Tag Archives: Javier Zanetti

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Impressionante. Ontem, a meio do jogo entre o Manchester e o Real dei por mim a pensar quantos jogadores existiriam na história como semelhante registo de jogos. Equacionei Maldini, Baresi, Zanetti, Bergomi, Costacurta, Rush, Damas, Eusébio, Simões, Pelé, Zoff, Charlton. Fui ver um a um. Apenas o astro Brasileiro ultrapassou a marca dos mil jogos. Fez precisamente 1114 jogos pelos Santos entre 1956 e 1974 e mais 106 no New York Cosmos entre 1974 e 1976 Maldini é de facto o que está mais próximo destes dois. Tem mais de 100o jogos, somando os que fez no Milan (902) nas 26 épocas ininterruptas que realizou pela equipa rossoneri mais os 138 que somou ao serviço da selecção A de Itália mais os sub-21. O histórico capitão do Inter Javier Zanetti também ultrapassa a fasquia, mas com jogos internacionais (924 ao serviço de Talleres, Banfield e Inter de Milão em 21 épocas enquanto profissional) mais os 157 jogos que soma entre os sub-20 argentinos e a selecção A. Todos os outros oscilam entre os 500 e os 800 jogos ao serviço de clubes.

O registo do Galês ao serviço do United (Reforço: sempre ao serviço do United) são absolutamente inacreditáveis e duvido que hajam muitos jogadores, que, nos dias que correm e no futuro do futebol, com a exigência e rigor que concerne à alta competição, consigam atingir esta marca. Podem-me dizer que o uso da ciência e da tecnologia em prol do desporto poderá trazer uma maior longevidade às carreiras. Existem o exemplo do Milanello e do Milan LAB. É o maior centro de medicina desportiva do mundo. O Milan LAB é o verdadeiro responsável por uma das características que identificam o Milan das últimas épocas: como obter um rendimento desportivo de topo, coroado inclusive com vitórias na Liga dos Campeões com planteis de idade muito avançada. O Milan LAB dá a resposta: a fisiologia dos jogadores estudada ao milimetro, a própria vida dos jogadores estudada ao milimetro, o rendimento do atleta (dentro e fora de campo) é colocado em sucessivos relatórios, estatísticas e gráficos, a personalização do treino é feita à medida de cada jogador tendo em conta as suas capacidades físicas no momento com os objectivos centrados naquilo que se espera que o jogador faça em cada momento da temporada, excelentes programas e parcerias ao nível da nutrição desportiva e os avanços científicos feitos na descoberta de novas ferramentas que permitam melhorar a qualidade de vida do jogador, o rendimento do atleta e a própria longevidade do atleta num cenário de alta competição desgantante. Contudo, penso que nem só dos aspectos físicos se pode dizer que x jogador vai ter uma longevidade como as que tiveram Maldini, Zanetti ou Ryan Giggs.

O plano mental começa a contar mais nos dias que correm do que o próprio físico. Ter uma carreira profissional de mais de 20 anos não depende apenas do ponto de vista físico. A profissão futebolista sofre imensos desgastes mentais. É certo que a remuneração no futebol vale a pena. 20 anos num clube de topo europeu faz do jogador um milionário. No entanto, aguentar 20 anos ao mais alto nível inclui obrigatoriamente uma renúncia por parte do jogador à sua vida pessoal: são filhos que não se vêem crescer, são casamentos que não perduram por muitos anos, são juventudes que passam ao lado da vida do jogador e uma 3ª idade cheia de mazelas e tormentos vindos do relvado. A exigência vinda da vitória, do querer ganhar e do ganhar de facto, também leva à desmotivação. Um jogador que ganhe títulos por todos os clubes onde passe, chega a uma altura em que começa a sentir utilidade marginal mínima ao nível de prazer no que faz e tenderá a retirar-se. Quantos jogadores estão no presente e no futuro disponíveis a tamanhos sacríficios em prol de uma carreira?

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futeboladas

Breve resumo e comentário à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Grupo A

Festa Napolitana no El Madrigal.

O Nápoles, no ano de regresso à maior competição do futebol europeu, deslumbrou e conseguiu ontem o merecido apuramento para os oitavos-de-final depois de bater o Villareal por 2-0 no El Madrigal.

Depois da vitória no San Paolo frente ao Manchester City no jogo referente à 5ª jornada, bastava à turma comandada por Valter Mazzarri vencer o seu jogo, indiferentemente daquilo que se pudesse passar no City of Manchester. O calendário não podia ter saído de melhor forma aos Italianos. O Villareal apareceu na última jornada como um “triste” último: em má-forma tanto a nível europeu como a nível interno, com problemas de balneário por resolver (Rossi quer voltar a jogar em Itália; Nilmar está para ser vendido para o Brasil; suspeitam-se ordenados em atraso na equipa) e sem qualquer ponto conquistado nos embates contra os italianos, Bayern e City.

Gokhan Inler (na imagem) haveria de abrir o marcador para os napolitanos aos 65 minutos e Marek Hamsik haveria de fechar a contagem 10 minutos depois.

No City of Manchester, os novos milionários do futebol europeu ficaram pelo caminho. O dinheiro pode ajudar à obtenção de resultados, mas felizmente não os compra, ou, se alguma vez os comprou a nível europeu (caso do Marselha) esses clubes foram automaticamente punidos com a perda dos títulos.

O City precisava de bater o Bayern e esperar que no El Madrid o Villareal despertasse da sonolência que se tinha verificado até então.

Num jogo bem disputado, os homens de Mancini cumpriram a sua obrigação perante um Bayern em que Jupp Heynckes aproveitou para poupar alguns dos jogadores mais utilizados e colocar em campo aqueles que têm jogado menos tempo na equipa. Casos de Nils Petersen (reforço que chegou no verão ao Allianz-Arena vindo do Borussia de Moenchagladbach) Ivica Olic, Daniel Pranjic, Takashi Usami (na 2ª parte) Diego Contento, Luis Gustavo e Anatolyi Timoschuk.

O City venceu por 2-0 com golos de Silva aos 36″ e Yaya Touré na 2ª parte.

Contas do grupo terminadas, o Bayern venceu o grupo com 13 pontos, contra os 11 do Napoles, os 10 do City e nenhum do Villareal.

Passo às observações:

1. Num grupo em que se previa uma luta feroz entre as quatro equipas, tivemos um City que não confirmou o seu estatuto de favorito à passagem e o Villareal que se apresentou nos 6 jogos desta fase de grupos como um colectivo muito distante do potencial que a equipa tinha demonstrado nos últimos 7 anos na competição.

2. Como momentos chave  deste grupo destaco:

2.1 – O empate do Nápoles na 1ª jornada no City of Manchester e obviamente a vitória no San Paolo e o empate caseiro frente ao Bayern de Munique.

