríveis. Ao nível das contratações à Sporting. Airton, Kardec, Jara, Fabio Faria (talvez merecesse ser emprestado para evoluir mais um pouco) e  Eder Luiz, Sálvio (marcou 2 golos e passou de besta a bestial) foram até agora contratações infelizes.

Pior que contratações infelizes, é necessário que o treinador explique aos seus dirigentes e aos seus adeptos que foram contratações caras por jogadores quase desconhecidos na Europa. Agora, o Benfica quer reforçar-se de modo a tentar balançar o barco na ressaca do título. O problema é que não há dinheiro. Não havendo dinheiro, não há vícios. Terão que vender mais activos.

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FC Porto


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Toda a gente sabe que o meu clube não é o Futebol Clube do Porto. No entanto, não sofro de uma “clubite aguda” que não me deixa admitir que este Porto de André Villas-Boas joga um futebol de alto nível. É uma autêntica máquina devoradora de equipas que se arrisca a ganhar tudo esta época.

Infelizmente, para mal dos pecados de muitos benfiquistas, a realidade é esta: o Porto é a única equipa que temos digna de jogar uma Champions.

O segredo é simples: uma excelente organização interna, que obriga os jogadores a trabalharem para o sucesso (primeiro colectivo, depois pessoal), uma excelente equipa de olheiros, um enorme poder negocial e uma escolha quase sempre acertada de treinadores.

O segredo de Villas-Boas passa por um excelente meio campo, que para além da vertente táctica defensiva, municia bem os homens da frente, que não precisam de vir buscar jogo atrás e só tem que usar das suas mais valias técnicas para desiquilibrar e resolver.

É assim a vida de Hulk, Varela e Falcão. Receber, desiquilibrar e resolver.

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Excesso de Benfiquismo

Ontem ao ler a edição do Jornal Record, caiu-me bastante o artigo de opinião escrito por Miguel Góis. O referido artigo pode ser lido aqui através do Record Online.

Depois de ter lido o referido artigo de opinião, senti-me profundamente enojado com as palavras escritas pelos Sr. Miguel Góis… Da actividade profissional do Sr. e dos seus colegas, sempre reconheci virtudes e defeitos. Se por vezes esse trabalho representou um bom marco de humor na história da televisão Portuguesa, por outras vezes, o mesmo foi cínico, rasteiro, evasivo e ofensivo à honra de muitas pessoas…

Noutro prisma, como cronista do Jornal Record, o Sr. Miguel Góis nunca conseguiu ter o bom senso de deixar de evidenciar um fanatismo clubista exacerbado, deitando por terra no referido Jornal a ideia de imparcialidade e respeito pelas normas de conduta e deontologia do Jornalismo, que naturalmente foram criadas para que este seja feito em moldes assentes no bom senso e na razoabilidade.

Não é portanto, a primeira nem a segunda vez que o Sr. entra por caminhos turtuosos nas suas crónicas. Sem pejo nem preceito,  vêm usualmente a público adoptar um discurso que para além do exacerbado fanatismo pelo seu clube, é em toda a escala, uma verdadeira amostra de um carácter ofensivo à dignidade de outras pessoas ligadas ao mundo do futebol, que não as do seu clube… O que é triste e só lhe fica mal, diga-se assim de passagem!

Creio que em toda a sua participação com o Jornal Record, nunca vi no referido Jornal uma crónica sua que por exemplo denunciasse algo de errado com o seu clube. Serão os jogadores, dirigentes e adeptos do seu clube perfeitos? Ou será o seu sentido de ética desprovido de algo a que se chama bom-senso?

Ninguém (que leia as suas crónicas) se esquece por exemplo dos tempos em que apelidou o Sporting Clube de Portugal de “loja dos 300 da europa”.

Sigo directo para os acontecimentos:

O treinador do Futebol Clube do Porto, André Villas-Boas cometeu após o último jogo do Porto um grave erro de julgamento. Até aí, todos sabemos que o treinador do Porto foi extremamente precipitado nas suas declarações após o término do jogo em Guimarães. A partir daí, creio que a Liga teria o móbil de instaurar um processo disciplinar ao treinador do Futebol Clube do Porto à semelhança daquilo que uma vez fez ao actual Seleccionador Nacional nos tempos em que orientava o Sporting… Nada por exemplo, que Jorge Jesus ou os responsáveis máximos pelo futebol profissional do Benfica já não tenham vindo a público fazer nos dias que correm!

Na terça-feira, o comentador Rui Moreira abandonou o programa da RTP em directo. Depois de mais uma “quimeira televisiva” do comentador do Benfica, o Sr. António Pedro Vasconcelos. Sim, aquele que um dia ousou pedir à direcção do programa que passasse um vídeo do Youtube com um “best of de Roberto” para tentar limpar a má-imagem que o guarda-redes Espanhol deixou transparecer nos primeiros jogos da época. Pura propaganda para atirar areia para os olhos dos Portugueses, ao qual, um certo director de programação de uma estação pública que se quer transparente e imparcial deixou passar em claro.

Um pensamento tenho sempre em mente quando vejo o programa “Trio D´Ataque”: o facto do Sr. Cineasta não perceber rigorosamente nada de futebol e estar ali a fazer uma figura altamente deprimente e paga com o dinheiro de todos os contribuíntes Portugueses!

Se no caso do “vídeo do Roberto” foi o Sr. Rui Oliveira e Costa que decidiu lançar publicamente um protesto contra a gravidade da situação que tinha ocorrido, desta feita, foi o Dr. Rui Moreira “que não aguentou mais uma entifada” propagandista do enviado do Benfica ao programa. Como interveniente do programa, cabe-lhe obviamente o direito de abandonar o estúdio quando achar que a sua argumentação (neste caso) nem sequer é ouvida pelo parceiro de programa que continua “às cegas” a debitar um conjunto de argumentos que também não apresentam o mesmo bom-senso e razoabilidade que se podem observar nas crónicas de Miguel Góis no Jornal Record. Mal de família?

Como se os ataques ao Dr. Rui Moreira não bastassem, o último parágrafo deixa assente um ataque pessoal ao comentador do Sporting, o Dr. Rui Oliveira e Costa, apelidando directamente de “analfabeto”. Neste caso e fazendo jûs à escolaridade que decerto possuí, quem fez uma afirmação analógica a alguém sem estudos foi o Sr.

Todos os humanos erram. Espero bem que o Sr. nunca tenha errado na dicçãoescrita da língua Portuguesa, para que me prove que eu estou profundamente errado. Estimo bem!

Em conclusão, só pergunto ao Dr. Alexandre Pais, director do Jornal Record como é que ainda continua a permitir que os artigos de opinião deste Sr. continuem a ser publicados?

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