A equipa Napolitana, tomando em conta o facto de ter um potencial ligeiramente diminuído em relação ao “arsenal bélico” que o City é detentor, sempre denotou uma postura incrível tanto nos jogos contra os Ingleses como nos jogos contra os Alemães do Bayern. O Napoles é uma equipa muito madura, recheada de talentos e com um espírito de luta e sacríficio que é ímpar no futebol italiano. Jogadores como Cavani, Hamsik, Maggio, Inler, Aronica e Lavezzi voltaram a demonstrar que merecem jogar em equipas que tenham mais objectivos do que aqueles que tem o Nápoles neste momento. Mas, como outsiders que irão ser nos oitavos-de-final, arriscam-se (caso voltem a manter o elevado nível de resultados) a ser um enorme quebra cabeça para quem se atravessar no caminho e, efectivamente, creio que o Nápoles tem mais que condições para se bater com qualquer um dos vencedores de grupo e conseguir ir longe na prova.

2.2 – O empate caseiro do City frente ao Nápoles, a derrota no San Paolo e o empate em Munique. Esperava-se mais deste City. O grupo era complicado e a bom da verdade o City conseguiu 10 pontos, algo que em circunstãncias normais garante o apuramento para a fase final da prova. Roberto Mancini não está de parabéns mas também não poderá ser criticado. A equipa peca por ter mostrado muito pouca ambição no jogo decisivo em Nápoles. Ao contrário do que tem vindo a fazer a nível interno (muito caudal de jogo ofensivo, quase sempre bem jogador e com uma eficácia brutalissima) na Champions o City jogou muito, atacou muito mas nem sempre conseguiu o efeito desejado: marcar golos. Acabou eliminado e poderá lutar por um lugar ao sol na fase final da Liga Europa.

2.3 – O Bayern cumpriu. Num grupo difícil, apenas perdeu o jogo em que já estava apurado. Heynckes está de parabéns. Passar 5 jogos sem conhecer o sabor da derrota num grupo com Villareal, City e Nápoles é um feito gigantesco.

3 – Esta champions marca o fim do Villareal como o conhecemos. O submarino amarelo está a ser literalmente desmantelado depois de anos e anos a gastar mais que as suas possibilidades. No verão tinham saído Capdevilla e Cazorla e já na altura se dizia na comunicação social que o clube atravessava problemas enormes. Agora serão Rossi e Nilmar os nomes que poderão abandonar o clube dos arredores de Valência. Um já afirmou que gostava de representar a Juventus a partir de Janeiro, o outro poderá estar a caminho do São Paulo. Internamente, o Villareal já não está em condições de lutar pelos lugares uefeiros. Esta época está a prová-lo, visto que nas primeiras 14 jornadas da competição o Villareal ocupa o modestissimo 15º lugar com 14 pontos.

Grupo B

Seydou Doumbia continua a ser o bombardeiro de serviço do CSKA. Em Milão, o Costa Marfinense que o CSKA contratou em 2010 por 12 milhões de euros ao Young Boys da Suiça, já pagou o investimento ao marcar o golo decisivo dos russos contra o Inter em Giuseppe Meazza que deu a qualificação ao emblema do exército Russo.

O Inter vai de mal a pior. Já não basta a fraca prestação a nível interno. Na Liga dos campeões é certo que venceu o grupo, mas venceu-o de forma algo rastejante quando nada o previa.  Com Lille, Trabzonspor e CSKA os “Interistas” apenas somaram 10 pontos e sentiram enormes dificuldades para os obter.

No jogo de ontem, Claudio Ranieri, optou por colocar em campo uma equipa alternativa, dado a qualificação confirmada do clube para a próxima fase da competição na 5ª jornada. Assim sendo, optou por dar mais ritmo competitivo a jovens como Obi, Phillipe Coutinho, Marco Faraoni e Luca Caldirola e Andrea Rannochia.

Tal efeito pagou-se caro: o CSKA precisava de vencer para alimentar o sonho da qualificação e fez pela vida para o conseguir. Seydou Doumbia aos 50″ e Vasili Berezutski aos 86 garantiram a qualificação para os Russos. Cambiasso marcou o único tento dos milaneses.

No outro jogo do grupo, Lille e Trabzonspor anularam com um empate ambas as hipóteses de qualificação, perfilando o resultado que interessava ao CSKA.

O Lille foi obviamente a equipa que mais tentou fazer pela vida. A jogar em casa, rematou por 14 vezes e teve domínio na posse de bola (62% contra 38%). Mas tal não foi suficiente para marcar um único golo e a defesa até compensou aos turcos: asseguraram o 3º lugar e irão jogar a Liga Europa.

Observações:

1. Como já referi, o Inter teve muitas dificuldades nesta fase de grupos. Rosto visivel de uma equipa onde paira uma enorme indefinição quanto ao presente. A direcção milanesa está a estudar hipóteses a curto prazo. A questão coloca-se apenas no sentido das decisões que se possam tomar: vender os jogadores mais velhos e capitalizar de forma a renovar o ciclo no clube com a entrada de jovens jogadores já em Janeiro que possam desenvolver as suas capacidades na 2ª metade da época tendo em conta a formação de uma equipa mais competitiva na próxima época ou inserir os jovens jogadores que o clube detem (Obi, Crisetig, Coutinho, Faraoni, Caldirola, Alvarez, Zarate, Nagatomo) e apostar que estes se insiram esporadicamente na equipa sob o olhar atento de experientes como Samuel, Cambiasso, Zanetti, Stankovic, Forlan ou Milito? Em Janeiro teremos resposta a esta longa pergunta.

É certo que estes velhos jogadores já não acrescentam mais valia à equipa do que o passar da sua experiência. Alguns deles, estão inclusivamente “parados no tempo” desde que o furacão Mourinho abandonou o Giuseppe Meazza. Se por um lado podem dar a sua experiência aos  mais jovens, por outro, a sua venda (Cambiasso, Chivu, Thiago Motta, Muntari, Forlán, Milito, Maicon, Sneijder ainda são activos muito atractivos a outros clubes europeus) poderá garantir ao clube o capital que necessita para renovar o ciclo do seu plantel com outros jogadores.Outros como Stankovic, Zanetti, Lucio e Samuel são jogadores cujo valor de mercado é actualmente nulo e nem interessa ao clube que saiam tão cedo visto que são enormes mais-valias nesse passar de testemunho à nova geração de jogadores como Obi, Alvarez, Crisetig, Poli, Luc Castaignos, Coutinho, Jonathan e Faraoni.

Creio que acima de tudo, o Inter quererá construir o seu núcleo duro para o futuro em alguns jogadores como Sneijder, Zarate, Pazzini, Obi, Ricky Alvarez, Rannochia e com os jovens que referi no último parágrafo, se bem que o Holandês está cada vez mais longe de permanecer no clube italiano. Para isso, Moratti e seus pares deveriam tomar decisões já em Janeiro, vendendo alguns activos de forma a contratar outros que possam adaptar-se ao clube e formar uma equipa coesa para a próxima época. É certo que em Fevereiro ainda haverá uma Champions para jogar. Mas se pensam que o Inter pode ir longe, creio que tais aspirações são mito.

2. Lille – Esperava-se claramente mais deste Lille. Para campeão Francês em título e com jogadores com a craveira de Eden Hazard, Pedretti, Mavuba, Obraniak, Joe Cole e Pape Sow, esperava-se um rendimento mais aceitável do Lille nesta fase de grupos. Acaba por sair pela porta do cavalo na competição e Hazard torna-se um jogador muito apetecível para os tubarões do futebol europeu atacar já em Janeiro visto que poderá jogar em qualquer competição dessa data em diante. O Manchester United, mesmo apesar da eliminação poderá já estar a fazer contas à vida para saber quanto irá pagar pelo passe do internacional Belga para colmatar uma posição onde este se irá encaixar na perfeição.

3. Seydou Doumbia e Alan Dzagoev – Duas promessas confirmadas do futebol. Não faltará muito para que o CSKA tenha propostas milionárias para arrebatar o que de melhor tem os russos neste momento para oferecer à grande europa do futebol.

4. Resultados que marcam este grupo:

4.1 – A derrota do Inter contra o Trabzonspor em Giuseppe Meazza na 1ª jornada por 1-0 e a consequente vitória na Russia frente ao CSKA por 3-2 num jogo muito sofrido em que Zarate saltou do banco para resolver. Dois resultados inesperados, sendo que o resultado na Rússia acabou por ser decisivo para os milaneses.

4.2 – O empate do CSKA em Trabzon a 0 bolas.

4.3 – A vitória do Lille na Rússia por 2-o ainda deu algum alento aos franceses mas a última jornada traria um empate bastante injusto contra os Turcos do Trabzonspor e consequente eliminação das provas europeias.

Grupo C

Dos valiosos pés de Nico Gaitán surgiu a magia que culminaria no golo de Cardozo e na vitória q.b do Benfica num grupo onde teve uma participação excepcional.

O jogo contra o Otelul Galati serviu efectivamente para isso: arrecadar mais 800 mil euros e confirmar a passagem aos oitavos-de-final na 1ª posição. Dentro de campo, continua a notar-se a diferença do nível exibicional do Benfica sem e com Pablo Aimar. Perdoem-me os Benfiquistas mas tenho que fazer uma ressalva: mesmo com Gaitán em grande forma, sem Pablo Aimar, o Benfica não tem metade do poderio ofensivo.

É ele que distribui jogo, é ele que encontra os espaços onde eles parecem não existir, é ele que fura as defesas quando estas se fecham no seu meio-campo, é ele que joga e faz jogar toda a equipa encarnada. Daí que seja notório que todos os maus resultados do Benfica nesta temporada se dêem quando o Argentino não se encontra dentro das quatro linhas.

O Otelul Galati acabou por ser o “isco fácil” que a UEFA lançou no meio dos tubarões de um grupo onde se previa que o Manchester alcançasse “de cadeirinha” a vitória, o que não veio nem por sombras a acontecer.

De potencial muito limitado, a equipa orientada por Dorinel Munteanu não tem arcaboiço para disputar esta competição e creio que não a disputará tão cedo no futuro.

Em futebol de alta competição, os erros pagam-se caros. Que o diga Alex Ferguson. Esta partida de St Jakob´s Park não foi mais de que o culminar de uma atitude errónea da turma de Manchester na prova e a vitória do querer, do sonho e do saber estar e jogar dos jovens jogadores suiços.

As palavras de Sir. Alex Ferguson na flash-interview que se seguiu à partida resumem efectivamente o que passou com o clube nos 6 jogos desta fase: “Of course we’re disappointed. The last few years have been outstanding and it’s a loss because it’s the best tournament in the world. It’s a marvellous competition. Losing the early goal was a big blow. When you’re away from home and 1-0 down you have a job to do and we didn’t take our chances. It’s big blow for us.”

Passo imediatamente para as observações do grupo:

Sobre o Benfica pouco há a dizer. O Benfica vence o grupo justamente porque foi a melhor equipa nos 6 jogos desta fase de grupos. Alcançou dois empates contra o United, sendo que em ambos os dois empates poderiam ser perfeitamente duas vitórias.

O Basileia é uma enorme surpresa. Em Old-Trafford já tinha dado o ar de sua graça ao colocar em sentido a equipa de Sir. Alex Ferguson. Contra o Benfica, pode-se dizer que a equipa suiça vendeu cara a derrota contra a equipa de Jorge Jesus. Na última jornada, fez das tripas coração e derrotou com classe o Manchester United, eliminando o campeão Inglês da prova.

Este sucesso do Basileia não é propriamente algo que tenha surgido ao acaso. O Basileia é uma equipa que comporta no seu plantel um mix de jovens e experientes jogadores. Pena é apenas que estes jovens jogadores não consigam evoluir muito mais para o clube no futuro pois decerto que serão vendidos no final da época. Falo de Steinhofer, Park Joo Ho, David Abraham, Alexander Dragovic, Cabral, Xherdan Shaqiri, Granit Xhaka, Valentin Stocker, Jacques Zoua e Fabian Frei. O casamento desta emergente geração de talentos da formação do clube e do futebol suiço casou muito bem com jogadores consagrados como Alexander Frei, Marco Streller ou o veteraníssimo Scott Chipperfield. E deste casamento sai um apuramento que é histórico para o clube.

Se eu fosse o director-desportivo de um clube grande europeu, começava a pensar em contratar alguns destes jogadores para a minha equipa. Ressalvas claro para as estrelas da companhia: Xhaka, Shaqiri, Dragovic e Fabian Frei, jogadores que em breve poderão colocar a Selecção Suiça na onda dos bons resultados e das participações em fases finais de Mundiais e Europeus.

Manchester United.

Muito há a dizer sobre a desastrosa participação do United na competição.

Começo pelo evidente: a construção do plantel e o empolgamento nas primeiras jornadas do campeonato. O plantel do United está desiquilibradíssimo. É um facto notório.

Começando pela baliza: Di Gea não está a aguentar a pressão de, para já, ser o substituto de Edwin Van Der Saar. Também é certo que os seus tenros 21 anos estão a ser decisivos para algumas más exibições que o espanhol tem evidenciado e obviamente para a sua progressão no clube no futuro.

Na defesa, Phil Jones foi um jogador muito caro para aquilo se tem visto dele. 22 milhões por um jovem que comete graves erros em todos os jogos em que joga é um risco que terá que ser assumido no presente por Ferguson. Johnny Evans, e os irmãos Da Silva são jogadores que estão a mais neste United. Smalling iniciou a época a todo o gás mas têm vindo a perdê-lo com o decorrer das partidas. Rio Ferdinand está velho, cansado e muito propenso a lesões. Vidic passa mais tempo no estaleiro do que a jogar. Evra tem vindo a decair ano após ano. A estratégia do United deve começar por aí: reformar adequadamente a sua defesa.

No meio-campo, com a saída de Scholes ficou um lapso enorme por emendar: o United não tem um organizador de jogo. Arrisco-me até a dizer que precisa de dois: um que saiba cumprir a função de trinco na perfeição e consiga fazer devidamente a transição defesa-ataque, o que Michael Carrick não faz e nunca fez e que Scholes fazia na perfeição, e outro mais avançado (um 10 puro) que consiga distribuir jogo pelos seus companheiros de ataque e encontrar espaços onde estes parecem não existir. Existem diversos jogadores que cumprem todos os requisitos que lhes são exigidos por semelhantes tarefas: para o primeiro posto, jogadores como Lee Cattermole, Enoh (Ajax) Fernando, Ever Banega, Mario Suarez (Atlético de Madrid), Cristian Ledesma (Lázio) Jack Rodwell (Everton) ou Steve Sidwell (Aston Villa) podem ser soluções viáveis para este United, se bem que o homem da Lazio e Ever Banega serão jogadores que não serão transaccionados por meia dúzia de trocos. Para a 2ª posição, o eleito de Ferguson é efectivamente Wesley Sneijder. É o jogador que encaixa perfeitamente nesta equipa e o Holandês verá com bons olhos uma possível transferência para Old Trafford. Outros como Marek Hamsik, Mario Gotze, Marko Marin, Paulo Henrique Ganso ou Luka Modric, também podem ser alvos desejáveis pelo Manchester United.

No plantel do United, existem diversos erros de casting. Não só os defesas que mencionei mas jogadores como Anderson (Ferguson apostar no brasileiro é bater no molhado) Darren Fletcher (ainda não consigo perceber como tem lugar no United) António Valência (22 milhões??!!) Wellbeck, Federico Macheda (um sonho de uma tarde) e Dimitar Berbatov (é bom, mas já deu para ver que por vezes está a mais).

Indo em concreto ao que se passou dentro das 4 linhas.

Ferguson pensou (qualquer treinador com o plantel que dispõe, com a dureza das provas que disputa em simultâneo, com o potencial em teoria dos adversários que iria enfrentar) em optar pelo rotativismo nesta fase de grupos para conseguir ter o seu plantel fresco para disputar todas as competições deste início de época. Tal rotativismo saiu-lhe obviamente furado: no campeonato dista a 5 pontos do líder; a liga dos campeões já era.

O 2º erro de Sir. foi obviamente ter inventado q.b nos jogos da equipa, adequando a equipa mediante a observação que fez (e que os seus olheiros lhe fizeram) das equipas na contenda: contra o Benfica na Luz optou por um meio campo de cariz mais defensivo, fazendo exactamente o mesmo nos jogos contra Basileia e Benfica em Old-Trafford, aliando tal facto, à poupança de jogos que referi no último parágrafo. Daí que Nani (indiscutivelmente o mais desiquilibrador da equipa) tenha sido relegado para o banco em 3 partidas, 2 delas com a importância que vieram a ter para este falhanço como são as de Benfica (fora) Basileia (casa) e Otelul Galati (fora).

O 3º problema que justifica a eliminação foi a clara atitude de apatia da equipa, exceptuando pequenos trechos de jogo em que o Manchester se viu aflito e tentou minorar as perdas: falo da 2ª parte contra o Benfica em casa e das 2ªs partes contra Basileia em casa e fora. Até contra a modesta equipa Romena do Otelul Galati, a equipa do Manchester venceu sem convencer.

Ferguson apanha assim o 2º escaldão desta época. Na semana passada havia sido a eliminação da Taça da Liga Inglesa frente ao Crystal Palace da 2ª divisão.

Tais factos e eventos culminaram nos resultados chave deste grupo: os empates contra o Benfica (volto a frisar que o Benfica podia ter ganho as duas partidas), o empate caseiro frente ao Basileia e obviamente a derrota de ontem em St. Jakob´s Park.

O Manchester salta para a Liga Europa e é obviamente para já o contender nº1 à conquista da prova. Mas, na Liga Europa, as coisas não costumam ser famosas para os clubes que saem da champions, por isso, tudo poderá acontecer.

Grupo D

O Real Madrid cumpriu o seu pleno nesta fase de grupos. 18 pontos com um score de 19-2.

Com Mourinho a aproveitar, em véspera de derby, para voltar a dar tempo aos menos utilizados (Nuri Sahin, Kaka, Esteban Granero, Raúl Albiol, Raphael Varane, Callejón, Hamit Altintop e o Português Pedro Mendes, jovem emprestado pelo Sporting ao Real) e para aproveitar para testar novamente Fábio Coentrão na direita tendo em conta a preparação do teste de sábado contra o Barcelona.

3-0 com golos de Callejón (2) e Higuaín num jogo (numa jornada, diria) envolta em polémica e que ainda poderá dar muito que falar.

1º pelos dois golos mal-anulados ao Ajax, que davam qualificação mesmo apesar de uma eventual derrota por 3-2.

2º pelo jogo de Zagreb, do qual falei mais à frente.

O Ajax fica pelo caminho, mas do pouco que vi desta equipa fica pelo caminho com a sensação de que poderia ter alcançado a qualificação, graças ao bom futebol (ao estilo holandês) que pratica. Os Holandeses tem novamente uma boa geração de jogadores para exportar, casos de Enoh, Erikssen, Lorenzo Ebecilio, Vurton Anita, Gregory Van der Wiel, Jan Vertonghen, Daley Blind, Nicolás Lodeiro e o inevitável Miralem Sulejmani. Outro facto que pude constatar é que dos 18 convocados por Frank De Boer para esta partida, os dois mais velhos neste plantel do Ajax são Dimitry Bulykin (32 anos) e Theo Janssen com 30. O 3º mais velho é o guarda-redes Vermeer e mesmo este já tem 6 épocas na equipa principal do clube de Amesterdão.

Não tenho palavras para descrever aquilo que se passou em Zagreb tal é a confusão que me ocorre na cabeça.

As contas do grupo eram simples: o Ajax passava se vencesse o Real. Passava se empatasse, passava caso o Lyon não vencesse na Croácia e passava caso perdesse 1-o e o Lyon vencesse por mais de 6 golos de diferença. O Ajax veio a perder 3-0 (score 6-6) e o Lyon venceu por 7-1, passando o seu score na competição de 2 (sim, 2!!!) golos marcados até então para um parcial de 9-7.

Em primeiro lugar não percebo como é que uma equipa conquista 8 pontos nesta prova e até à última jornada só tem 2 golos marcados, marcando 7 no último.

Depois, o jogo de Zagreb é recheadissimo de causalidades: em Amesterdão, o Ajax vê 2 golos mal-anulados que eram mais que suficientes para o seu apuramento. Em Zagreb, o Lyon (equipa que não anda a jogar nada esta época; equipa que tirando Gomis, Michel Bastos, Lisandro Lopez, Anthony Reveillère, Aly Cissokho e Yoann Goucourff não tem nada de jeito; equipa que na Ligue 1 em 16 jornadas já perdeu por 5 vezes e empatou outras 2, ocupando o 4º lugar a 7 pontos do líder Montpellier) começa a perder o jogo frente ao Zagreb aos 40″, consegue empatar aos 45 por Gomis e na 2ª parte, imagine-se consegue marcar 4 golos num espaço de 7 minutos, precisamente nos primeiros 7 minutos da 2ª parte.

Ou das duas uma: ou o jogo foi viciado (algo que já está sob investigação pelas autoridades francesas e pela própria UEFA, como se pode ver a partir destas notícias do Jornal Público aqui e aqui) coisa que não quero acreditar, mas que depois do escândalo Calciocaos em 2006 em Itália e nos pressupostos subornos que se faziam ao director-geral da Juventus de então (Luciano Moggi; entretanto condenado e banido temporariamente do futebol italiano) e a alguns atletas da Vecchia Signora como Buffon, Emerson, Zlatan Ibrahimovic e Fabio Cannavaro para que o clube fosse eliminado nos oitavos-de-final da Champions em 2006 pelo Werder Bremen (resultado que seria benéfico a uma casa de apostas pela quantidade de apostadores que tinha apostado no resultado contrário e resultado que praticamente se veio a consumar não fosse o facto de Emerson ter marcado um golo no último minuto num erro do guarda-redes alemão Tim Wiese que diga-se, quem tiver acesso a essas imagens poderá ver que o então internacional brasileiro não festejou um golo que dava o acesso aos quartos-de-final) me elucida que efectivamente existem outros interesses extra desportivos no futebol e não se deve colocar de parte um eventual cozinhado deste resultado do Lyon com a ajuda da equipa Croata, ou então foi tudo limpinho e os jogadores do Lyon mereceram os 7 golos.

No resumo da partida, necessitando para tal de comparar com o jogo que o Zagreb fez na 5ª Jornada em Santiago Bernabéu em que também foi goleado, reparei noutro aspecto interessantíssimo: em Madrid, o Real iniciou a goleada na 1ª parte, mas os jogadores do Zagreb, a jogar fora, até quiseram dar o ar da sua graça e na 2ª parte foram à procura de golos e conseguiram dois. Em Zagreb, os jogadores até inauguraram o marcador e depois do 2-1 e do 3-1 por parte do Lyon pura e simplesmente desinteressaram-se do jogo, havendo jogadores que não faziam qualquer oposição aos jogadores franceses.

Será obviamente um novelo que caberá à UEFA desvelar, para bem do jogo limpo que o organismo tanto preconiza e para bem da verdade no futebol.

Contas feitas: o Real e o Lyon passam aos oitavos-de-final, enquanto o Ajax vai para a Liga Europa. Era portanto o resultado que se previa neste grupo.

O Zagreb é daquelas equipas que se espera não voltar tão cedo à Liga dos Campeões. Pela espectacularidade que se quer na competição. 3 golos marcados e 23 sofridos é algo ridículo para uma equipa que disputa a Champions. É quase uma média de 4 golos sofridos por jogo.

Grupo E

Depois de uma semana complicada pela derrota na Taça da Liga frente ao Liverpool (outra vez) André Villas-Boas recebeu 2 novos balões de oxigénio: no sábado, a vitória em Newcastle por 3-0 e na terça-feira a vitória também por 3-0 frente ao Valência, com a consequente passagem do Chelsea aos oitavos de final da champions.

Pelo que vi, vi um Valência muito acutilante que tentou planar o seu futebol em Stamford Bridge mas não conseguiu aproveitar as suas oportunidades, e o Chelsea, do outro lado, a sair em venenosos contra-ataques e a consequir marcar todos os seus golos por culpa de erros dos defesas de ocasião do Valência.

Digo defesas de ocasião, vistos os problemas que os dois defesas Portugueses (Ricardo Costa e Miguel) estão a ter com o treinador Unai Emery.

Vamos por partes:

1. Ricardo Costa e Miguel estão castigados internamente pelo seu treinador. Ricardo Costa mantem um diferendo com Emery por algumas declarações menos conseguidas em que criticava as escolhas do seu técnico; Miguel, como é habitual, cumpre castigo interno por ter chegado atrasado a um treino.

2. A defesa que o Valência apresenta em Stamford Bridge, num jogo decisivo para as aspirações da equipa na prova, e, perante o potencial que é inegável do Chelsea, sem Ricardo Costa e Miguel chega quase a ser anedótica: Alberto Barragán, Adil Rami, Victor Ruiz e Jordi Alba. Tirando o Francês que os valencianos foram buscar ao Lille, os restantes são jogadores cuja qualidade é claramente duvidosa e sobretudo jogadores com pouca experiência para este tipo de jogos.

Caricato é, que serão Victor Ruiz e Barragan os grandes obreiros dos dois primeiros golos dos Blues na partida. Emery deve-se ter lamentado das suas rigorosas tomadas de opção e o Valência, apesar do bom jogo que fez (Soldado dispôs de uma oportunidade de golo; Albelda fabricou um golo praticamente feito num remate de longe que só um Petr Cech super inspirado travou num voo colossal) foi encaminhado para a Liga Europa.

Qual fénix renascido do mundo dos mortos, Didier Drogba volta-se a assumir como a primeira escolha para a frente de ataque do Chelsea, mesmo perante o espectro mais que iminente de saída do Chelsea (pode-se dar em Janeiro para o Qatar ou para a Rússia) dado que o Costa-Marfinense termina contrato no fim da época.

Oriol Romeu voltou a ser titular no Chelsea; André Villas-Boas parece estar apostado em dar mais jogo ao jovem médio que os Blues foram buscar por 5 milhões à cantera do Barcelona.

No outro jogo do grupo, o Leverkusen (apurado) empatou com o Genk a 1 bola. Golos de Jelle Vossen para os Belgas e Eren Derdyok para os Alemães.

O Valência ficou pelo caminho num grupo onde era dado como favorito à passagem. Os Valencianos caem de pé e mesmo apesar desta eliminação, continuam a realizar uma boa temporada.

O Chelsea passa o grupo com algumas dificuldades. Dificuldades essas que estão a seguir a tendência destes primeiros meses de AVB no clube. Creio que só haverá espaço para os blues melhorarem a sua equipa e acredito que em Janeiro poderão chegar mais reforços de peso a Stamford Bridge. Fala-se também que David Luiz poderá estar de saída do clube, depois de ter sido contratado em Janeiro ao Benfica. A Juventus poderá ser o destino do central brasileiro.

O Leverkusen foi claramente o outsider do grupo. Não quero com isto dizer que a equipa alemã não tenha potencial para tal. Uma equipa com jogadores como Ballack, Derdyok, Kiessling, Schurrle, Simon Rolfes, Lars Bender e Manuel Friederich não se pode dizer que seja uma equipa banal. O Leverkusen mostrou-se nesta fase de grupos como uma equipa agressiva (bem ao jeito alemão), persistente e acabou por se dar bem.

Como momentos deste grupo, ficam na retina o empate do Valência na Bélgica contra o Gent a zero bolas, o empate entre Valência e Chelsea no Mestalla a 1 bola num jogo em que o Valência poderia ter obtido a vitória, o empate do Chelsea na Bélgica contra o Gent e a vitória do Leverkusen em casa frente ao Chelsea no último minuto com uma cabeçada triunfante de Friederich.

 

Grupo F

O Olympiacos venceu por 3-1 o Arsenal. Arsène Wenger optou por fazer descansar alguns jogadores e colocar em campo outros menos rodados como Lukasz Fabianski, Alex Oxlade-Chamberlain, Sebastian Squillaci, Johan Djorou, Emmanuel Frimpong (mais um talento que Wenger tem aqui para trabalhar) Marouane Chamakh, Francis Coquelin e Yossi Benayoun. Seria o Israelita a marcar o golo dos Gunners.

Contudo, a vitória dos Gregos não foi suficiente para segurar mais do que a Liga Europa.

Jogo épico no BVB Stadium em Dortmund. Aos 85″, o Marselha estava fora da competição. Em 2 minutos tudo se alterou.

Depois de 2 golos da equipa alemã na 1ª parte (Błaszczykowski e Hummels), Loic Remy fechou o primeiro golo com o 1-2 para os Franceses. Andre Ayew aos 85 e Mathiew Valbuena aos 87 marcaram dois grandes golos que deram apuramento ao clube

Uma única observação: Com um grupo muito equilibrado, o Arsenal venceu com 11 pontos. Marselha, Dortmund e Olympiacos lutaram até ao fim pelo apuramento (se bem que as chances do Dortmund no último jogo eram quase nulas) mas no entanto, os campeões alemães decepcionaram-me com os resultados obtidos. Esperava muito mais deste Dortmund, mas, estes resultados também reflectiram o mau arranque de época que a equipa fez e cujos estragos (pelo menos a nível interno) estão a ser minorados. O Olympiacos vai para a Liga Europa, depois de merecer algo mais que o 3º lugar.

 

Grupo G

O jogo da desgraça no grupo da desgraça.

Contra o Zenit, o Porto exibiu-se a altíssimo nível. A sorte não bafejou os portistas num dos melhores jogos da época para a equipa de Vitor Pereira.

O Porto cai de pé na Champions, mas fica o amargo da boca de não ter passado esta fase de grupos. Isto porque era a equipa mais bem cotada e diga-se a bom da verdade, com o maior potencial das 4. Quis a própria competição que uma frágil equipa, de nome APOEL, ressuscitasse do mundo “dos chamados coitadinhos da europa” e conseguisse (com as armas que dispõe) ombrear com as restantes equipas, alcançando um apuramento que se deve considerar como histórico e estóico.

O Porto fez tudo bem. Circulo bem a bola, optou por uma estratégia de jogar pelos flancos, Hulk desiquilibrou várias vezes na direita e James Rodriguez voltou inclusive a aparecer depois de uma má fase exibicional. Faltou apenas o golo, golo esse, negado algumas vezes por uma besta de baliza chamado Vyacheslav Malafeev.

O Zenit limitou-se a aplicar o que ia na cabeça de Luciano Spalletti. Todos conhecemos perfeitamente os treinadores italianos. Todos conhecemos as estratégias que utilizam em alturas em que urge defender um resultado específico. Spalletti foi pragmático: necessitava de um empate. E veio ao Porto para jogar para o empate. Colocou o Zenit em campo sem uma única referência de área: Danny e Lazovic eram os homens mais adiantados. O meio campo foi reforçado com as inclusões de Shirokov, Faizulin, Semak e Denisov e posteriormente, já na 2ª parte com Bruno Alves à frente dos defesas e Konstantin Zyryanov. A missão era claramente a de tapar as alas do Porto, mas duas grandes exibições de Hulk e James furaram em certa medida o pensamento do treinador dos russos.

O Porto deve-se lamentar com as perdidas de James e de Djalma, as duas na cara do guarda-redes. Nem as substituições com a entrada de Kléber e Silvestre Varela trouxeram felicidade ao clube da invicta. Tal facto, acentua cada vez mais a necessidade do Porto se reforçar no mercado com um bom ponta-de-lança.

Olhando para as estatísticas do jogo, não consigo perceber como é que o Porto deixou fugir este jogo. 25 remates (9 dos quais à baliza), 10 cantos, 58\42 em posse de bola. Domínio territorial de 68% no meio campo do Zenit. Mas o futebol é assim mesmo…

No outro jogo do grupo, o APOEL perdeu em casa por 2-0  contra o Shaktar Donetsk. Luiz Adriano e Seleznyov marcaram os tentos da despedida dos Ucranianos das competições europeias nesta temporada.

O grupo 6 termina assim com o APOEL como vencedor do grupo e o Zenit como segundo. Volto a repetir que foi um apuramento histórico por parte dos cipriotas.

Como momentos chave deste grupo são de realçar:

1. A vitória do APOEL em Nicósia sobre o Zenit por 2-1 na 1ª jornada. Desde então, o APOEL aparece na disposição de não ser o bombo da festa do grupo.

2. A derrota na Rússia do Porto contra o Zenit. Um jogo para esquecer. Na mesma jornada, o APOEL vai “sacar” um empate à Ucrânia a 1 bola num jogo onde esteve a vencer por 3 minutos.

3. O empate do Porto em casa contra o APOEL quando se exigia uma vitória e a consequente derrota no Chipre, onde a equipa do APOEL defendeu praticamente o jogo todo (de modo organizado é verdade) e onde conseguiu vencer nos minutos finais com um golo de contra-ataque que podia ter sido evitado pelos portistas.

4. O empate entre Zenit e APOEL na Rússia. Mais uma vez o APOEL mostrou garra e crença na qualificação.

5. O empate no Dragão entre Porto e Zenit.

 

Grupo H

Sem muito para dizer neste grupo.

Tudo praticamente resolvido. Apenas existia a dúvida se seria o Viktoria Plzen ou o BATE a seguir para a Liga Europa. Será o campeão checo, possível adversário do Sporting.

No Barcelona vs BATE Borisov, Guardiola convocou 18 jogadores onde figuravam apenas 6 da equipa principal (Andreu Fontás, Pedro Rodriguez, Pinto, Maxwell, Thiago Alcântara e Gerard Piqué) 3 que já vem sido chamados regularmente à equipa principal (Isaac Cuenca, Marc Muniesa e Jonathan dos Santos) e outros 9 recrutados entre a equipa B do clube, com destaque para Marti Montoya, Martí Riverola, Sergi Roberto, Marc Bartra, Rafinha, Kiko Fermenia e Gerard Deulofeu.

Os miúdos deram bem conta do recado, já jogam o tiki-taka e despacharam os pobres Bielorussos do BATE (que tem nas suas fileiras Mateja Kezman) por 4-0 com golos de Pedro (2) Sergi Roberto e Montoya.

Um bom prémio para a geração do futuro dos Catalães.

No outro jogo, Plzen e Milan empataram a 2 bolas. Max Allegri também jogou com poupanças. Actuaram jogadores como Taiwo, Mexés, Pato (para ganhar ritmo competitivo após lesão) Ambrosini, Bonera, Emanuelson, Mattia Di Sciglio (jovem da cantera do Milan) e Bryan Cristante.

Alexandre Pato e Robinho colocaram os milaneses em vantagem aos 47 e 48″ mas um ímpeto final demolidor do Viktoria haveria de restabelecer a igualdade com golos de Bystron e Duris mesmo ao cair do pano.

Este grupo não merece grandes considerações visto que o resultado final era o que se previa: Barcelona em primeiro, Milan em 2º, ambos sem grandes dificuldades.

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futeboladas

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Duelo de Liverpool em Goodison Park. O Everton de David Moyes não está a ter um início de campeonato famoso (apenas 7 pontos em 7 jornadas; 13º lugar) e nesta partida não resistiu à maior pressão ofensiva do ataque do rival nos minutos finais, tendo os “Reds” de Dalglish somado a 4ª vitória no campeonato à conta de dois golos dos homens da frente: Carroll aos 71″ e Luis Suarez aos 82″.

O jogo fica marcado pela expulsão por vermelho directo de Jack Rodwell logo aos 23″.
O Liverpool é 4º com 13 pontos, a 6 do Manchester United.

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Luis Enrique viu momentaneamente dissipada a pressão com que se tem deparado no início da aventura como treinador na Roma. Depois de alguns resultados menos conseguidos, o técnico espanhol viu a sua equipa bater sem espinhas a Atalanta por 3-1. Numa primeira parte totalmente dominada pelos Romanos, Bojan Krkic inaugurou aos marcados aos 20″ (estreia a marcar pela Roma) e o argentino Pablo Osvaldo ampliou o marcador aos 31″. Pelo meio tanto Osvaldo como Daniele De Rossi tiveram situações que podiam ter dado toques de goleada em plena primeira parte.

Na 2ª parte, German Denis (emprestado pelo Nápoles) ainda animou a partida para os homens do lado de Bérgamo (começaram com 6 pontos negativos; caso tivessem começado com 0 seriam 2ºs com 10) mas Fábio Simplício acabaria por matar o jogo aos 81″.

A Roma é 6º com 8 pontos.

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Em Espanha, Villareal e Saragoça enfrentaram-se no El Madrigal…
A posição das duas equipas não é a mais famosa. O Villareal está longe dos lugares cimeiros. Já o Saragoça de Postiga e Ruben Micael tem sofrido de alguma malapata neste início de época com vários golos mal anulados pelas arbitragens dos seus jogos (Postiga teve três golos anulados desde que chegou a Saragoça, 2 deles mal anulados). Ambas as equipas tem 6 pontos.

Para a retina, este jogo teve um momento de excepção: após o arbitro ter assinalado uma grande penalidade a favor da equipa da casa, Giuseppe Rossi resolveu fazer uma “excessiva e demorada” paradinha, contrariando as regras impostas para este tipo de movimento. Mesmo tendo marcado, o arbitro decidiu anular o golo do italiano e na resposta, Rossi decidiu fazer um penalty à panenka para o centro da baliza, tendo a bola embatido na mesma para revolta de Roberto e ironia de Rossi que de imediato correu em direcção ao arbitro num gesto de provocação, com a mão sobre o ouvido em clara indicação “que à 2ª não tinha ouvido o apito”.

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No Giuseppe Meazza, Ranieri estreou-se em casa com uma derrota copiosa frente ao fabuloso Nápoles. Denota-se que o técnico italiano terá que pedir muitos reforços em Dezembro à direcção. O Inter parece-me um colectivo que sofre vários desiqulíbrios: tanto ao nível posicional (certas posições não tem soluções credíveis; a posição de defesa e médio esquerdo, um 3º central de qualidade; um playmaker que possa ser substituto de Sneijder em caso de lesão, um ala direito) como até no simples pormenor das idades do plantel. Por um lado o Inter tem muitos jogadores experientes mas esses jogadores (Cambiasso, Zanetti, Stankovic, Milito) já não tem pernas para jogar 2 vezes por semana; por outro lado as soluções são compostas por jovens talentosos, mas, com muito pouca experiência a este nível (Joel Obi, Lorenzo Crisetig, Ricky Alvarez, Nagatomo, Jonathan, Phillipe Coutinho) e a acusar em muito o peso da camisola que envergam.

Foi precisamente Joel Obi um dos motivos que “construiu” esta humilhação caseira. O Nigeriano apanhou dois amarelos em 41″ e em duas acções faltosas inconsequentes não só diminuiu a força de ataque da sua equipa como a remeteu à defesa frente a uma equipa poderosa como é o Nápoles.
Os Napolitanos, motivados pela vitória europeia a meio da semana contra o Villareal para a Champions, mostraram todo o seu potencial em Milão e golearam por 3-0 com golos de Hamsik, Maggio e Campagnaro. O eslovaco provou que é actualmente um dos melhores playmakers do futebol mundial e o ala fez o que quis de Joel Obi e companhia e aproveitou mais a situação quando o Nigeriano foi expulso. Isto tudo sem Edinson Cavani em campo…

O Inter é 17º com 4 pontos (está a 7 dos líderes Udinese e Juventus) enquanto o Nápoles é 4º com 10 pontos. Os Napolitanos, pelo potencial que apresentam, poderão novamente surpreender este ano.

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Época frustrante em Bordéus. Mais uma vez, a equipa da casa teve tudo para vencer e acabou por se deixar empatar. Desta vez foi contra o Montpellier, nos últimos 2 minutos de jogo.

Os Girondinos estão num modestíssimo 14º lugar com 8 pontos em 9 jorMnadas.

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Em Málaga, os novos ricos de Espanha continuam a dar por bem empregue o investimento. O El Romareda está praticamente cheio e traz rentabilidade ao investimento do clube. Dentro do campo, a equipa de Manuel Pellegrini ganha mas ainda não convence. Os Malaguenhos são 4ºs da liga espanhola. No sábado venceram o Getafe por 3-2, tendo estado a perder até aos últimos minutos. Vale bem a pena ver a super bicicleta de Júlio Baptista, obra de arte que ditou a vitória para o Málaga no último minuto de uma partida marcada pela péssima decisão da arbitragem em validar o 2º golo do Getafe ao Venezuelano Micu depois deste jogar claramente a bola com o braço.

Duelo de Bascos no Anoeta em San Sebastian. No clássico regional, o Athletic levou a melhor com dois golos de Llorente. Para a retina fica o golo monumental do internacional espanhol sub-21 Iñigo Martinez de trás da linha do meio-campo.

Duelo quente em Moscovo. O Zenit viajou à capital para enfrentar um dos muitos inimigos moscovitas à renovação do título de campeão russo. A viagem dos adeptos do clube do norte da Rússia ficou marcado por confrontos que levaram alguns adeptos ao hospital.

Dentro de campo, o Zenit aguentou a liderança, conseguindo um ponto muito precioso para a renovação do título após o empate a 2 bolas. O CSKA que é 2º empatou a 0 no terreno do Kuban e o Dinamo venceu em casa o Krasnodar por 2-1 e colocou a 3 pontos da equipa de São Petersburgo. Lokomotiv e Spartak (ambas a 7 pontos) ainda sonham com o título mas essa realidade está muito difícil, visto que só faltam 4 jornadas para terminar o campeonato.

O Zenit recebe o Dinamo de Moscovo na próxima jornada.

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Quem diria que à 6ª jornada da Liga Espanhola o líder seria o Levante?

A modesta equipa de Valência lidera com 14 pontos em conjunto com Barça e Real. E não se escapa de já ter conseguido 13 dos pontos necessários para a manutenção em 6 jornadas.

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Em mais um clássico de clubes londrinos, o Fulham esmagou o Queens Park Rangers por 6-0 num resultado nada vulgar na Premier League. O experiente ponta-de-lança Andrew Johnson marcou um hat-trick.

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Grande momento de futebol em White Hart Lane noutro dos derbys de Londres marcados para este fim-de-semana.
Não deu para Wenger comemorar os 15 anos enquanto treinador do Arsenal. O Francês viu a sua equipa fazer um excelente jogo frente um Tottenham que está claramente em ascenção e viu Sceszny dar um frango monumental a remate de Ian Walker na 2ª parte. Do lado dos Spurs, Van der Vaart abriu o marcador na primeira parte e em conjunto com Scott Parker (incansável) e Gareth Bale fizeram uma joga de todos os tamanhos para o conjunto do norte de londres.

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Em Hamburgo, o Schalke 04 aproveitou da melhor forma o empate do Bayern em Hoffenheim no sábado e ascendeu à 4ª posição (a 4 pontos do bávaros) depois de bater a equipa local por 2-1.
Klaas-Jan Huntelaar marcou os 2 golos do Schalke.

O Hamburgo de Petric, Guerrero e Westermann continua a fazer um início de época desolador, estando na última posição com apenas 4 pontos.

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Em Turim, os da casa foram persistentes e aos 87″ conseguiram colocar-se em vantagem frente ao campeão em título Milan.

O centrocampista Claudio Marchisio marcou os dois golos que colocaram o Dell´Alpi ao rubro e deram a liderança partilhada com a Udinese à equipa de Turim.

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“The Pastore Show” fez estragos ao Olympique de Lyon e colocou o PSG isolado no primeiro lugar da Ligue 1.

Pastore é aquele génio da bola que qualquer mister queria ter lá na equipa.

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Para finalizar, o Real… A classe de Ronaldo, o “killer instinct” de Higuaín e a gratidão de Callejón no pedido de desculpas aos adeptos da sua antiga equipa.

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Despedido…

Foi campeão do mundo de clubes, mas teve a distinta lata de pedir 5 ou 6 reforços a um presidente que não feito mais nada do que deixar muito da sua fortuna pessoal no Inter de Milão. Basta só lembrar que desde que pegou na presidência do Inter de Milão em 1995, Massimo Moratti já gastou quase 700 milhões de euros em transferências.

Rafa Benitez largou o “falido” Liverpool para agarrar a oportunidade de treinar o campeão da europa em título. Pensava que as bases Mourinho seriam sólidas para o futuro e “que com um toque aqui e ali” seria capaz de continuar o legado do Português. Enganou-se. Sabia-se perfeitamente desde o anúncio do seu nome e desde a saída do técnico Português que Benitez teria que recuperar animicamente os jogadores do “trauma Mourinho” e começar a construir lentamente o seu próprio cunho de sucesso no clube. Eu pessoalmente, antevia desde o anúncio do seu nome, que seria despedido em pouco tempo. Previa no final da época.

Não demorou tanto tempo. Benitez não conseguiu impor a sua Filosofia no Inter. A mesma Filosofia que o levou a uma vitória na Champions pelo Liverpool em 2005 e às vitórias na UEFA e na Liga Espanhola com o Valência em 2004. Esta última ainda sofre do estigma de ter sido a última equipa vitoriosa em Espanha antes do domínio avassalador de Barça e Real que está aí para durar.

Nos meses de Benitez no Inter, notaram-se decréscimos de rendimento nos jogadores. Maicon já não fazia a ala toda nem aparecia pela direita na tabelinha com Eto´o para executar a sua finalização clássica. Eto´o estava desgarrado em qualquer posição. Milito estava sem o instinto matador que tanto jeito deu a Mourinho. Zanetti andava apático. Sneijder desaparecido do meio-campo e sem o espírito criativo que outrora tinha com o treinador Português. Lúcio cometeu erros atrás de erros que valeram pontos aos adversários e que actualmente colocam o Inter longe do rival Milan.

O Inter de Benitez era um Inter estupidificado. Amorfo.

E Moratti não teve meias medidas em despedir o técnico Espanhol, que decerto não terá dificuldades em arranjar emprego em breve.

Para o seu lugar contratou Leonardo, antigo treinador do rival Milan. Na minha opinião, Moratti cometeu outro erro crasso. Leonardo é um treinador arranjado à pressão. Só acredito numa única via: Leonardo só ficará no Inter até ao final da época. A não ser que consiga subir na classificação e chegar ao título ou consiga repetir o título europeu. Não creio. A direcção do Inter dá a época como perdida. Para na próxima época, começar tudo de novo.

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